sábado, 16 de outubro de 2021

Subversões alimentares

Daí que, dos 7,5 kg perdidos com orientação da nutricionista em cerca de seis meses, reencontrei 5 kg ao longo da pandemia. Não é de espantar, já que andei cozinhando muita comfort food, doces, receitas com manteiga e gordura e me exercitando muito menos, além do estresse com pandemia, contexto nacional e trabalho triplicado. 
No primeiro semestre deste ano, também recomeçaram minhas alergias, que tinha associado à época - só porque calhou de acontecer na mesma época em anos anteriores; se estivesse em São Paulo, diria que é pelo ar mais seco do outono, o que, claro, não é o caso aqui. O muco, eu já sei, tem a ver com consumir muitos lácteos, mas não tinha pensado em nenhuma relação da alergia com permeabilidade intestinal. Quando fui procurar outra nutricionista, porque a anterior entrou em licença-maternidade, encontrei uma que trabalha com essa abordagem, de considerar uma alimentação menos inflamatória para possíveis casos de intestino permeável. 
Eu já tinha lido algo a respeito no livro sobre digestão, que comprei há dois anos, quando estive em SP e passando muito mal. Agora me aprofundei um pouco mais, depois da conversa com a nutri, que me recomendou reduzir um pouco os lácteos e a carne, apostando em proteínas vegetais para complementar as refeições. Adoro leguminosas, mas tinha cortado a pedido de Guga, que estava reduzindo bastante os carboidratos de todo tipo. 
Claro que não dá para ficar só no arroz com feijão - e eu já vinha comprando grão de bico, feijão fradinho e lentilha para cozinhar de vez em quando. Depois de experimentar as almôndegas de lentilha e ter conseguido congelá-las, resolvi fazer também falafel (e congelar) e homus. O falafel foi inclusive subvertido com o acréscimo de um pouco de cenoura. Também usei feijão fradinho em uma receita de curry com cogumelos (usei shitake fresco) e molho de tomate - ficou ótimo, e ainda aprendi a fazer chapati, um dos pães indianos. 
A quinoa é bem versátil e substitui o arroz, com a vantagem do aporte proteico e nutritivo que ela traz. Como hoje tinha sobrado espinafre, fiz um "quinoto" (achei que tinha inventado a palavra, mas já tinha gente usando) de espinafre, salsa, parmesão e castanha do pará ralada. Eu adorei - o marido achou OK. 
Já tenho ideias para arroz negro, quiche de grão de bico, alho poró e palmito, pão de ervilha e pasta de ervilha (esta sugerida pela nutri). 
Na verdade, emagreci pouco depois de ter mudado a alimentação. Estou retomando, aos trancos, os treinos na academia, sempre cheia. Mas já sinto que meus episódios alérgicos têm reduzido bastante. Ainda como doces de gula, mas se pensar um pouco mais nem sinto tanta vontade assim. 
Com a alta dos preços, a tendência é realmente aproveitar tudo que temos na geladeira, porque não está fácil não. Reduzir as quantidades, aproveitar a sazonalidade, mas manter a qualidade do que comemos. Uma coisa de cada vez. 

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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