domingo, 28 de setembro de 2025

Cantoria na Lapa

Vivi fez aniversário e fomos comemorar no karaokê da Lapa. Zero glamour, o predinho na Joana Angélica acaba sendo escondido pela feira que vai se desmontando ao anoitecer. Quase não achei, tive de perguntar a um ambulante onde era. 
A fila para cantar é grande, mas funciona. Quatro reais por música, como na saudosa Choperia Cristal. Os organizadores da fila ainda fazem backing vocal, um luxo. E o público, embora tenha de tudo, como convém a um espaço democrático como o karaokê, tem muito profissional, rola muito cantor velha guarda, uma maravilha. As outras mesas participam de tudo, cantam junto, pura diversão. 

Um bolinho para Sueli

Sueli faz parte da minha diretoria do litoral norte. Viramos vizinhas em Salvador. Ela é desterrada como eu, da mesma cidade. Também deixou São Paulo para viver na Bahia em função de um casamento. Ela é uma das pessoas mais naturalmente elegantes que conheço. 
Soube, num dos nossos cafés, de sua angústia por uma questão de saúde na família. Ela comentou também da saudade dos amigos que sempre se reuniam no litoral norte. Daí resolvi chamar todos para um almocinho com bolo de aniversário para ela. Um jeito de emanar amor para ela e sua família querida. Acho que deu certo, pelas notícias que ela compartilhou depois. E a gente também se impregnou desse afeto, como sempre. 

domingo, 21 de setembro de 2025

Ensinando a transgredir no teatro

Quando soube que havia uma peça baseada no primeiro livro que li de bell hooks, Ensinando a transgredir, fiquei toda animada. Logo fui comprar ingresso - achei um pouco caro, mas tudo bem, valeria a pena. Ainda por cima, era relativamente perto, no teatro da Aliança Francesa. 
Lá fui eu numa sexta-feira para a ladeira da Barra. Talvez a perimenopausa me deixe hipersensível ao ruído, então a algazarra ao redor - o público parecia formado por familiares entusiasmados dos atores - me irritou um pouco. Quando entramos na sala, achei tudo desconfortável, precisando de uma reforma urgente (ainda mais depois de ter estado no Cineteatro 2 de julho, lindo, com atrações gratuitas para jovens estudantes de escolas públicas). Havia um rapaz, trepado num nicho, tocando os mesmos dois acordes de guitarra interminavelmente. 
A peça já começa com os jovens atores entrando correndo, contando que invadiram uma sala, bateram nos professores, deram um tiro. Fiquei espantada: o que isso tinha a ver com o livro de bell hooks, que fala da educação como ferramenta de transformação social e da transgressão no sentido de propor visões mais amplas da realidade? Na verdade, a participação de bell hooks se limitava a três leituras de trechos do livro, por uma atriz que fazia as vezes da autora. Como descobri mais tarde, a peça é, na verdade, a encenação ipsis literis (com exceção dessas cortinas com texto de bell hooks) de uma peça, Coro dos maus alunos, de um autor português, Tiago Rodrigues. A peça de Rodrigues, anterior a Merlí, da Netflix, tem a mesma premissa da série: um professor de filosofia transforma a vida de seus alunos, levando-os a questionar as formas tradicionais de pensamento. No caso da peça, isso leva à idolatria do professor e à violência extrema dos alunos ao defenderem o mestre de uma demissão injustiça. 
É difícil eu não gostar de uma peça de teatro. Mesmo abstraindo o amadorismo do grupo, fiquei o tempo todo pensando em como aquela peça poderia levar as pessoas que não conhecem a obra de bell hooks, quase uma pupila de Paulo Freire, a concluírem que o que ela defende é um quebra-quebra quando discordamos de alguém. Nada mais distante dos aprendizados deixados pela autora de Tudo sobre o amor.  

Povo na rua contra bandidagem e anistia para golpistas

Fazia tanto tempo que eu não ia a uma manifestação que fiquei com medo de perder a hora! Não perdi, mas bem na hora em que ia sair começou a chover. Esperei um pouco, peguei sombrinha, chapéu, água e rumei pro Morro do Cristo. 
Quando cheguei na orla, achei que tinha pouca gente, muitas pessoas pareciam as que caminham pela Barra, mas não manifestantes. Aos poucos, fui identificando a galera, com mochilas, garrafas de água, camisetas verde e amarelo ou vermelhas, algumas com cartazes ou bandeiras. Oba, estava no caminho certo! Parecia que muita gente tinha esperado passar a chuva para chegar.
Dali a pouco, dava para ver a multidão crescendo na direção do porto da Barra. Famílias, amigos, movimentos sociais, um ou outro político - todo mundo querendo o mesmo, defender a soberania do Brasil, a democracia e combater os picaretas da política. Como de costume em Salvador, teve trio, com Daniela Mercury e Wagner Moura. Teve dancinha ao som de "sem anistia". Que esse movimento de alegria, esperança e justiça só cresça.  

sábado, 20 de setembro de 2025

Banana bread vegano com mirtilos

Nem sempre encontro mirtilos e menos ainda com preço bom. Um dia desses, encontrei, e acabei comprando duas caixinhas. Mas antes que a segunda estragasse - aqui em casa tenho evitado ao máximo deixar estragar frutas e verduras ou qualquer coisa - tive a ideia de colocar mirtilos no banana bread, mesma receita que fiz para o níver de Flavinha. Depois vi que não é nenhuma novidade, muita gente faz essa mistura. O fato é que fica ótimo!

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Banana bread abrindo os trabalhos

Fiz outra receita de banana bread para um café na pós, para comemorar o aniversário de uma colega querida. Como me foi pedida uma receita vegana, tirei os ovos da receita da Rita Lobo, troquei por leite de coco, ficou lindão e uma delícia, quase não consegui provar! O contexto adoçou ainda mais a mesa bem posta, com a mulherada animada do PPGNEIM. Amo. 

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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