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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O mundo está ao contrário e ninguém reparou?

É tanta notícia ruim neste país nos últimos dias que a mente demora muito a serenar para que a gente possa se tornar minimamente produtiva ao longo do dia. Não bastassem as notícias da violenta expulsão das famílias de Campo do Meio, MG, que ocupavam há mais de 20 anos terras da usina falida onde haviam trabalhado, e lá produziam agricultura orgânica e o melhor café da região, do avanço da Covid-19 no país e no mundo, do desmonte incessante da cultura e da educação, da morte de centenas de indígenas por assassinato ou por Covid-19, há essa história horrível da menina capixaba de 10 anos, estuprada pelo tio desde os 6, grávida, que não conseguia abortar porque os médicos se recusaram e depois enfrentou uma turba de fanáticos religiosos, diante do hospital que aceitou fazer o aborto, que chamavam a criança de "assassina". Fiquei tão perturbada desde que soube dessa história, e dos seus desdobramentos que indicam todo nosso retrocesso e fracasso social, que hoje nem consegui trabalhar. Só pensava na criança, assustada, roubada de sua vida, aviltada por alguém da família e por estranhos. Que país, que mundo, que tempo são estes?
Depois de tudo o que temos visto sob a luz atordoante dessa pandemia, vamos seguir sendo os mesmos, sabendo-mas-ignorando as situações gritantes de desigualdade do nosso país? Ou vamos agir de forma efetiva e contundente para evitar que as trevas cubram tudo até não sabermos mais onde estamos nem quem somos?

sexta-feira, 10 de março de 2017

Fearless girl

Diante do touro de bronze de Wall Street, surgiu, no Dia da Mulher, uma desafiadora menina. Ainda não definitiva no local, a escultura pretende mostrar o papel das mulheres no mundo, especialmente o dos negócios.
Vejo muito mais nesse enfrentamento. Vejo a luta diária de milhões para serem ouvidas, respeitadas, valorizadas.
No Dia da Mulher, que deveria ser o dia de lembrar e apoiar a luta pelos direitos da mulher, e não apenas dia de comprar flores e bombons, saí com uma fita lilás presa à bolsa. Não vi uma única mulher, nos dois shoppings por onde passei, usando roxo ou lilás, como havia sido conclamado nas redes sociais. Sei que no centro de Salvador houve marcha das mulheres, normalmente as mais carentes/negras, como também em São Paulo, mas nos lugares aonde fui (de maioria branca e classe média) parecia que nada estava acontecendo. Minto: a livraria Saraiva estava vendendo a rodo, após anunciar descontos para mulheres nos livros de moda, gastronomia, romance, autoajuda, maternidade - mas não nos de engenharia, contabilidade, títulos acadêmicos etc. Preciso comentar?
Na menina sem medo de Wall Street, ela mesma uma homenagem temporária, vejo o quanto falta conquistarmos, em igualdade de direitos, de salários, de oportunidades, em não sermos abusadas de alguma forma todos os outros dias. O quanto falta para os próprios companheiros compreenderem o absurdo da fala presidencial, de que o papel da mulher é cuidar da família, dos filhos e atuar como fiscal de supermercado.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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