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sábado, 15 de março de 2025

Brownie de matchá e chocolate branco

Na minha última viagem a São Paulo, fiquei impressionada com a quantidade de preparos com matchá, além do onipresente pistache (que nem aguento mais ver, a propósito). Até floresta de matchá, versão de floresta negra feita com o chá verde em pó. Amei tudo que provei, então trouxe o chá, que achei caro, aliás.
Mas o tempo foi passando e eu não tinha nem mesmo aberto o pacote. Outro dia vi uma receita de Rita Lobo de um brownie de matchá com chocolate branco e então me animei. Fiz hoje - além de lindo e fácil de fazer, ficou uma delícia. Logo congelei a maior parte, já organizando minhas futuras marmitas. 

quarta-feira, 12 de março de 2025

domingo, 1 de dezembro de 2024

Novembro vulcânico

Novembro deve ter sido o mês que passou mais rápido este ano. Finalização intensa de trabalho, eutanásia do iMac, tentativa de usarem meu cartão de crédito pela segunda vez este ano, ida a veterinário com Zenzito, mais experimentação de pão sem sova, café no Latitude ao lado de um mini Bazar Rozê. Teve o necessário Ainda estou aqui, de nosso Win Wenders Walter Salles, que nunca decepciona - e pela primeira vez em Salvador vi o cinema em completo silêncio. Teve tributo a Elis com as surpreendentes e afinadíssimas Catharina Gonzaga e Angela Velloso, o melhor Cinesom de todos. Teve a maravilhosa Ana Carbatti no terceiro espetáculo antirracista que vi este ano, Ninguém sabe meu nome - tomara que um dia este não precise mais ser um tema especialmente pedagógico. Teve espetáculo de Portella Açúcar e Veko Araújo na rua Chile, na festa Hidden. 
E óculos novos para poder ver tudo isso em detalhes.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Pão voltando à área

Aos poucos, ainda não de levain, provavelmente sourdough em breve. Por ora, sem sova. Mas satisfatório, saudável e gostosim.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

A volta do fogão

Por esses dias, me ocorreu que, quando não souber o que fazer, faça o que sabe fazer de melhor. 
Calhou que eu estava há muito tempo ensaiando uma revisão do fogão. Ainda no sítio, chamei um técnico cego (isso mesmo, cego) para resolver um problema no forno maior e em duas bocas e ele propôs tirar as válvulas de segurança dos dois fornos, além de limpar as bocas, tudo utilizando tato e olfato. Em princípio, funcionou, mas isso durou alguns meses apenas - e não havia outra opção de serviço na região.
Quando mudei para Salvador, o fogão já estava apenas com três das cinco bocas funcionando, e apenas um forno, o menor, pois o maior ficou totalmente desregulado, com uma chama gigantesca, e eu passei a evitar o uso. Somente este mês chamei um técnico, que encontrei no Google, para fazer a revisão. 
A dupla de técnicos não veio no dia marcado, mas no seguinte (como o técnico da lava-louça; quase sugere um padrão). Propuseram desmontar as grades dos fornos e limpar fornos e bocas, além de trocar os queimadores das cinco bocas. O queimador do forno maior, uma placa enorme, estava corroído, então foi preciso trocar também. Caríssimo o total. Mas era possível dividir no cartão (com juros, o que deixou ainda mais caro). Sou muito ruim de barganhar o serviço alheio, e topei (até porque nem imagino quando teria condições de comprar outro fogão, ainda mais como este). De todo jeito, o fogão está perfeito, tudo funcionando, inclusive o botão do acendedor para os fornos. 
Para comemorar, resolvi fazer pão. Fui de australiano mesmo, mas empregando a maior paciência no tempo de fermentação. O resultado foram dois pães de 500 g cada, lindos, macios, deliciosos como há tempos não fazia. 
Claro que imaginei que ficariam bons, porque isso eu sei fazer bem. É disso que eu falava no início: diante de um problema para o qual ainda não vemos solução, o melhor é focar em outra coisa, neste caso, algo cujo resultado seja o melhor possível. Uma variação do "continue a nadar", mas enriquecido pela lembrança dos nossos talentos, que nunca são coisa pouca.

segunda-feira, 17 de abril de 2023

O pão do meu marido

Meu marido é um pão: todo mundo que conhece a gíria, sempre datada, para homem bonito, sabe disso. Mas o motivo do post é na verdade o pão feito pelo pão do meu marido. 
Sim, depois de muitos anos me vendo fazer pão ele resolveu realmente colocar a mão na massa, e não só pedir para eu ensiná-lo a fazer pão. Ele fez todo o processo, de pesagem, mistura, boleamento, produção do recheio das trouxinhas de maçã, acabou adicionando água a mais à massa, e ficou tudo uma delícia. A única coisa que fiz, além de passar a receita, foi pincelar um pouco de mel e água sobre as trouxinhas quando saíram do forno. 
O mais legal do aprendizado do pão é ver a alegria de quem aprende. Além da magia própria da transformação do alimento em comida, o pão é ainda mais encantador, com seu quê de surpresa e artesania. Impossível não se apaixonar. 

domingo, 6 de novembro de 2022

Cinnamon rolls e ambrosia acidental

Esses dias repeti duas receitas: cinnamon rolls e ambrosia. 
Quando fiz o cinnamon rolls, há 4 anos, não ficou tão bom, deu uma queimadinha e tals - marido nem lembrava que eu já tinha feito, pra ver o sucesso que foi. Desta vez, ficou maravilhoso (e a receita é exatamente a mesma, mas executada com mais atenção). 
Já a ambrosia, desta vez foi um acidente. Estava fazendo, com toda paciência, uma crema catalana pro jantar, mexendo no banho-maria, certinho. Mas, como marido se ofereceu para fazer o ragu que cobriria a polenta, e eu não podia perder essa oportunidade de ele cozinhar pra mim, resolvi apressar o processo, mesmo com uma vozinha gritando que ia talhar, e quis terminar o espessamento na panela direto sobre o fogo. Claro que talhou. Óbvio! Tem limão, né? Mas daí, talvez a mesma vozinha ajudando, me lembrei de que os ingredientes são quase os mesmos da ambrosia. Coloquei umas gotas de limão a mais, e deixei no fogo até espessar os gruminhos. E deu super certo.  

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Bolo, domburi, pão e a eterna arte da transformação

Não deve haver título/definição mais perfeito que o de Michael Pollan para o ato de cozinhar. Por isso, e na falta de outro melhor para juntar bolo, domburi e pão no mesmo post, parafraseei-o aqui. 
Na verdade, queria falar do bolo de cenoura mesclado, receita da Rita Lobo, para tratar do uso dos ingredientes do pacotão de legumes trazido por minha sogra lá da secretaria, vendido por uma colega de trabalho. Estou há mais de duas semanas na luta para preparar de um tudo com o que veio no pacote - depois engrossado por meio pacote doado por minha sogra -, e a receita do bolo de cenoura veio a calhar para dar algum brilho diferente aos legumes refogados de todo dia. A receita leva também cobertura de chocolate, mas resolvi me limitar ao chocolate em pó 70% cacau usado internamente. Ficou delicioso. 
O domburi herdou a berinjela do pacotão hortifruti. Vi uma receita de domburi com berinjela e shitake fresco no perfil gringo thefoodietakesflight, que tem uma proposta asiática vegana. Eu tinha a berinjela, um pacote de funghi secchi e adicionei frango, tudo com um molho feito de sakê mirin, açúcar mascavo e shoyu sobre arroz branco e depois finalizado com uma chuvinha de salsinha fresca e gergelim branco. Muito, muito bom. 
Por fim, testei nova receita de pão de hambúrguer. Ficou lindão, receita do Tastemade. Mas vale fazer umas adaptações para deixar mais leve, menos massudinho, como cortar pedaços de no máximo 80 gramas de massa, achatar e deixar crescer mais tempo, talvez na geladeira. Como tinha pressa, porque queria comer hambúrguer, e não preparar mais frango e legumes pra jantar, apostei no pão, que, mesmo levando mais de uma hora pra ficar pronto, não me exigia atenção todo o tempo, e sim o seu tempo de fermentação e de forno (a única chatice foi que a alça do cesto da airfryer - onde estavam os hambúrgueres - quebrou de novo, e eu queimei os dedos tentando segurá-la). 
Realmente estou cansada de cozinhar todo dia, mas sempre me encanta a capacidade humana de transformar ingredientes diversos em comida.

terça-feira, 14 de junho de 2022

Chipá ou chipa paraguaia


A primeira vez que provei chipas foi no ônibus que levava de Foz do Iguaçu para Ciudad del Este, no Paraguai. Tinha ido visitar meu amigo Bebê em Toledo, PR, e aproveitei para conhecer as Cataratas do Iguaçu e antes dar um rolezinho no país vizinho. Acabei me limitando à fronteira mesmo, indo a um ou outro shopping de muamba, então nem posso dizer que conheço Ciudad del Este. 
Mas a imagem das crianças correndo ao lado do ônibus e oferecendo chipas aos passageiros me marcou. Lembro de ter achado muito boa essa versão de pão de queijo, mais leve e com um toque de milho no sabor. Fui, inclusive, assaltada pelos guaxinins do Parque Nacional, que carregaram minhas chipas num piscar de olhos. 
Encontrei, anos depois, chipas congeladas em supermercados - Guga gostava de comprar vez ou outra. Mas foi uma postagem de minha amiga Luciana, mestra dos quitutes, que me levou a experimentar uma receita caseira. Na verdade, ela me enviou uma foto de recorte de embalagem de margarina, em espanhol, com a receita. Mais caseira, impossível.
Adaptei a receita, que pede "queso Paraguay" para queijo minas padrão e não usei anis. Na segunda vez, acertando o sal, ficou uma perfeição. Fiz um montão, congelei e comi como lanchinho da tarde por vários dias, preparadas na airfryer. Aprovadíssimas, por mim e pelo marido.

terça-feira, 19 de abril de 2022

Blondie de Páscoa

Parece brownie, mas tem mais textura de bolo, além de não levar chocolate na massa. Não tem, portanto, aquela textura de massa quase crua. Adaptei uma receita de Guga, que eu achava um pouco doce e seca além do necessário, e uma da Rita Lobo, quando percebi que a dele era, na verdade, de um blondie, e não de um brownie (reduzi açúcar, aumentei manteiga). Ficou muito boa. 

Ingredientes:
- 2 xícaras de farinha de trigo peneiradas
- 1 colher de sopa de fermento químico em pó
- 150 g de manteiga derretida
- 1 xícara de açúcar mascavo
- 1/2 xícara de açúcar refinado
- 1 xícara de chocolate 60% cacau picado
- 1/2 xícara de chocolate branco picado
- 1/2 xícara de castanhas ou nozes
- 2 ovos
- 1 colher sopa de extrato de baunilha

Misture bem a manteiga derretida com os açúcares. Acrescente os ovos e a baunilha, misturando bem para ficar bem liso. Ajunte então a farinha de trigo e o fermento, delicadamente, para não estimular o glúten e assim ter uma massa firme demais. Por último, adicione os chocolates e as castanhas, misturando com uma espátula, em movimentos de baixo para cima, sempre delicadamente. Despeje ao massa sobre uma forma retangular untada ou forrada com papel manteiga untado, uniformizando bem com uma estátula. Leve ao forno preaquecido a 180 graus por cerca de 25 minutos, ou quando, ao fazer o teste do palito, este sair limpo (diferentemente do brownie, que tem que ficar um pouco melecado). Espere esfriar para cortar. 

sábado, 16 de outubro de 2021

Subversões alimentares

Daí que, dos 7,5 kg perdidos com orientação da nutricionista em cerca de seis meses, reencontrei 5 kg ao longo da pandemia. Não é de espantar, já que andei cozinhando muita comfort food, doces, receitas com manteiga e gordura e me exercitando muito menos, além do estresse com pandemia, contexto nacional e trabalho triplicado. 
No primeiro semestre deste ano, também recomeçaram minhas alergias, que tinha associado à época - só porque calhou de acontecer na mesma época em anos anteriores; se estivesse em São Paulo, diria que é pelo ar mais seco do outono, o que, claro, não é o caso aqui. O muco, eu já sei, tem a ver com consumir muitos lácteos, mas não tinha pensado em nenhuma relação da alergia com permeabilidade intestinal. Quando fui procurar outra nutricionista, porque a anterior entrou em licença-maternidade, encontrei uma que trabalha com essa abordagem, de considerar uma alimentação menos inflamatória para possíveis casos de intestino permeável. 
Eu já tinha lido algo a respeito no livro sobre digestão, que comprei há dois anos, quando estive em SP e passando muito mal. Agora me aprofundei um pouco mais, depois da conversa com a nutri, que me recomendou reduzir um pouco os lácteos e a carne, apostando em proteínas vegetais para complementar as refeições. Adoro leguminosas, mas tinha cortado a pedido de Guga, que estava reduzindo bastante os carboidratos de todo tipo. 
Claro que não dá para ficar só no arroz com feijão - e eu já vinha comprando grão de bico, feijão fradinho e lentilha para cozinhar de vez em quando. Depois de experimentar as almôndegas de lentilha e ter conseguido congelá-las, resolvi fazer também falafel (e congelar) e homus. O falafel foi inclusive subvertido com o acréscimo de um pouco de cenoura. Também usei feijão fradinho em uma receita de curry com cogumelos (usei shitake fresco) e molho de tomate - ficou ótimo, e ainda aprendi a fazer chapati, um dos pães indianos. 
A quinoa é bem versátil e substitui o arroz, com a vantagem do aporte proteico e nutritivo que ela traz. Como hoje tinha sobrado espinafre, fiz um "quinoto" (achei que tinha inventado a palavra, mas já tinha gente usando) de espinafre, salsa, parmesão e castanha do pará ralada. Eu adorei - o marido achou OK. 
Já tenho ideias para arroz negro, quiche de grão de bico, alho poró e palmito, pão de ervilha e pasta de ervilha (esta sugerida pela nutri). 
Na verdade, emagreci pouco depois de ter mudado a alimentação. Estou retomando, aos trancos, os treinos na academia, sempre cheia. Mas já sinto que meus episódios alérgicos têm reduzido bastante. Ainda como doces de gula, mas se pensar um pouco mais nem sinto tanta vontade assim. 
Com a alta dos preços, a tendência é realmente aproveitar tudo que temos na geladeira, porque não está fácil não. Reduzir as quantidades, aproveitar a sazonalidade, mas manter a qualidade do que comemos. Uma coisa de cada vez. 

domingo, 16 de maio de 2021

Graham crackers texturizadas com amassador de batata

Receita da incrível Carol Labaki, confeiteira brasileira que vive no Chile. Como não tinha silpat texturizado, fiz uma textura "rústica" com amassador de batata. Ficou parecendo Lego. 
Poderiam ser mais fininhos, para ficar mais crocantes, ou então ficar mais tempo no forno com temperatura mais baixa. Mas, mesmo mais macios, lembrando cookies, ficaram uma delícia.  

sábado, 13 de março de 2021

Um pão de hambúrguer perfeito e um lockdown imperfeito

Temos vivido nas últimas semanas sob toque de recolher. Não é um lockdown, como alguns insistem em dizer. São medidas medianamente restritivas - o povo continua nas ruas, mas metade do comércio, considerado não essencial, permanece fechado. Tudo deve fechar entre 20h e 5h e bebidas alcoólicas não podem ser vendidas entre sexta-feira e domingo. Só.
Como ouvimos dizer que talvez a Bahia endurecesse essas medidas - ainda longe do lockdown, importante dizer -, fechando o comércio inclusive no final de semana, resolvemos nos adiantar e sair pra comprar víveres. Pensamos em almoçar em Lauro, mas estava só rolando delivery, para revolta do marido. Quando chegamos por aqui, o shoppingzinho também só estava oferecendo sandes por entrega, que devia ser combinada pelo app. Bueno, almoçamos macarrão com uma pitadinha de amargura. 
Pra compensar o não sandes do almoço, tive a ideia de fazer para o jantar um pão de hambúrguer, já que tinha sobrecoxa descongelada à mão. E fritas na Fritza, um luxo. Resolvi usar uma receita ainda não experimentada do meu hoje abandonado livro do Sebess, que me socorreu tantas vezes.  
E, então, com o distanciamento imposto pela pandemia à feitura dos pães, tive alguns insights. Li a receita, achei bem balanceada e rápida, mas adicionei por conta própria um pouquinho de leite em pó, para ter mais gordura e um gostinho. Modelei de dois jeitos - abrindo a massa e cortando círculos e boleando. Me ocorreu que talvez do primeiro jeito eu tivesse um pão mais aerado, menos denso do que o boleado (meus pães de hambúrguer são sempre boleados, e alguns ficam mais pesados do que devem). E pincelei com manteiga derretida, em vez de ovo - normalmente utilizado em brioches. Trinta minutos de descanso antes de modelar, mais trinta para crescer, enquanto o forno aquecia, mais trinta de forno a 200 graus, depois um pouquinho de grill para escurecer mais um tiquim. 
Cara, foi o melhor pão de hambúrguer que fiz. Talvez baixe mais o forno para deixar mais tempo sem o risco de queimar embaixo e para dourar mais a casca, deixar esfriar com a porta do forno entreaberta para não enrugar. Mas, de resto, supermacio. O que foi cortado em círculos não cresceu tanto, talvez devesse abrir menos a massa - mas foi o que ficou mais aerado. O boleado ficou muito mais macio do que seus antecessores. 
Com a sobrecoxa de frango frita, ficou melhor que o do KFC. Como disse o marido, só faltou um pouco de alface americana para ficar perfeito (para mim, já ficou). 

Ingredientes (para 4-5 pães):
- 250 g de farinha de trigo
- 75 g de manteiga em temperatura ambiente
- 5 g de sal
- 7 g de fermento biológico seco
- 10 g de leite em pó
- 150 mL de água
- 75 g de açúcar

Junte os secos e vá adicionando aos poucos a água. Incorpore a manteiga quando tiver formado uma massa mais homogênea; sove por cerca de 10 minutos, até descolar da batedeira ou tigela. Deixe descansar por cerca de 30 minutos e então modele os pães, distribuindo-os sobre uma assadeira e cobrindo-os com plástico. Conte mais 20-30 minutos de fermentação, então aqueça o forno a 200 graus por mais 30 minutos. Ao final de quase uma hora (fermentação + tempo de aquecer o forno), deverão ter crescido bastante. Pincele cada pão com manteiga derretida e leve ao forno por 30-40 minutos, até dourar a casca, cuidando para não queimar a parte de baixo. 

sábado, 28 de novembro de 2020

Bolo gelado de coco e cansaço da poha

Uma amiga de Bienais e que tais, a Lu Tchutchu volta e meia posta fotos do bolo gelado de coco, ou toalha felpuda, que ela faz pra família. Eu já fiz esse bolo uma ou duas vezes, mas não achei que tinha ficado como o da infância em SP, quando pipocavam embrulhinhos de papel alumínio com o precioso bolo de aniversário, devidamente úmido e bem doce, com floquinhos de coco. 
Resolvi testar a receita da Tchu, que faz sucesso nas redes. Meia receita, como de costume. Mas troquei o leite da massa por leite de coco. O resultado foi um bolo baixinho, semi queimado, seco, com pouquíssimo açúcar. Não cheguei a derramar a calda, que ficou deliciosa sobre ele. Como já tinha montado parte do mise-en-place, resolvi fazer outro. Forma menor, menor temperatura e menos tempo de forno, mais duas colheres de açúcar na massa. Também fiz o processo boleiro de sempre, primeiro gemas e açúcar, juntar os secos alternados com leite, e no final as claras em neve. E ficou ótimo! 
Guardei uma parte coberta com papel alumínio na geladeira, e comemos um pouco do bolo "normal", molhado, mas nem tanto. No outro dia, porém, o pedaço guardado no papel alumínio ficou maravilhoso, igualzinho ao que minha memória acusa das festas de aniversário paulistas, que volta e meia tinham essa delícia. Receita da Tchu aprovada, com pequeníssimas mudanças.
Esse bolo veio a calhar num dia de cansaço extremo. Só essas gostosuras para elevarem o ânimo nas atuais circunstâncias.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Senhora das demandas e cookies de peanut butter e torta holandesa

É praxe meu marido me perguntar se consigo fazer determinado prato ou sobremesa. Assim é desde que nos conhecemos. Começou com a feijoada.
No final da semana passada, ele perguntou de novo se eu saberia fazer cookies de peanut butter, iguaria que ele experimentou ainda criança nos tempos da escola americana. Mas no dia seguinte emendou com a torta holandesa. Eu já tinha me mobilizado para os cookies, mas resolvi acolher a torta, que adoro e nunca tinha feito.
De posse de uma receita de cookies da La Cucinetta e de uma de torta holandesa da Dani Noce, organizei os ingredientes. Fiz os cookies num dia, a torta holandesa para nosso almoço familiar dominical - dividindo assim todo aquele açúcar e gordura. Guga amou os cookies; eu gostei mais da torta holandesa e do creme musseline, que fiz pela primeira vez. 

terça-feira, 23 de junho de 2020

Pão de cacau, chocolate e cranberries

Certamente, um dos pães mais gostosos que já fiz. Achei a receita no site Massa Madre quando procurava alguma que levasse cranberries.
Além de perfumadíssimo, fica muito bonito e é impossível comer uma fatia só.

domingo, 14 de junho de 2020

Tiramisù com pão de ló, doce de leite e challah

Na esteira dos preparativos do jantar do dia 12, rolou tiramisù com pão de ló no ramequin, doce de leite caseiro com leite sem lactose, açúcar e duas colheres de leite em pó e challah, o famoso pão judaico que transita entre o pão sovado e o brioche. Delícias para fugir à mesmice quarentenal. 

sábado, 13 de junho de 2020

Mil etapas de um jantar

Datas comemorativas são desculpas para eu fazer coisas diferentes. Digo isso porque aqui em casa o marido passa ao largo das efemérides e só se lembra do aniversário do meu enteado querido. Isso quer dizer que se eu não fizesse nada no dia dos namorados tanto faria? Mais ou menos - porque, quando ele visse as chamadas na TV, ia estranhar a ausência de comemoração e de um jantar especial (já que este ano não rolou presente, pois não sabemos o que será do futuro, lindo trocadilho).
Comecei a fazer o jantar na antevéspera, preparando biscoitos savoiard e o mascarpone caseiro com creme de leite e limão. Um dia antes, fiz um pão de ló pequeno, por via das dúvidas, um confit de tomate cereja e, de quebra, doce de leite para experimentar com o pão de ló (essência do bem-casado). No dia, depois de praticar tai-chi, limpar banheiro e pintar as unhas, fiz baguetes, o almoço, preparei o creme do tiramisù, montei o tiramisù com biscoitos e com pão de ló, e perto do horário do jantar, de banho tomado e vestido novo que o marido não comentou, além de finalizar as baguetes, lavei a salada, fatiei as batatas, temperei com azeite, sal, pimenta e tomilho seco, temperei um pouco de ricota quando descobri que o brie que compramos estava estragado, coloquei as baguetes de volta no forno porque o marido achou-as pouco crocantes, sequei a salada, montei o mil-folhas de batata em forma de rosa (talvez a coisa mais bonita que fiz nos últimos tempos), esperei para colocar no forno depois de tirar as baguetes, que comemos com manteiga e o confit, temperei os bifes de entrecôte que o marido cortou e coloquei na grelha quando as batatas ficaram prontas (ainda deixei no grill para dourar as pontinhas). O mil-folhas ficou divino, o confit de tomate idem, a carne poderia ter ficado menos tempo na grelha e ser mais alta, o tiramisù, finalizado na hora de comer com cacau polvilhado, ficou perfeito. O marido aprovou o jantar, mas quem mais gostou do resultado fui eu - a única coisa ruim foi a pilha de louça para lavar. 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Mascarpone e biscoitos savoiard caseiros

Outro dia fiquei pensando em quais seriam meus bolos e sobremesas Top 10, em listas separadas, claro. Ou melhor, uma só de bolos e uma com sobremesas diversas, incluindo bolos. Na de sobremesas, sem sombra de dúvida, estaria o tiramisù, ao lado do crème brûlée, do pudim de leite condensado, da mousse de chocolate, da torta de morango, da cocada de forno, da salada de frutas, do Red Velvet, do sorvete de doce de leite, do mil-folhas, do bolo inglês (só aqui já são mais de dez). Quase sempre, coisas que levam baunilha e/ou caramelo e/ou chocolate. 
Já fiz tiramisù umas duas vezes, mas em nenhuma tive um resultado incrível. Comi um tiramisù maravilhoso num pequeno restaurante de um italiano em Bragança Paulista, totalmente artesanal. Nunca mais encontrei algo parecido. 
Uma das dificuldades é achar queijo mascarpone (aliás, a substituição do mascarpone na sobremesa é um dos motes do personagem de Ricardo Darín no belíssimo O filho da noiva); quando se encontra, é caríssimo ou não é de boa qualidade. 
Tive a ideia de repetir a tentativa porque vi a foto de um tiramisù lindo feito por um amigo quarentenado. Logo pedi a receita a Rodney, e ele comentou que havia até quem fizesse o mascarpone e o biscoito champagne em casa, mas que isso já era mais complicado. Como adoro uma complicação e porque sei que aqui não acharei nem mascarpone nem biscoito champagne, busquei receitas de ambos. Cheguei a uma receita completinha da Rita Lobo, com mascarpone e biscoitos caseiros. 
Quando vi a receita do biscoito, pensei: por que ele é chamado champagne, se não leva champagne nem bebida nenhuma? Agora há pouco, no site da Raíza Costa, vi que ele se chama savoiard (provavelmente relativo ao Ducado de Savoia, meio francês, meio italiano), e no site Cozinha Técnica, que o biscoito champagne na verdade é um primo, cor-de-rosa, feito na região de Champagne. 
Fiz meia receita para experimentar; deu muito pouco, ficou meio sequinho. Fiz a receita inteira, tomando cuidado com o banho-maria, para não cozinhar as gemas. Depois vi que a Raíza não faz o banho-maria, só junta claras em neve com as gemas batidas e depois a farinha, delicadamente. Depois vou experimentar a receita dela, que deve deixar os biscoitos mais leves, como pão de ló.
Ainda não sei se vou tentar fazer um pão de ló como opção. De qualquer modo, os savoiard e o mascarpone já estão prontinhos, à espera. 

terça-feira, 9 de junho de 2020

Bolo de uva, what a big surprise!

Estava buscando uma receita de bife ancho para fazer na próxima sexta, quando fui parar no site da Casa Perini Moscatel, conhecida vinícola gaúcha (apareceu até no Masterchef). Além de muitas receitas lindamente fotografadas de pratos principais, me chamou a atenção um bolo branco com manchas roxas - era um bolo de uva! Nunca tinha visto, nunca tinha comido bolo de uva, eu, que amo uva, suco de uva, sagu, vinho. No máximo, comi tartelete com creme de confeiteiro e uva Itália. 
Fiquei com o bolo na cabeça, e hoje resolvi fazer. Comprei uvas pretas sem sementes com essa má intenção. Disse ao marido que ia fazer bolo, ele se animou todo para logo se desanimar quando soube do que era ("poxa, se ainda fosse de chocolate"). Ainda bem que a pessoa que gosta de experimentações nesta casa é a mesma pessoa que cozinha, que sorte a minha. 
O bolo, na verdade, é bem simples, branco, de liquidificador; é só adicionar as uvas lavadas e enfarinhadas à massa na hora de enformar. Aquilo que tinha me encantado, a cor roxa das uvas "explodidas", aconteceu perfeitamente. O bolo é bem suave, gostoso, ótimo para um chá, nada enjoativo. Não é tão delicioso quanto um de chocolate ou de mel e nozes ou inglês ou red velvet ou de mousse branco ou de morango, mas é tão bonito que vale a pena fazer pelo menos uma vez. 

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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