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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Plant-based no pedaço

Uma expressão muito em moda no universo culinário é plant-based, ou seja, uma alimentação e mesmo um modo de vida com foco em verduras e legumes, mas também itens de higiene e limpeza, produzidos de modo ecologicamente consciente, em menor escala, preferindo pequenos produtores e com vistas a reduzir os impactos ambientais no planeta. Não é o mesmo que veganismo, pois muitos adeptos do plant-based não suprimem a ingestão de carne e ovo, só a reduzem. Ou seja, de qualquer modo, tudo de bom, pra começar uma mudança de vida. 
Claro que as indústrias alimentícia e farmacêutica já se apropriam do termo para vender produtos nem tão saudáveis assim, como já fez com o termo "orgânico". E é claro também que não estamos livres de trabalho exploratório, crueldade animal, pesticidas e hormônios (no caso de ovos e carnes) na busca pelo natural. Nem a sagrada água está livre de milhões de partículas de plástico, que provavelmente ingerimos todos os dias. É meio desesperador pensar nisso, em como nossa liberdade de escolha é limitada pelos danos causados por um sistema econômico predatório há centenas de anos. 
Mas é bom no dia a dia descobrir novos sabores em velhos conhecidos. A abóbora moranga aqui já virou quibe com recheio de tofu (que estava em promoção no mercado), abóbora assada e salada de abóbora com trigo e especiarias; a couve-flor (que anda caríssima!) já virou escondidinho e ontem fez a base do curry com vagem. Não sei se por influência desses sabores tão completos e saciadores, cada vez menos ando querendo consumir carne - aliás, desde que assisti Okja o pensamento de não comer carne instalou-se na minha mente. A ver se vai rolar mais essa transformação no dia a dia. 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Arco-íris no prato e economia de gás

Das últimas experimentações que fiz, talvez a que mais me encantou foi a do bolo de caneca. Lembro que há algum tempo vendia-se o preparado em pó para quem quisesse essa versão ultra rápida de bolo. Eu tentei fazer uma vez, acabei carbonizando o dito, então nunca provei de fato. Daí, porque tinha sobrado milho na geladeira, acabei encontrando uma receita de dona Rita justamente de bolo de milho de caneca. Não fica lindo, mas é muito fofo e saboroso. 
Também gostei do nhoque de ricota e da abóbora assada para montar salada - aproveitei e usei a abóbora assada para comer tal e qual, além da salada com trigo e especiarias. Assei ao mesmo tempo a abóbora e o repolho, este com manteiga - confesso que tinha mais expectativas quanto a ele, mas talvez a manteiga, não tão boa, tenha atrapalhado a experiência. 
Comecei a aproveitar o forno para assar mais de uma coisa - desde que sejam ou alimentos salgados, ou só doces - por medo de ver o gás acabar no meio da preparação. Foi o que aconteceu hoje, na verdade enquanto esperava a massa do pão crescer (tudo bem que o último botijão durou 5 meses). De todo jeito, me parece uma medida coerente com um modo de vida menos dispendioso, mais atento. E o preço do gás está pela hora da morte.
E sigo tentando deixar os pratos mais coloridos, dica do dr. Carlos Monteiro, professor da Faculdade de Saúde da USP e autor do Guia para alimentação da população brasileira, na dobradinha com Rita Lobo no curso "Comida de verdade", lançado na internet em 2016. Foram-se os dias da comida única e exclusivamente amarela, rá!

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Mais testes para uma nutrição mais eficaz

Fiz um quibe com proteína de soja, quinoa, trigo para quibe, tahine, castanha de caju, hortelã, cebola e alho, além de pimenta síria, claro. Ficou uma delícia, mas desmontou ao cortar. Ainda não pesquisei o que pode ter dado errado, já que segui todos os passos necessários (hidratar trigo e proteína, cozinhar quinoa).
Também testei um bolo de maçã de frigideira da Verônica Laino, sem farinha: leva aveia, ovo, chia, açúcar mascavo, fermento, água e uma maçã cortada em fatias. Dei uma aumentada na receita sem aumentar a maçã, tudo para caber na frigideira - ficou bom, mas deve ficar melhor seguindo as quantidades certas. 
Ao final, tudo na vida são tentativas. Umas dão certo, outras não.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Vencer o bode da salada com... salada!

Embora descendente de orientais, nunca fui muito da salada. Parte disso devo a ter sido criada por avós nordestinos, cuja cultura culinária na época era pouco afeita aos verdes, mais voltada para carnes e peixes e tubérculos. 
Outra parte tem a ver com minha pouca criatividade na combinação de verduras para compor uma salada, fortalecida por um pouco de preguiça de lavar tudo com hipoclorito de sódio. E cortar pepino, tomate, claro. Aliás, tomate, mal suporto hoje em dia. Mas todo dia tem. 
Tenho a impressão de que ultimamente as verduras cruas não me caem bem, o que, embora realmente aconteça com algumas pessoas, pode ser, no meu caso, só um nojo alimentar recente, que tem tomado a relação com minha comida quase de modo geral. Além do cansaço de cozinhar todo dia, o cansaço do próprio tempero. 
Mas preciso comer, e preciso comer bem, porque sei que a nutrição transforma minha relação com as alergias para bem e para mal. Ter voltado a comer leguminosas me fez muito bem, com o aporte de proteínas e de fibras para o dia a dia. Então lancei a pesquisa na internet sobre saladas diferentes do trivial, e recebi de volta dicas da maravilhosa Rita Lobo, a maior defensora da comida de verdade entre os famosos da gastronomia. Encontrei justamente um post sobre "10 saladas que valem por uma refeição", com ingredientes como milho, carne, pimentão, grão de bico e até bacalhau. 
Já testei algumas, e fiquei muito feliz com os resultados, especialmente quando deu para ganhar tempo com alguns ingredientes já prontos, como o milho em lata e o grão de bico de caixinha (porque o demolho, tão necessário, também me dá uma preguicinha). Continuo, graças a dona Rita, ainda mais fiel à comida de verdade (sobretudo após uma breve e recente experiência não tão agradável com produtos à base de xilitol) e meu paladar e meu sistema digestório (e acho que marido também) agradecem. 

sábado, 16 de outubro de 2021

Subversões alimentares

Daí que, dos 7,5 kg perdidos com orientação da nutricionista em cerca de seis meses, reencontrei 5 kg ao longo da pandemia. Não é de espantar, já que andei cozinhando muita comfort food, doces, receitas com manteiga e gordura e me exercitando muito menos, além do estresse com pandemia, contexto nacional e trabalho triplicado. 
No primeiro semestre deste ano, também recomeçaram minhas alergias, que tinha associado à época - só porque calhou de acontecer na mesma época em anos anteriores; se estivesse em São Paulo, diria que é pelo ar mais seco do outono, o que, claro, não é o caso aqui. O muco, eu já sei, tem a ver com consumir muitos lácteos, mas não tinha pensado em nenhuma relação da alergia com permeabilidade intestinal. Quando fui procurar outra nutricionista, porque a anterior entrou em licença-maternidade, encontrei uma que trabalha com essa abordagem, de considerar uma alimentação menos inflamatória para possíveis casos de intestino permeável. 
Eu já tinha lido algo a respeito no livro sobre digestão, que comprei há dois anos, quando estive em SP e passando muito mal. Agora me aprofundei um pouco mais, depois da conversa com a nutri, que me recomendou reduzir um pouco os lácteos e a carne, apostando em proteínas vegetais para complementar as refeições. Adoro leguminosas, mas tinha cortado a pedido de Guga, que estava reduzindo bastante os carboidratos de todo tipo. 
Claro que não dá para ficar só no arroz com feijão - e eu já vinha comprando grão de bico, feijão fradinho e lentilha para cozinhar de vez em quando. Depois de experimentar as almôndegas de lentilha e ter conseguido congelá-las, resolvi fazer também falafel (e congelar) e homus. O falafel foi inclusive subvertido com o acréscimo de um pouco de cenoura. Também usei feijão fradinho em uma receita de curry com cogumelos (usei shitake fresco) e molho de tomate - ficou ótimo, e ainda aprendi a fazer chapati, um dos pães indianos. 
A quinoa é bem versátil e substitui o arroz, com a vantagem do aporte proteico e nutritivo que ela traz. Como hoje tinha sobrado espinafre, fiz um "quinoto" (achei que tinha inventado a palavra, mas já tinha gente usando) de espinafre, salsa, parmesão e castanha do pará ralada. Eu adorei - o marido achou OK. 
Já tenho ideias para arroz negro, quiche de grão de bico, alho poró e palmito, pão de ervilha e pasta de ervilha (esta sugerida pela nutri). 
Na verdade, emagreci pouco depois de ter mudado a alimentação. Estou retomando, aos trancos, os treinos na academia, sempre cheia. Mas já sinto que meus episódios alérgicos têm reduzido bastante. Ainda como doces de gula, mas se pensar um pouco mais nem sinto tanta vontade assim. 
Com a alta dos preços, a tendência é realmente aproveitar tudo que temos na geladeira, porque não está fácil não. Reduzir as quantidades, aproveitar a sazonalidade, mas manter a qualidade do que comemos. Uma coisa de cada vez. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Comida reeducada e Projeto Verão Forever


Projeto Verão na verdade é uma coisa pra sempre, né? 
Pois então, acabei encontrando uma nutricionista parceira do estúdio de pilates. Ela faz bioimpedância na consulta e é especialista em nutrição esportiva. Lá fui eu saber/confirmar o tamanho da encrenca.
Não deu outra: gordura no fígado, massa gorda acima do normal. Solução: reduzir porções, aumentar proteína, verduras e gorduras boas, reduzir açúcar e massas, intensificar treinos.
Comecei a seguir as dicas dela, dei uma relaxada, mas vou voltar. Vi que dá para viver sem doces - embora o marido tenha sido acometido por uma fissura dulcícola tão logo comecei o programa de reeducação alimentar. A lição serve pra vida: não é preciso ir na onda do outro, especialmente se for prejudicial para você. Melhor: participo de dois grupos (na verdade, uma dupla e um trio) de amigas que também querem/vão emagrecer.
O bom é que aprendo, com tudo isso, a variar bastante o cardápio, inclusive usando legumes na salada, proteína de soja no quibe, banana e iogurte grego feito em casa na panqueca. Várias dessas experimentações são surpreendentemente boas. 
E o melhor: a pochete começa a reduzir, roupas que pareciam improváveis vão se ajeitando. Fico só querendo mais.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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