Em menos de quinze dias, testei e aprovei duas receitas à base de berinjela - lasanha e moussaka (a tradicional receita grega, com montagem igual à da lasanha). Em comum, as duas receitas têm também o preparo especial das fatias de berinjela cortadas no comprimento: no caso da lasanha, cozidas rapidamente no molho de tomate; no da moussaka, fritas em azeite.
Na lasanha, troquei o presunto pelo peito de peru, e o queijo ralado para gratinar por requeijão misturado ao molho de tomate da finalização. Na moussaka, recheada com carne moída ao molho de tomate e vinho, a finalização fica por conta do bechamel, com farinha, leite, manteiga, ovos e queijo ralado - só fiz adaptações da receita do site Tudo Gostoso na quantidade dos ingredientes.
A montagem das duas, como disse, foi muito parecida: uma camada de cada grupo de ingredientes: berinjela (ao molho ou frita), frios ou carne moída, queijo ou batata chips, molho vermelho ou bechamel. Irmãzinhas mesmo.
E quem ficou feliz com isso tudo foi o namorido, grande apreciador da Solanum melongena. Ainda mais com os pratos sendo acompanhados por um bom vinho e, no caso da moussaka, por um delicioso flan de dulce de leche (com recargo, ou seja, uma dose extra de doce de leite), cuja receita irretocável achei no blog de Marcel e Nina, Gourmandise, xará desta seção.
Pena (?) que não sobrou nada para fotografar...
domingo, 11 de setembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
De passagem
Wagner Priante inaugurou no dia 5 sua Eu ofereço. A exposição ficará na Passagem Literária da Consolação até final de setembro.
Muito a propósito, as belas peças de cerâmica evocam diferentes momentos de um rito de passagem, saudam a natureza, o ancestralismo tão esquecido em nós, em nossa correria cotidiana. E nos convidam à quietude.
O espaço escolhido, aliás, é percorrido pelos paulistanos que querem se ofertar um caminhar mais vagaroso, sem a ameaça das buzinas lá de cima - minutos a mais numa curta passagem subterrânea: uma diferença enorme no mundo do tempo escasso da superfície. E não é ilusão a música clássica no meio de livros e obras de arte.
Wagner me contou que, enquanto montava a exposição, um garotinho, que provavelmente passa por ali todos os dias, a caminho da escola, disse para a mãe que "daquelas ele gostava". Que melhor crítico, de olhos treinados mas desprovidos de vícios, poderia haver?
Muito a propósito, as belas peças de cerâmica evocam diferentes momentos de um rito de passagem, saudam a natureza, o ancestralismo tão esquecido em nós, em nossa correria cotidiana. E nos convidam à quietude.
O espaço escolhido, aliás, é percorrido pelos paulistanos que querem se ofertar um caminhar mais vagaroso, sem a ameaça das buzinas lá de cima - minutos a mais numa curta passagem subterrânea: uma diferença enorme no mundo do tempo escasso da superfície. E não é ilusão a música clássica no meio de livros e obras de arte.
Wagner me contou que, enquanto montava a exposição, um garotinho, que provavelmente passa por ali todos os dias, a caminho da escola, disse para a mãe que "daquelas ele gostava". Que melhor crítico, de olhos treinados mas desprovidos de vícios, poderia haver?
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Gourmandise VII - guerra de hambúrgueres
Acabo de voltar de um encontro com amigos queridos que fiz na Moderna. Fomos bater papo no Fifties, lanchonete que se alcunha especialista em burgers.
Entre uma história e outra, fizemos nossos pedidos. Eu resolvi apostar no tal Dream, anunciado como o hambúrguer mais gostoso que eu comeria na minha vida. A foto era promissora (o poder da imagem!), e resolvi esperá-lo com uma porção de fritas.
O que tenho a dizer é que as fritas e o tal hambúrguer-mais-gostoso-da-minha-vida (como o "melhor bolo de chocolate do mundo", uma enganação) perdem de longe para os congêneres da hamburgueria do Sujinho, que, não à toa, vive lotada. A mistura de maionese especial (por que toda maionese verde é chamada especial?) com o queijo catupiry tem um resultado over (o queijo poderia ser uma simples fatia de mussarela, muito mais apropriada).
A melhor coisa que provei ali foi o doce de maçã com sorvete - um crepe com maçãs cozidas em calda e polvilhadas com canela, acompanhado de uma bola de sorvete de creme. No fundo, nada muito complexo.
E a menos que seja convidada de novo para encontrar amigos, provavelmente não voltarei para experimentar outro burger...
Entre uma história e outra, fizemos nossos pedidos. Eu resolvi apostar no tal Dream, anunciado como o hambúrguer mais gostoso que eu comeria na minha vida. A foto era promissora (o poder da imagem!), e resolvi esperá-lo com uma porção de fritas.
O que tenho a dizer é que as fritas e o tal hambúrguer-mais-gostoso-da-minha-vida (como o "melhor bolo de chocolate do mundo", uma enganação) perdem de longe para os congêneres da hamburgueria do Sujinho, que, não à toa, vive lotada. A mistura de maionese especial (por que toda maionese verde é chamada especial?) com o queijo catupiry tem um resultado over (o queijo poderia ser uma simples fatia de mussarela, muito mais apropriada).
A melhor coisa que provei ali foi o doce de maçã com sorvete - um crepe com maçãs cozidas em calda e polvilhadas com canela, acompanhado de uma bola de sorvete de creme. No fundo, nada muito complexo.
E a menos que seja convidada de novo para encontrar amigos, provavelmente não voltarei para experimentar outro burger...
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Me gusta Buenos Aires
Avenidas amplas e arborizadas, prédios oitocentistas bem conservados, gradis art-nouveau, cafés e livrarias impressionantes em toda parte, muitos brasileiros aqui e ali. Estávamos em Paris?
Depois do primeiro café (que não é lá grande coisa) com medialunas (que são ótimas) fomos ao Teatro Colón, onde já nos integramos à visita guiada pelo portentoso prédio do século XIX, que pode abrigar até 3.000 pessoas em um único espetáculo. Outra coisa impressionante é como os guias locais são bem preparados - não só conhecem a história da cidade como ainda são politicamente articulados. Aliás, os portenhos se mostram muito politizados o tempo todo, e até as eventuais pichações nos muros da cidade têm conteúdos políticos (nada de "Sicraninho Z/S" ou "Fulaninho esteve aqui").
Claro que a maioria dos turistas que vimos estava comprando a valer, invadindo lojas, formando fila para conhecer o Café Tortoni (que é lindo, mas perde feio para a Confeitaria Colombo, no Rio), enlouquecendo nas fábricas de couros de Boedo (um Brás local mais arrumadinho) e até em alguns outlets micados em San Telmo.
Desde o alto: interior da Libreria d'Ávila; flan con dulce de leche, nova paixão; interior do Teatro Colón; Puerto Madero; Café Tortoni; hace frío en San Telmo; cena familiar no Malba; placas de aluga-se no alto dos prédios da Calle Córdoba.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Meninos, eu vi - Banda Black Rio
Um pouco de proselitismo para começar: o tempo passa, e continuo fã do Sesc, pela sua organização e pela qualidade da programação oferecida, a preços acessíveis.
Nossa última incursão foi ao Sesc Pompeia (o meu favorito), para ver a lendária Banda Black Rio, com nova formação e desfilando por estilos musicais diversos. Mas a verdade é que a qualidade é a mesma e a Black Rio continua colocando todo mundo para dançar. Foi uma delícia ver toda aquela multidão, inclusive membros da Velha Guarda soul, rememorando passos de funk (por favor, nada a ver com o de cachorras, popozudas ou o quê) e de samba rock, embalada pelo vocal elástico e afinadíssimo de Jadiel Oliveira, dividido quando em vez com o tecladista William Magalhães. Bateria enérgica e criativa; contrabaixo para lá de competente. O trio de metais, perfeito!
Não havia como corpo e alma não saírem mais leves dali, depois de terem testemunhado a passagem da alegria e se esbaldado de dançar.

A Black Rio voltou à cena musical com William Magalhães, filho de Oberdan Magalhães, criador da banda na década de 70.
Nossa última incursão foi ao Sesc Pompeia (o meu favorito), para ver a lendária Banda Black Rio, com nova formação e desfilando por estilos musicais diversos. Mas a verdade é que a qualidade é a mesma e a Black Rio continua colocando todo mundo para dançar. Foi uma delícia ver toda aquela multidão, inclusive membros da Velha Guarda soul, rememorando passos de funk (por favor, nada a ver com o de cachorras, popozudas ou o quê) e de samba rock, embalada pelo vocal elástico e afinadíssimo de Jadiel Oliveira, dividido quando em vez com o tecladista William Magalhães. Bateria enérgica e criativa; contrabaixo para lá de competente. O trio de metais, perfeito!
Não havia como corpo e alma não saírem mais leves dali, depois de terem testemunhado a passagem da alegria e se esbaldado de dançar.

A Black Rio voltou à cena musical com William Magalhães, filho de Oberdan Magalhães, criador da banda na década de 70.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
E por falar em exposição...
...finalmente, consegui entrar no CCBB para ver Escher. Tentei antes duas vezes; na segunda, a fila saía da rua da Quitanda, pela 15 de novembro, em direção à praça da Sé!
Bom, ainda bem que não peguei fila. Gosto muito de Escher, das suas armadilhas visuais, da sua técnica de gravura apurada (mais fácil de perceber nos trabalhos anteriores à fase mais famosa, a de pós-30), do seu jogo de espelhos (eu também uma fã dos maneiristas de todas as épocas, nas artes visuais e literárias)... Mas a exposição me cheirou a Masp em má fase, com alguns poucos trabalhos (felizmente os menos conhecidos) e mais plotters e outros artifícios do que se poderia desejar.
Ok, o espaço expositivo do CCBB não é lá muito grande, mas depois que vi as ótimas "Gráfica russa" e "Andy Warhol", "O mundo mágico de Escher" pareceu, injustamente, um mundo pequenininho assim.
Bom, ainda bem que não peguei fila. Gosto muito de Escher, das suas armadilhas visuais, da sua técnica de gravura apurada (mais fácil de perceber nos trabalhos anteriores à fase mais famosa, a de pós-30), do seu jogo de espelhos (eu também uma fã dos maneiristas de todas as épocas, nas artes visuais e literárias)... Mas a exposição me cheirou a Masp em má fase, com alguns poucos trabalhos (felizmente os menos conhecidos) e mais plotters e outros artifícios do que se poderia desejar.
Ok, o espaço expositivo do CCBB não é lá muito grande, mas depois que vi as ótimas "Gráfica russa" e "Andy Warhol", "O mundo mágico de Escher" pareceu, injustamente, um mundo pequenininho assim.
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla