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segunda-feira, 31 de março de 2025

NEOJIBA no aniversário de Salvador

No dia 29 de março, Salvador completou 476 anos. Ela é ariana. Isso explica muita coisa. É muita efervescência, muito "bora ali" para que fosse diferente. Não quer dizer que seja fácil. Mas, mesmo com os poréns que toda cidade tem, e Salvador tem índices sociais difíceis, mesmo assim, eu me adaptei muito bem, e até recebi o que para mim foi um elogio de um motorista de aplicativo: "a senhora já é baiana". Como soa diferente do "jeito baiano de ser" de uma certa ex-chefe minha!
Calhou de, exatamente no aniversário da cidade, eu ir, com Liu, assistir pela primeira vez à apresentação do NEOJIBA, o núcleo de orquestras jovens e infantis criado pelo maestro Ricardo Castro em parceria com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia. Não tenho nem palavras para descrever. 
Com certeza é emocionante ver a OSBA em ação, mas assistir àqueles jovens tão compenetrados e, ao mesmo tempo, divertindo-se enquanto tocam, como os contrabaixistas em coreografias e sorrisos, é de levar às lágrimas. Pensar em quantos jovens são retirados das ruas e na oportunidade de fazer valer a justiça social, isso não tem preço. Por isso, a apresentação, que começa com Carlos Gomes, passa pelo soturno Sibelius, depois a alegria Broadway de Bernstein, tinha mesmo que terminar com a apoteose de Martín Fierro de Ginestera. Pura beleza, pura beleza. 
E Salvador é assim também - som de mar e pássaros, fortes contrastes, muita intensidade, muita música e multidão, festa, luta, identidade. Só tenho a agradecer por ela me receber tão bem.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Que venha 2025

Uma virada simples, com amigas recentes, jantar e praia. Coordenando o comer 12 uvas e saltar sete ondas, beber espumante, tudo ao mesmo tempo, no meio da alegria e da esperança gerais. E deu certo, e vai dar certo. Que venha 2025, prontas estamos.

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Outubro de trabalho, mas também de dança e comida

Até quando viverei em Salvador? Sabem os orixás! Mas, enquanto vida houver, e esta for em Salvador, sigo palmilhando a terra soteropolitana. 
Neste outubro, de muito trabalho, mesmo temporário, um dia acordei e pensei que queria voltar a fazer flamenco. Busquei no Google, achei um tablao no Rio Vermelho, mandei mensagem, marquei aula experimental. Ya estoy, tentando me lembrar minimamente da coreografia de dez anos atrás. Mas me divertindo mais que antes, com certeza. 
Outro dia, aproveitei que tinha um tempinho antes de encontrar Vivi para almoçar e passei na Ahorita, padaria artesanal no Rio Vermelho, na rua mais tortuosa que já vi. Pedi uma focaccia, não gostei muito; já o pão rústico, ótimo, melhor, talvez, que o da Saletial, com sal e azedinho no ponto. A Saletial, que tem pães lindíssimos, também fica no Rio Vermelho, mas só trabalha com encomenda e entrega. 
De lá rumei pro Buddha Bistrô Asiático, que estava oferecendo almoço e jantar pelo Salvador Restaurant Week. Tudo perfeito! Pedimos e dividimos chikin (coxinha coreana) e bao (pãozinho chinês) de entrada, katsutera (pão de mel japonês, mais para pão de ló, delicadíssimo, com calda de doce de leite e licor de licuri) e kanom thai (crumble de banana com mousse de leite e coco queimado) de sobremesa e cada uma pediu um mee goreng, um yakissoba com camarão e carne suína, delícia. O drinque, sem álcool, era de tangerina e manjericão, maravilhoso. 
Por fim, umas semanas antes rolou cervejinha de aniversário de Vivi, com seus amigos da universidade, no Bagacinho, bar disputado e com ótimos petiscos. E me meti no aniversário de Mona, no querido Piri.
Apesar de toda preocupação, ainda dá pra se divertir nessa vida.

terça-feira, 23 de julho de 2024

Salvador é pura música

Salvador tem de tudo. Tem rock, tem música afro em todas as suas nuances (axé, samba, ponto de orixá, maracatu), tem sinfônica, tem jazz, tem banquinho e violão. Tem até Cidade da Música (que ainda vou visitar)! Aqui Orfeu estaria sempre no Paraíso.

quarta-feira, 6 de março de 2024

Bar da Monica, uma pequena aventura na Gamboa

Mais uma vez na Gamboa, desta vez no Bar da Monica, com Vivi. Embora nas mesmas paragens, um rolê completamente diferente do Re-restaurante de dona Susana. Explico.
Quando fui ao restaurante de dona Susana, com Marise, era só entrar na comunidade, pelo caminho do casario colorido pela galera do Musas, seguir a multidão e logo estava lá. Achei que o caminho para o Bar da Monica fosse mais ou menos o mesmo, só andando um pouco mais à frente. Ledo engano. Perguntamos aos moradores que íamos encontrando como chegar lá, e cada pessoa dizia uma coisa. Entendemos, de todo jeito, que tínhamos de subir escadas, e não descer, como quem vai até dona Susana. Até que uma senhora disse que tínhamos de subir até voltar para "a pista", ou seja, a Avenida Contorno, e então "atravessar". Atravessar para onde, meu pai? Para a rua Carlos Gomes? Nesse momento, e porque não víamos visitantes, tudo era muito ermo, resolvemos voltar até o lugar de onde partem os barquinhos. 
Sim, para se chegar ao Bar da Monica, o mais comum, pelo que vimos, é via barco. Descemos uma escadaria imensa até a praia pequena e pedregosa, e perdemos uns bons minutos vendo a suposta organizadora da saída de barcos brigar com os barqueiros antes que pudéssemos tomar um barco e sair. Gleison, o barqueiro, disse, todo sorridente, que era só chamá-lo, a qualquer tempo, que ele iria nos buscar (pagamos 20 reais por pessoa pela ida e volta). 
Quando chegamos, o bar estava completamente lotado, por volta das 10h30. Daí percebemos a grande diferença para o restaurante de dona Susana - o bar da Monica é praticamente uma barraca de praia, então, como se estivéssemos na praia, o pessoal chega cedo e fica até altas horas. Se não fosse por Sadan, o garçom com maior boa vontade do lugar e, oficialmente, o melhor organizador do espaço, não teríamos arrumado nem uma cadeira. Ele colocou uma mesa com guarda-sol para nós lá em cima, perto da cozinha, e lá pelas 15h, quando nem sonhávamos com mais nada (até porque já tínhamos dado nosso mergulho), nos convidou a ocupar uma mesa bem na frente do mar - que não era a mais bem localizada, porque, como ficava diante da escada do "píer", tinha uma barreira humana diante dela, gente fotografando, gente olhando, conversando, sentando em cima da mesa. A zoada também era grande, com todas aquelas pessoas concentradas sob a cobertura, com caixas de som e que tais. 
E a comida? Pedimos moqueca mista, ela veio com meia dúzia de minúsculos camarões e duas postas de cavalinha. Nem de longe se compara à de dona Susana, e é mais do que o dobro do preço. Mas ninguém ali se importa, porque o atrativo do lugar é o lugar, é o mar diante de todos, a possibilidade de poder dar um mergulho, ou vários, entre um aperitivo e outro. No meu caso, até descolei um macarrão emprestado, por coincidência de uma amiga da minha professora da academia, imagine. 
Vale a pena? Vale muito. Mas os locais já sabem: é para chegar cedo, passar o dia, de preferência apostando em petiscos, e não no almoço. Sim: chegar de barco, e não se aventurando pelo labirinto da comunidade, deixando a aventura para a travessia marítima. 

terça-feira, 5 de março de 2024

Rio Vermelho de amor

Sempre tive a maior simpatia pelo Rio Vermelho, a começar pelo nome. Ainda por cima, é um bairro charmoso, cheio de lugares para visitar. Foi um dos lugares que busquei quando decidi me mudar para Salvador, mas a demanda intensa deixa os aluguéis nas alturas. A praia não é incrível, como não são as praias de Salvador em sua maioria, mas o visual é lindo. Ainda por cima, é o cenário da festa de Yemanjá, que agrega todas as gentes em fevereiro. Este ano, voltei à festa por terra - a primeira vez foi há 27 anos, quando eu entendia menos ou nada da cultura baiana, e naquela ocasião, depois de lançar flores ao mar, resolvi ir ao Pelourinho, e no caminho conheci uma senhorinha cuja sacola ajudei a carregar e que me convidou para uma festa no Rosário, privilégio sagrado. 
Desta vez, na trilha do sagrado, fui a pé de Ondina ao Rio Vermelho, acompanhada da querida Suely, no meio do mar de gente, onde conseguimos encontrar Cris. Tudo na Bahia é mar, e o mar de gente está em toda parte. Lançamos nossas rosas, pé na areia, e descobrimos o serviço essencial de lavapés - dois rapazes na escada de acesso à praia derramavam água fresca nos pés dos ofertantes, e ainda enxugavam e calçavam os pés de cada um, recebendo em troca "o que quiséssemos dar". Ouro daria, se ouro tivesse! 
No ano passado, viemos à festa pelo mar, o que foi lindo de ver também. Mas estar no meio da multidão tão diversa, tão alegre, é incomparável, com pessoas de todas as idades, de bebês vestidas de baianinhas a senhoras octogenárias dançando na rua com alegria contagiante. Só foi difícil almoçar por ali, tudo completamente tomado - aliás, este verão foi impressionante a quantidade de pessoas em Salvador, em qualquer lugar. Tivemos de almoçar em Ondina por não encontrar lugar no Rio Vermelho; só tínhamos conseguido sentar num bar-corredor, com garçons simpáticos e muito atrapalhados e um som que impossibilitava qualquer conversa, então almoçar ali nem pensar. 
Mas eis que, uma semana depois, voltei ao Rio Vermelho para encontrar Marisa e Harley, recém-chegados de Alagoas (ai, que saudade deu!). Fomos tomar um sorvetinho, bater papo e dar um rolê ali mesmo na Casa de Yemanjá. Só aí me lembrei de que os mosaicos lindos da casa foram feitos por meu amigo Ed Ribeiro, pintor dos orixás, que conheci nas andanças com Liu e Igor na Vitória, confirmando a tendência do Rio Vermelho de ser um lugar de encontros e afetos.

domingo, 7 de janeiro de 2024

Turistando em Salvador

Recebi a primeira visita paulistana em Salvador - Marise. Ela veio para passar o ano-novo, e fizemos render a estadia dela aqui. Depois do pôr do sol no Farol da Barra, aceitamos um convite para festa de réveillon com amigos recentes para já iniciar o ano com o pé direito.
Fomos ao desejado restaurante de dona Susana, na Gamboa, o Re-restaurante, que apareceu até em série da Netflix. A fofíssima dona Susana oferece uma comida maravilhosa: a moqueca de 70 reais serve facilmente até 3 pessoas, com o bônus da vista incrível para o mar. 
Palmilhamos o Pelô numa tarde, revisitei a Fundação Casa de Jorge Amado, onde Marise me rejuvenesceu uns 20 anos numa foto. Tudo muito lotado nesta época, mas tomamos um sorvete na Cubana antes de pegar o elevador para a Cidade Baixa. Achei que o Mercado Modelo deu uma encolhida em termos de mercadorias após a reforma, tudo muito massificado e caro. Lembrei Marise que os produtos de beber e comer poderiam ser encontrados mais em conta no Ceasinha, mesmo não sendo o lugar mais barato para comprar em Salvador. A Casa da Música ficou para uma próxima, porque já tinha fechado.
Fizemos também o périplo Rio Vermelho, com Ceasinha, Casa do Rio Vermelho, onde eu moraria tranquilamente, e acarajé da Dinha, onde encontramos Márcio e o garçom queria nos convencer de que tínhamos tomado seis cervejas em vez de quatro - um lugar a não voltar mais.
Por fim, fomos com George ao Bonfim, que já se prepara para a Lavagem na próxima semana, demos um rolê na Ribeira e na fila do Sorvete da Ribeira, um fenômeno de público, para terminar a andança em Santo Antonio Além do Carmo, esse chuchu de bairro. 
Bom demais estar com as pessoas queridas, colocar a conversa em dia, com esse sol que brilha em toda parte. Salve Salvador!

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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