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terça-feira, 21 de junho de 2022

Tempo de olhar o que se tem

A gente tem que parar sempre por uns momentos no dia a dia para perceber que tipo de vida tem levado. Embora eu ainda não tenha conseguido retomar a prática da horta, ainda esperando um contato técnico para saber onde e o que plantar, sigo procurando não desperdiçar comida e doando roupas e sapatos que não uso mais (até porque meu tendão de aquiles é gostar de uma roupinha diferente). Em se tratando de comida, claro, nosso consumo é 90% de comida de verdade, inclusive com preparo de alimentos como creme de avelã e, recentemente, requeijão caseiro, que leva apenas leite, limão, manteiga e sal. 
Isso de processar alimentos para transformar em comida me fascina sempre. Gosto de saber como as coisas eram feitas antes de haver tanta tecnologia; aprendo a fazer "como antigamente" para depois partir para algo mais prático. Assim foi com sorvete, creme de avelã, geleias de frutas, mascarpone caseiro, biscoito champagne, leite condensado, doce de leite, caramelo, leite de coco, pesto, tomate confitado - alimentos que muitas vezes são base para outras receitas -, mas também com comidas mais elaboradas, como boeuf bourguignon e o prato etrusco que fiz há alguns anos. Pão, então, nem se fala, é pura magia da transformação - e consegui, enfim, fazer um bom pão de milho, receita do site Meu Pão Caseiro, de uma antiga aluna da Levain. 
Além dos alimentos, tem a questão do descarte, de plástico sobretudo. Tem a questão das roupas e sapatos que ficam - como mantê-los para não precisar descartar. Para o primeiro caso, encontrei uma opção para o plástico filme que embalava alimentos: paninhos impermeabilizados com cera de abelha, da Ophelia Eco, lá da ECDE, claro. Não são baratos, mas a promessa é de que durem cerca de um ano. No caso das roupas e sapatos, faço manutenções regulares, levando a costureira, costurando eu mesma, limpando sapatos, hidratando couro. E agora descobri um remendo mágico para couro, uma espécie de adesivo vinílico, que usei para cobrir rasgos feitos por Zen na minha jaqueta de couro - ficou quase invisível, muito melhor que fazer um remendo de couro por cima. 
Quando olho pra essas soluções cotidianas, me dou conta de que persiste a coerência nas escolhas para a vida. Ter mais dinheiro para não ter de me preocupar seria bom, mas não faria diferença se eu não soubesse o que de fato importa. 

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Guarda-chuva no pé

Por algum conhecido em comum, cheguei à página da Osada Handmade, de Belém. Uns calçados diferentões, bem ao meu estilo. Feitos com material reciclado. Coloridos. Uma sandália feita com guarda-chuva, vermelha de bolinhas brancas. Jisuis!
Eu estava atrás de um sapato baixo, mais coberto que alpargatas, com solado menos reto, para bater perna, levando em conta a quantidade cada vez maior de dias chuvosos em Salvador. Via, desanimada, uns modelitos de sapatilha - a maioria sem nada de mais, com cores sem graça, e, ainda por cima, de bicos finos, assassinos de joanete e de dedos compridos. Cheguei à conclusão que até poderia ser um par de mules, mas ou eram muito baixos, ou quase plataforma. 
Quando encontrei a Osada, saquei que Lora, idealizadora da marca, fazia muita coisa por encomenda. Perguntei, timidamente, se ela toparia fazer um modelo diferente pra mim, um mix de alguns que ela tinha no Instagram. O que melhor para enfrentar a chuva que um guarda-chuva - nos pés? Fomos conversando, trocando fotos de sapatos e de guarda-chuvas descartados, tirei medidas dos pés, mandei. Depois de uns dez dias, ela me mandou fotos de como tinha ficado o modelo e um áudio do sapateiro, que afirmava nunca ter feito um sapato tão bonito.
Recebi meus sapatos, que calçaram perfeitamente meus pezinhos maltratados. Zenzito aprovou imediatamente.

sábado, 11 de maio de 2019

Consumo sustentável, microeconomia e as verdadeiras redes sociais

Valorizo cada vez mais os pequenos produtores, até porque caminho nessa direção desde sempre, encantada pela criatividade, pela força do artesanal, pela economia solidária. 
Tenho ainda poucos fornecedores nessa linha - por ora, o do mel orgânico do Vale do Capão, que me entrega o produto em Salvador, meu vizinho Mr Blond, com os ovos de galinha caipira, e os meninos da Gato Maloko, que me socorrem sempre que preciso de um móvel sob medida muito bem feito e de viés ecológico, como essa fruteira de madeira que atendeu a pequenas mudanças na cozinha.
Quando estivemos na Feira da Reforma Agrária, há quase um ano, fiquei emocionada e querendo muito ter mais contato com esse comércio sustentável. Embora o momento sociopolítico atual seja tão desanimador, pouco a pouco vamos caminhando em direção a um estilo de vida mais ético, inclusivo, ecológico - arriscaria até dizer, ecumênico, uma real tradução da ideia de rede

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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