
Eu não havia lido nada dele até topar com Meu nome é vermelho na loja de Kindle. O nome logo me atraiu: a trama, insólita, com diversos narradores diferentes, inclusive a cor vermelha, em um cenário histórico tão interessante, Istambul no século XVI, onde acontece o assassinato de um miniaturista... Em vários momentos, me lembrei de O nome da rosa, de Umberto Eco. O mistério, o crime, saberes proibidos, a religião protegida a todo custo - mas, principalmente, pela erudição e pelo detalhamento extremos.
No livro de Eco, porém, a trama se desenrola com mais fluidez, por sua narrativa mais tradicional, o que não necessariamente é uma qualidade por si só. No caso de Pamuk, com o vaivém de narradores, um mais rebuscado que o outro, e a possível crítica/ironia usada todo o tempo, sem meias medidas, o relato é mais cansativo que instigante. Pode ser também que eu esteja destreinada desses processos mentais mais elaborados. Pode ser que eu esteja muito acostumada com o modo ocidental de narrar, tanto livros quanto filmes. Mas a verdade é que foi um custo terminar a leitura e ainda não ser surpreendida - antes, ficar aliviada com o livro ter chegado ao fim.
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