sábado, 10 de dezembro de 2016

Por uma vida mais leve

Pelo primeira vez, eu e Guga estamos de dieta juntos. Nem poderia ser diferente, se compartilhamos o alimento diariamente.
O fato é que isso é bom. Sempre é melhor ter alguém no mesmo projeto de emagrecimento. Lembro que a primeira vez que fiz regime de verdade tive apoio de colegas de trabalho que eram pacientes da mesma endocrinologista. Era ótimo almoçar com eles - dávamos dicas uns aos outros a respeito da boa alimentação. Emagrecemos juntos e felizes, com ajuda da sibutramina.
No meu segundo regime, uns cinco ou seis anos depois, fui ao endocrinologista com Gustavo. Aqui, cada um cuidava do seu. Como na primeira vez, tomei sibutramina. Mas, sozinha em meu regime, me dediquei mais às atividades físicas - academia, flamenco, tai chi chuan. A alimentação não era exatamente a melhor, e acabava sendo compensada com exercícios.
Nos últimos três anos, voltei a ganhar peso. Pouca atividade física, falta de opção de restaurantes no novo bairro, estresse - tudo isso contribuiu para a subida dos números da balança. Quando comecei a cozinhar diariamente em casa, ainda estava mais focada nas experimentações culinárias, quase sempre engordativas. Cheguei à Bahia com um pouco mais do que tinha no segundo regime - o que, para mim, havia sido o auge da engorda.
Como já disse aqui, comecei a frequentar uma academia pequena no bairro, só caminhando na esteira ou no elíptico, por conta da tenossinovite. A alimentação continuava pouco light, embora cada vez mais saudável, com cada vez menos alimentos processados.
Pouco depois, logo que voltei a fazer pilates, vi uma foto minha na internet. Entrei em pânico. Estava definitivamente fazendo jus à herança paterna. Já havia perdido boa parte das minhas roupas, e vi que logo não teria o que vestir.
Quando Guga decidiu voltar a emagrecer, foi ótimo, porque isso significava menos pedidos de pratos especiais. E como ele é mais radical que eu na dieta, fomos aos poucos focando em alimentos que promoviam saciedade e bom humor (embora, como eu já devo ter dito, às vezes fico de mau humor por abstinência de coisas doces). Agoooora, acho que estamos no passo certo, ainda mais com o pedal presente em nossas vidas.
Só sei que quando tomo uma vitamina de abacate ou como banana amassada com aveia, acho uma das coisas mais deliciosas do planeta. Valorizo muito mais o sabor dos alimentos. A cerveja no final de semana, em menor quantidade, vira uma iguaria.
Com a idade, emagrecer é menos fácil, é verdade. Cada 200 g deve ser comemorado, e às vezes pinta o desânimo. Mas, desta vez, a ideia é incorporar um modo definitivo de ser saudável. Sem remédios, com alimentos frescos, sem conservantes, com atividade física constante e prazerosa. Uma nova vida mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

Arquivo do blog