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sexta-feira, 15 de julho de 2022

Simplicidade, a maior das evoluções

Do mesmo modo que me interessa saber como se davam os antigos processos culinários, quando não havia tecnologia nenhuma, e como são feitos alguns pratos mais complicados, eu sempre busco as soluções mais simples para essas mesmas receitas. Como aconteceu com o boeuf bourguignon, por exemplo: procurei aprender a receita "raiz" para depois simplificar o prato, preparando-o inclusive na panela de pressão, autorizada pelo Troisgros. O mesmo com a sopa de maní, cuja receita já achei simplificada e simplifiquei mais um pouquinho. Aprendi a fazer sorvete sem sorveteira, entendendo a lógica de seus ingredientes, antes de comprar uma sorveteira. Ou seja, se faltar energia, mas não ingredientes, ainda dá pra eu me virar. 
Mas a simplicidade de que mais gosto é poder fazer combinações com o que já está pronto na geladeira. Antes de saber cozinhar, eu já tinha encantamento por marmitas - e hoje elas estão tão na moda! 
Por isso, gosto tanto dos programas da Rita Lobo, que aborda não só a comida de verdade, mas também a simplificação do ato de cozinhar cotidianamente. Pra mim, é a verdadeira evolução culinária, a simplicidade. 
Dia desses, sem arroz na despensa, preparei uma quinoa que estava ali perdida, para acompanhar lentilha cozida. Ambas sobraram, já mais sequinhas. E achei duas receitas do Panelinha, que ainda me fizeram aproveitar uma beterraba do fundo da gaveta e amêndoas que já estavam meio murchinhas. Logo tínhamos, para o jantar, um cuscuz marroquino feito com quinoa, amêndoas, alcaparras e raspas de limão e lentilhas com molho de balsâmico e fatias de beterraba, ambos muito gostosos. 
Aproveitando que tinha feito coalhada caseira, preparei uns nuggets simplificados, marinando o frango já temperado no iogurte e passando numa farinha de rosca feita com um pão francês integral que havia sobrado. Ainda preparei um molho tártaro com maionese pronta, alcaparras e picles de pepino, delícia. 

sábado, 16 de outubro de 2021

Subversões alimentares

Daí que, dos 7,5 kg perdidos com orientação da nutricionista em cerca de seis meses, reencontrei 5 kg ao longo da pandemia. Não é de espantar, já que andei cozinhando muita comfort food, doces, receitas com manteiga e gordura e me exercitando muito menos, além do estresse com pandemia, contexto nacional e trabalho triplicado. 
No primeiro semestre deste ano, também recomeçaram minhas alergias, que tinha associado à época - só porque calhou de acontecer na mesma época em anos anteriores; se estivesse em São Paulo, diria que é pelo ar mais seco do outono, o que, claro, não é o caso aqui. O muco, eu já sei, tem a ver com consumir muitos lácteos, mas não tinha pensado em nenhuma relação da alergia com permeabilidade intestinal. Quando fui procurar outra nutricionista, porque a anterior entrou em licença-maternidade, encontrei uma que trabalha com essa abordagem, de considerar uma alimentação menos inflamatória para possíveis casos de intestino permeável. 
Eu já tinha lido algo a respeito no livro sobre digestão, que comprei há dois anos, quando estive em SP e passando muito mal. Agora me aprofundei um pouco mais, depois da conversa com a nutri, que me recomendou reduzir um pouco os lácteos e a carne, apostando em proteínas vegetais para complementar as refeições. Adoro leguminosas, mas tinha cortado a pedido de Guga, que estava reduzindo bastante os carboidratos de todo tipo. 
Claro que não dá para ficar só no arroz com feijão - e eu já vinha comprando grão de bico, feijão fradinho e lentilha para cozinhar de vez em quando. Depois de experimentar as almôndegas de lentilha e ter conseguido congelá-las, resolvi fazer também falafel (e congelar) e homus. O falafel foi inclusive subvertido com o acréscimo de um pouco de cenoura. Também usei feijão fradinho em uma receita de curry com cogumelos (usei shitake fresco) e molho de tomate - ficou ótimo, e ainda aprendi a fazer chapati, um dos pães indianos. 
A quinoa é bem versátil e substitui o arroz, com a vantagem do aporte proteico e nutritivo que ela traz. Como hoje tinha sobrado espinafre, fiz um "quinoto" (achei que tinha inventado a palavra, mas já tinha gente usando) de espinafre, salsa, parmesão e castanha do pará ralada. Eu adorei - o marido achou OK. 
Já tenho ideias para arroz negro, quiche de grão de bico, alho poró e palmito, pão de ervilha e pasta de ervilha (esta sugerida pela nutri). 
Na verdade, emagreci pouco depois de ter mudado a alimentação. Estou retomando, aos trancos, os treinos na academia, sempre cheia. Mas já sinto que meus episódios alérgicos têm reduzido bastante. Ainda como doces de gula, mas se pensar um pouco mais nem sinto tanta vontade assim. 
Com a alta dos preços, a tendência é realmente aproveitar tudo que temos na geladeira, porque não está fácil não. Reduzir as quantidades, aproveitar a sazonalidade, mas manter a qualidade do que comemos. Uma coisa de cada vez. 

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Quinoa doce também pode

Cozinhei e congelei toda a quinoa que tinha, com medo de o pote ser infestado por bichinhos. Afinal, quinoa é um negócio caro, e eu normalmente como cozida, como acompanhamento de pratos salgados - no lugar de arroz e do cuscuz marroquino, principalmente, mas também em saladas.
Vi, então, no UOL uma receita de quinoa doce, para substituir o arroz doce. Leite de coco, açúcar mascavo, limão e canela acrescidos à quinoa - já cozida, no meu caso - e temos um substituto bem respeitável para esse doce tão popular e cheio de afetos. 

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Congelados, soja, Chauí e a importância do pensar

Acho que até o final da quarentena, sabe Deus quando será, terei me tornado a louca dos congelados.  Ando querendo cozinhar, branquear e congelar tudo o que tem no armário. Quando vi que a ricota ótima que comprei estava prestes a expirar, fiz com ela um recheio para uma massa verde - cozinhei rapidamente, resfriei e congelei. Ia fazer quibe para congelar, então cozinhei toda a quinoa que tinha - mas soube por minha sogra que a proteína de soja é uma roubada; projeto quibe de soja, portanto, abortado. Mas daí tem a lentilha - que junto com a quinoa rende almôndegas, projeto novo da semana. Já estão na fila o feijão fradinho, o arroz branco e o milho para canjica. As bananas que vão amadurecendo rápido também são picadas em rodelas e congeladas. Dá pra congelar até repolho cortadinho, uma beleza. E o pesto, então? Não fico mais sem. 
Até comprei uma bombinha para sugar o ar das embalagens plásticas, mais barata e mais ecológica que aquelas seladoras Polishop e congêneres; deve chegar na semana que vem, entonces o congelamento será pleno.
Além do ótimo curso de congelamento de alimentos do Senac, que me deu todas essas dicas, resolvi fazer, por indicação da minha amiga Simone, um curso sobre pensadoras da Casa do Saber (umas posições em Gêmeos no mapa astral explicam). Simone falou especialmente bem do curso da Marilena Chauí (na foto acima, de Bob Sousa) sobre Gilda de Mello e Souza e Clarice Lispector. 
Nos últimos tempos, só me voltei para as pesquisas em gastronomia e leituras algo repetitivas de trabalho. Pouca literatura, quase nada de textos "de humanas". Putz, foi ver a Chauí no tal curso para eu me lembrar como isso é importante, essencial para mim. Como me emocionava ao ouvir algum professor dividindo seu conhecimento, falando com clareza, a coisa mais linda que há. Como me faz falta ler Clarice e tantas e tantos, ler pensadoras e pensadores tantos e tão competentes.
Temos sido soterrados por tanta tacanhice, ignorância, inverdade, que essa luz do conhecimento em nós acaba se apagando um pouco, por contato. Mas é de novo emocionante vê-la voltar a brilhar diante da palavra bem empregada, do tema fundamental, da importância do pensar para a existência. Voltamos a existir, somente por essa luz.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Quibe de quinoa é uma boa

No cardápio da marmita semanal, tinha pensado em fazer quibe. Só não achei o trigo no supermercado, e daí resolvi usar quinoa no lugar. Fácil de fazer, e ficou uma delícia.

Ingredientes:
500 g de carne moída
1 1/2 xícara (chá) de quinoa
1 cebola média picada
hortelã (usei desidratada)
canela em pó
cravo em pó
noz-moscada
pimenta-do-reino
sal a gosto

Modo de preparo:
Cozinhe a quinoa com um pouco de sal. Reserve. Em uma tigela, junte a carne moída, os temperos e a cebola; adicione a quinoa. Coloque tudo em um refratário levemente untado com azeite, apertando bem contra o fundo. Pincele com um pouco de azeite e leve ao forno preaquecido por cerca de 40 minutos. Sirva com tabule ou arroz sírio. 

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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