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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Comprar de mulheres

Cada vez mais compro de mulheres, e quase que exclusivamente de mulheres. Isso significa que também tenho comprado cada vez mais dos pequenos negócios. Isso serve para tudo: roupas, produtos de beleza, utilidades, sapatos, agenda, comida, chocolate. Talvez não se aplique somente a medicamentos, ainda dominados pela grande indústria. E pneu de bicicleta, coisas assim.
Comprar de mulheres não é só apoiar quem ainda não encontra o espaço merecido no mercado de trabalho, que não tem como encontrar emprego formal porque precisa cuidar da família, que se vira nos 30 em criatividade para sobreviver. Comprar de mulheres é receber em troca produtos pensados a fundo por quem entende de cuidados, receber, sempre, cartinhas lindas e carinhosas e agradecidas escritas à mão (pena eu não ter guardado as cartinhas, tamanho o volume que se formou), muitas vezes com pequenos mimos, um cheirinho, uma folha de papel de seda envolvendo a peça, um frasquinho de álcool gel, um bombom! Para citar exemplos das duas últimas compras: recebi, junto com meu planner da _cincofolhas, calendário, bloco de post-it, marcador, chaveiro, e presilhas e flores de lã perfumadas, acompanhando shorts da Augusta 75, além das infalíveis cartinhas. Mesmo quando se trata de uma empresa maior, como a Calma São Paulo, a Kelly Kim também tem esse cuidado com embalagens lindas e recados personalizados. 
Já comprei também de homens na condição de pequenos empresários e nunca vi essa atitude - entregam o produto, e pronto. As mulheres, via de regra, trabalham de forma mais atenciosa, enquanto equilibram pratos, ficam de olho nas crias, respondem a mensagens de clientes, da escola das crianças, da família, pensam no que haverá em cada refeição, colocam roupa para lavar, organizam a rotina doméstica, financeira e profissional, muitas vezes enquanto ajudam os parceiros em seu trabalho de forma mais direta. E ainda são cobradas quanto a manter a boa forma, o desejo sexual, a simpatia etc. etc. Isso para não dizer que as mulheres são mais preocupadas com os destinos do planeta, com o que colocam no prato, seu e dos filhos, com testes feitos em animais, com trabalho escravo, com a luta pela democracia e contra a injustiça. 
Compro de mulheres porque isso ajuda a todas nós perceber que temos toda condição de mudar a ordem das coisas, de uma maneira justa (portanto coletiva), afetuosa e perene. 

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Guarda-chuva no pé

Por algum conhecido em comum, cheguei à página da Osada Handmade, de Belém. Uns calçados diferentões, bem ao meu estilo. Feitos com material reciclado. Coloridos. Uma sandália feita com guarda-chuva, vermelha de bolinhas brancas. Jisuis!
Eu estava atrás de um sapato baixo, mais coberto que alpargatas, com solado menos reto, para bater perna, levando em conta a quantidade cada vez maior de dias chuvosos em Salvador. Via, desanimada, uns modelitos de sapatilha - a maioria sem nada de mais, com cores sem graça, e, ainda por cima, de bicos finos, assassinos de joanete e de dedos compridos. Cheguei à conclusão que até poderia ser um par de mules, mas ou eram muito baixos, ou quase plataforma. 
Quando encontrei a Osada, saquei que Lora, idealizadora da marca, fazia muita coisa por encomenda. Perguntei, timidamente, se ela toparia fazer um modelo diferente pra mim, um mix de alguns que ela tinha no Instagram. O que melhor para enfrentar a chuva que um guarda-chuva - nos pés? Fomos conversando, trocando fotos de sapatos e de guarda-chuvas descartados, tirei medidas dos pés, mandei. Depois de uns dez dias, ela me mandou fotos de como tinha ficado o modelo e um áudio do sapateiro, que afirmava nunca ter feito um sapato tão bonito.
Recebi meus sapatos, que calçaram perfeitamente meus pezinhos maltratados. Zenzito aprovou imediatamente.

sábado, 31 de julho de 2021

Maníaca dos fitocosméticos

Nessa pandemia, virei a maníaca dos fitocosméticos. Com a resolução de gerar menos plástico (embora alguns, como na foto, tenham embalagem de vidro), fui atrás de condicionador e xampu em barra. Já falei aqui da estranheza nas primeiras vezes que usei os produtos da Besunté - depois, fiquei abismada com a redução do frizz (algo que, insisto em dizer, eu não sabia que existia até me mudar para a mais úmida das cidades depois de Manaus) e a maciez dos fios. Tinha achado complicado manter as barras porque derretem rápido, mas logo adquiri uma saboneteira apropriada, de outra marca, a Moaralê, que deixa tudo mais sequinho, portanto mais duradouro. 
Aliás, como tem crescido o número de mulheres investindo em suas marcas de fitocosméticos! Só na ECDE, a cada vez que navego pela página, descubro uma nova investidora, como a Moara, da Moaralê, a Dani, da Amor Perfeito, a Carla, da Made in Casa. E tudo parece sempre lindo, confiável, mais ecológico. Não à toa, Emma Silliprandi louva o papel das mulheres na proteção da natureza, na promoção da agroecologia. Ora, alguma coisa de boa teria de advir do papel a nós imputado por séculos na área de cuidados.
Além da coragem para empreender, para correr atrás daquilo em que acredita, essas mulheres demonstram, na atenção a cada detalhe, na qualidade dos produtos, num site ou catálogo caprichado, no atendimento, muito amor pelo que fazem e entregam. De cada marca de que comprei, tenho pelo menos um produto maravilhoso a destacar, como os já mencionados xampu e loção facial da Besunté, o óleo para sobrancelhas e o sabonete de açafrão milagrosos da Amor Perfeito, os óleos, o xampu (que nem carece de condicionador) e o balm labial, tudo cheirosíssimo, da Moaralê. E já estou aguardando mais coisas, agora da Made in Casa. Daqui a pouco virarei testadora de fitocosméticos. Com muito gosto, aliás. 

sábado, 19 de junho de 2021

Bandeira

Mais bandeirosa que nunca. Com patrocínio de Use Prida e Emicida. É só o que nós tem - nós mesmos. Mesmo. 

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Mais tentativas ecológicas - Besunté

Amei de cara o nome da marca, Besunté, remetendo a manteiga, coisas cremosas e francês. Conheci no ECDE. Reservei para algum momento em que estivesse precisando de sabonetes, xampus etc. Porque o apelo dos produtos que não precisam de embalagens grandes é muito bom para quem pensa em reduzir o lixo que produz. Some-se a isso adorar uma novidade, que é o meu caso também. Quando chegaram ao Brasil os produtos da Lush - que eu conheci na Inglaterra, pobre de marré mas chique -, comprei o equivalente à minha coragem de desembolsar um bom dinheirinho. Mas valiam muito e duravam um tanto. 
Hoje já é uma ideia muito mais comum, a dos cosméticos artesanais, que valorizam insumos mais naturais e formas de produção menos agressivas ao meio ambiente e que não envolvam testes em animais. Como sigo com a ideia de comprar do pequeno produtor/comerciante e continuo querendo experimentar coisas novas, resolvi encomendar alguns produtos com a Camila, proprietária da Besunté, que fica em Mogi das Cruzes, SP. Aliás, tem várias mulheres no grupo empreendendo na área de cosmetologia que também me parecem merecer chances futuras. 
Bueno, experimentei já o sabonete de carvão ativado com melaleuca e o tônico facial de lavanda, rosa mosqueta e melaleuca. Amo melaleuca, acho que é o próprio perfume da limpeza, além de anti-inflamatória. Gostei do tônico (Guga não gostou do cheiro, mas me lembra chá); o sabonete, achei que dura pouco, mas pode ser que não deva ficar direto no boxe, pois derrete um bocadinho; ainda estou aprendendo a lidar com o condicionador, sentindo falta de mais cremosidade. Mas, mesmo com pequenos poréns, quando é que, além de me sentir cuidada e ajudando uma mulher a cuidar de si, eu receberia numa loja chique um mimo com bilhetinho escrito à mão por ter comprado alguma coisa? 

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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