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quinta-feira, 3 de junho de 2021

Mais tentativas ecológicas - Besunté

Amei de cara o nome da marca, Besunté, remetendo a manteiga, coisas cremosas e francês. Conheci no ECDE. Reservei para algum momento em que estivesse precisando de sabonetes, xampus etc. Porque o apelo dos produtos que não precisam de embalagens grandes é muito bom para quem pensa em reduzir o lixo que produz. Some-se a isso adorar uma novidade, que é o meu caso também. Quando chegaram ao Brasil os produtos da Lush - que eu conheci na Inglaterra, pobre de marré mas chique -, comprei o equivalente à minha coragem de desembolsar um bom dinheirinho. Mas valiam muito e duravam um tanto. 
Hoje já é uma ideia muito mais comum, a dos cosméticos artesanais, que valorizam insumos mais naturais e formas de produção menos agressivas ao meio ambiente e que não envolvam testes em animais. Como sigo com a ideia de comprar do pequeno produtor/comerciante e continuo querendo experimentar coisas novas, resolvi encomendar alguns produtos com a Camila, proprietária da Besunté, que fica em Mogi das Cruzes, SP. Aliás, tem várias mulheres no grupo empreendendo na área de cosmetologia que também me parecem merecer chances futuras. 
Bueno, experimentei já o sabonete de carvão ativado com melaleuca e o tônico facial de lavanda, rosa mosqueta e melaleuca. Amo melaleuca, acho que é o próprio perfume da limpeza, além de anti-inflamatória. Gostei do tônico (Guga não gostou do cheiro, mas me lembra chá); o sabonete, achei que dura pouco, mas pode ser que não deva ficar direto no boxe, pois derrete um bocadinho; ainda estou aprendendo a lidar com o condicionador, sentindo falta de mais cremosidade. Mas, mesmo com pequenos poréns, quando é que, além de me sentir cuidada e ajudando uma mulher a cuidar de si, eu receberia numa loja chique um mimo com bilhetinho escrito à mão por ter comprado alguma coisa? 

sábado, 26 de dezembro de 2020

Entre presentes, nova receita de chocotone e celular carbonizado, enfim veio o Natal

Num ano tão atípico, o Natal parece que chegou ainda mais cedo. Fizemos o possível para nos antecipar e não precisar "frequentar" aglomerações desnecessárias em shopping ou supermercado. Estivemos somente nós mesmos, de novo no arranjo lindo à la Toscana que minha sogra sabe organizar tão bem. 
Ganhei muitos produtos de beauté, de marcas diversas, o que foi maravilhoso, porque costumo usar tudo mesmo e já tenho um estoque para uns 3 ou 4 meses sem precisar me preocupar com sabonete, hidratante, perfume e batom. Também ganhei de minha sogra uma rosa-do-deserto, uma planta que sempre quis ter mas achava muito cara - neste ano, um verdadeiro símbolo de resistência ao que temos vivido.
Fiz as fotos dos meus presentes com meu celular para mostrar a diferença da qualidade dessas fotos em relação a fotos anteriores postadas aqui no blog. Isso se deu porque meu celular teve de ser remontado numa lojinha local depois de pegar fogo na mesma lojinha aonde eu tinha ido simplesmente trocar a bateria. Embora o rapaz tenha garantido utilizar na remontagem os mesmos componentes do modelo do meu celular, evidentemente a câmera não é a mesma. Todas as fotos ficam lavadas, mesmo com aplicação de filtro. Ou seja, tive de engolir esse prejuízo, ou ficar sem celular, ou ter de desembolsar, de última hora, uns mil reais num celular novo (já que o rapaz me ofereceu apenas 600 reais pelo carbonizado nas suas mãos - depois, é importante dizer, de ele ter tentado remover a bateria com o celular ligado e em curto). Nada que eu estivesse planejando, portanto, e que passa a fazer parte da minha lista de gastos para o próximo ano.  
No balanço geral do ano, não me atrevo a reclamar do que foi até aqui vivenciar uma pandemia, porque não perdemos ninguém próximo, continuamos trabalhando, mantivemos a saúde, ainda temos comida, teto, água, bichos de estimação, chuveiro, internet, energia elétrica. Acho que só assim para percebermos o quanto temos, o quão privilegiados somos e como precisamos de menos em um país em que tantos não têm nada. Claro que foi um jeito de descobrirmos mais sobre nós mesmos. Enquanto os amigos descobriam a culinária como uma forma de relaxar, eu descobri que odeio mesmo o trabalho doméstico, o "ter de fazer" como se fosse o meu papel enquanto mulher. Essa ojeriza em relação aos papéis "femininos" não me impediu de experimentar uma receita nova de chocotone do Luís Américo Camargo, para mim a receita definitiva, depois de ter experimentado tantas ao longo do aprendizado padeiro. Se não tenho fotos do meu chocotone, é culpa da câmera instalada no celular remontado pós-carbonização.
Sobre ser mulher, tenho sabido cada vez mais, e a pandemia também foi responsável por mostrar as mulheres não só como vítimas do feminicídio crescente mas sobretudo como a maior força responsável por ações de solidariedade no país. Foram as mulheres que organizaram as ações comunitárias, a autogestão, a doação de alimentos in natura e de cestas básicas, a proteção às vítimas de violência doméstica. Vi amigas cozinhando para moradores de rua e angariando presentes e ceias natalinas para famílias carentes. Essa tendência feminina à doação, que não deve ser confundida com subserviência, teve destaque no meu TCC justamente como tática de luta, de guerrilha. 
Não vou, portanto, reclamar do meu ano pandêmico, embora persista a dificuldade de planejar o futuro, essa suspensão do tempo. Cumpri minhas tarefas e metas, finalizei cursos, sobrevivi ao trabalho doméstico, conheci o piriforme, aprendi coisas novas, defini o que é importante e o que é intolerável para mim. Acho que posso considerar isso tudo um presente - talvez não o mais bonito, mas o mais útil no momento.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O que é mesmo autocuidado?

Autocuidado é um dos termos mais em voga nos dias de hoje. Muita gente acha que só tem a ver com beleza, fazer um escalda-pés em casa, comprar a make caríssima da Rihanna etc. etc. 
Também é isso, se você acha que é. Eu, por exemplo, comprei batons nude da Dailus, que combinam com meu tom de pele amarelo-esverdeado. Amei! Preço de 1/8 de um batom Mac, e ainda é vegano, tem skin tones, ultramacio. Também comprei uma máscara detox da Nivea, ótima, e um hidratante poderoso da Neutrogena, Hydro Boost, com ácido hialurônico, porque, quase aos 50, se não cai, tudo seca. 
Mas autocuidado não é só isso. Tem também a ver com tirar um tempo para si, e não só o do escalda-pés, que é maravilhoso, mas também para não fazer nada, para não aceitar desaforos, para aprender algo novo só por esse gostinho, com praticar uma atividade física prazerosa, com comer uma comida gostosa e saudável. Claro que é difícil o autocuidado onde faltam direitos essenciais, como água, luz, saneamento básico, trabalho, comida, mobilidade, educação. E mesmo assim, no Brasil, a indústria de beleza e farmacêutica só cresce, atendendo aos bolsos de todos os tamanhos - há quem economize no mercado para comprar um bom shampoo. Está errado isso?
Parece uma discrepância, mas isso só revela como todo mundo quer se sentir bonito e admirado. Parte da nossa saúde emocional vem mesmo do olhar do outro, mas não pode depender dele. Acho que uma coisa boa da proximidade dos 50 é justamente aprender a depender menos desse olhar (normalmente masculino) e valorizar mais o nosso próprio olhar sobre nós, por dentro e por fora, aceitando o que somos. Acho também que os debates recentes sobre feminismo têm trazido essa pauta com força: cuidarmos de nós e umas das outras, tendo um olhar mais amoroso sobre a diversidade, deixando de seguir os padrões impostos. 
Autocuidado, em todas suas acepções, é principalmente feminino. Homens heterossexuais não costumam praticar - embora haja um tantinho em desconstrução - porque nunca precisaram; eles são aceitos com muito menos cobrança por toda a sociedade - a menos que sejam pobres e pretos, e neste caso seria preciso evocar uma mudança social muito maior, para além do autocuidado, para que sua aceitação se desse. O que seria bom para todos, homens, mulheres, velhos, crianças, trans, gays, héteros, todas as cores - a beleza, o cuidado e o respeito estariam em tudo. 

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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