domingo, 11 de outubro de 2020

Pequenos formatos, grandes efeitos

Na última compra de pincéis, comprei também um sketchbook da Hahnemühle, marca alemã de papéis para aquarela. Os papéis são bem mais caros que os da Canson, e eu nem pensava em comprar nada da marca, até topar com o caderninho quadrado, pequeno, de capa de tecido cinza e elástico à la Moleskine no site da Casa da Loise. Já adorei o formato, pequeno e incomum (o tradicional é retangular, seja formato retrato ou paisagem). Era caro, claro, mas ainda possível pro meu bolso. 
Quando chegou, pirei na qualidade do acabamento. E as páginas eram cinza-claro! Uma lindeza só. E deixei guardadinho pra um dia de imensa inspiração ou para quando estivesse dominando a aquarela a ponto de poder levá-lo na bolsa para pintar en plein air, que sonho burguês!
Hoje, quando fui praticar umas pinceladas para meu projeto de mitos femininos, nas folhas A-4 de Canson, nada saiu do jeito que eu queria. De repente, olhei pro caderninho e pensei que talvez desse certo passar o desenho para um formato menor - assim, eu teria pelo menos mais controle das pinceladas. Cara, deu muito certo - provavelmente o papel é muito melhor! 
Eu já era fã dos pequenos formatos, e isso só confirmou para mim que muitas vezes é mais eficiente trabalhar com menos e investir nos detalhes, na qualidade desse menos, para que se torne mais. Por exemplo, além de técnicas aprendidas no curso de aquarela e no sumiê, acabei me lembrando do tratteggio, técnica que usava quando trabalhei no restauro da FAU-Maranhão, como estagiária "informal". As texturas vieram dar volume à pequena pintura. 
Até onde paciência houver, sigo nesse caminho de longa aprendizagem.  

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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