Liloca, Sayurica, Yumica, Mariezica e yo.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Yo tengo tantos hermanos...
...pero los puedo contar!
Dos oito, porém, adianto que as meninas estão sempre mais disponíveis (qual a novidade, se são mulheres?) para os encontros familiares. Sorte delas - e do meu cunhado e de Guga -, que provaram um bom peru recheado, o clássico arroz com amêndoas, caponata e maionese (estas eram receitas da sogra, aprovadíssimas por todos). Ainda deu tempo de fazer um creme de cupuaçu para driblar o calor.
Como é bom compartilhar histórias com quem tem tanto em comum com a gente! Alegrias, algumas dores a cicatrizar, muitos sonhos e carinhas parecidas - as fotos não me deixam mentir. E já me enchem de saudade.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Comentário expresso IV
Uma nova modalidade de aconselhador: urubu de pirata! Luxo (ou lixo?)!
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Meninos, eu vi - "A pele que habito"
Embora este post seja para falar do filme, contraditoriamente não posso falar muito do filme em si, ou estragarei toda a surpresa. Só tenho a pedir: por favor, vão ver a nova produção de Almodóvar!
Certamente haverá quem não goste, que ache furos de produção (mas mais raramente de roteiro); todos que o assistirem, porém, terão oportunidade de ver como Pedrito é capaz de se reinventar. Tomando de empréstimo o título, de "trocar de pele" com a maior facilidade. E isso sem perder sua essência algo kitsch, ingênua e apaixonada. Com simulacros a descoberto, referências diversas e, mesmo assim, identidade própria.
No exemplo da relação do cineasta com sua obra, enxergo essa lição: como manter a integridade adaptando-nos a novas situações. Ser flexível, e não venal. Mudar, sendo nós mesmos. Encontrar, em cada momento da vida, a pele que nos cabe.
Certamente haverá quem não goste, que ache furos de produção (mas mais raramente de roteiro); todos que o assistirem, porém, terão oportunidade de ver como Pedrito é capaz de se reinventar. Tomando de empréstimo o título, de "trocar de pele" com a maior facilidade. E isso sem perder sua essência algo kitsch, ingênua e apaixonada. Com simulacros a descoberto, referências diversas e, mesmo assim, identidade própria.
No exemplo da relação do cineasta com sua obra, enxergo essa lição: como manter a integridade adaptando-nos a novas situações. Ser flexível, e não venal. Mudar, sendo nós mesmos. Encontrar, em cada momento da vida, a pele que nos cabe.
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quinta-feira, 13 de outubro de 2011
domingo, 9 de outubro de 2011
"Um conto chinês" e Ricardo Darín
Na última semana, fomos assistir a uma comédia argentina (estamos muito "arxentinos" ultimamente), Um conto chinês, do diretor portenho Sebastián Borensztein. Com ninguém menos que Ricardo Darín, claro.
O cinema vem abaixo logo na primeira cena do filme, quando uma vaca cai do céu sobre um bucólico barquinho num lago chinês, interrompendo absurdamente um pedido de casamento. Mais não posso dizer, para que ninguém deixe de assistir a uma das melhores comédias dos últimos tempos. Comédia no sentido do que faz rir (e, como bem assinalou Guga, todo mundo pareceu sair mais leve do cinema) e também no de farsa reveladora. Quanta coisa nos diz o chinês que não ganha uma legenda sequer na película! Quanta coisa a personagem de Darín diz que gostaríamos de dizer!
Feita a sugestão, queria mesmo comentar, sem nenhuma novidade, como Ricardo Darín é um ator incrível. Não precisa fazer caras e bocas para ser convincente em qualquer papel. Porque seu principal papel é o do homem comum, pateticamente humano, pouco heroico, cheio de defeitos, medos e paixões e algumas coragens súbitas - por isso mesmo tão emocionante. Como nós, ordinary people. Quem não se reconhece no rabugento ex-combatente das Malvinas, que tem medo/culpa de ser feliz? Ou no dono de restaurante cuja maior preocupação parece ser o mascarpone que falta ao tiramisù, e que precisa confrontar o Alzheimer da mãe? Ou, ainda, no advogado que sofre calado por amor, mas que tem coragem para fazer justiça e honrar o amor alheio covardemente destruído?
Acabo de falar em "pouco heroico", mas entendam isso como "pouco poderoso". Porque, no fundo, Darín só faz ressaltar em suas personagens o que há de mais heroico no ser humano: a centelha divina que nos lança na difícil aventura de existir (coragem, esperança, teimosia? chamem como quiserem), diariamente. Não é assim? Mesmo quando parece não haver sentido para prosseguir, prosseguimos.
O cinema vem abaixo logo na primeira cena do filme, quando uma vaca cai do céu sobre um bucólico barquinho num lago chinês, interrompendo absurdamente um pedido de casamento. Mais não posso dizer, para que ninguém deixe de assistir a uma das melhores comédias dos últimos tempos. Comédia no sentido do que faz rir (e, como bem assinalou Guga, todo mundo pareceu sair mais leve do cinema) e também no de farsa reveladora. Quanta coisa nos diz o chinês que não ganha uma legenda sequer na película! Quanta coisa a personagem de Darín diz que gostaríamos de dizer!
Feita a sugestão, queria mesmo comentar, sem nenhuma novidade, como Ricardo Darín é um ator incrível. Não precisa fazer caras e bocas para ser convincente em qualquer papel. Porque seu principal papel é o do homem comum, pateticamente humano, pouco heroico, cheio de defeitos, medos e paixões e algumas coragens súbitas - por isso mesmo tão emocionante. Como nós, ordinary people. Quem não se reconhece no rabugento ex-combatente das Malvinas, que tem medo/culpa de ser feliz? Ou no dono de restaurante cuja maior preocupação parece ser o mascarpone que falta ao tiramisù, e que precisa confrontar o Alzheimer da mãe? Ou, ainda, no advogado que sofre calado por amor, mas que tem coragem para fazer justiça e honrar o amor alheio covardemente destruído?
Acabo de falar em "pouco heroico", mas entendam isso como "pouco poderoso". Porque, no fundo, Darín só faz ressaltar em suas personagens o que há de mais heroico no ser humano: a centelha divina que nos lança na difícil aventura de existir (coragem, esperança, teimosia? chamem como quiserem), diariamente. Não é assim? Mesmo quando parece não haver sentido para prosseguir, prosseguimos.
Gourmandise IX - A hora e a vez do shitake ou cozinha "hi-lo"
Um dos ingredientes por que me apaixonei nos últimos tempos foi o shitake. Como aconteceu com a berinjela , fiz recentemente várias receitas com esse cogumelo típico de pratos orientais que ganhou espaço na culinária do mundo todo. O shitake é fácil de cozinhar (quem não experimentou grelhado no shoyu não sabe o que está perdendo), tem um gosto suave e, ao mesmo tempo, um perfume marcante.
Uma combinação bombástica é a pasta com shitake. Fiz penne ao molho de shitake com vinho branco e creme de leite. Aliás, não é preciso muito: refogar cebola e alho na manteiga e então colocar o shitake cortado em tiras, com um pouquinho de salsinha, e misturar à pasta pronta já garante um jantar gostoso e fácil de fazer. Omelete com queijo, um pouco de tomate e shitake fica igualmente bom, para um almoço rápido, saudável e mais sofisticado, acompanhado de salada verde. O cogumelo na manteiga também pode cobrir um bom corte de carne preparado na chapa e fazer dupla com arroz selvagem e amêndoas. Tudo de bom.
No final de semana, fiz um risoto com shitake e shimeji, que ficou ótimo (já pensei em algumas variações para logo). Ainda mais gostoso acompanhado por um vinho Chardonnay/Pinot Blanc/Pinot Grigio e seguido pelo brownie delicioso feito por Guga.
Eu, que faço experimentações sazonais, tenho confirmado que para ter um prato gostoso e apresentável não é preciso uma porção de ingredientes exóticos ou caros reunidos. Sabem aquela história de que uma roupa de bom corte com o acessório certo garante o sucesso de quem a usa, mais que se fantasiar de árvore de Natal? Less is more também na cozinha: contam a qualidade dos produtos (não necessariamente caríssimos, mas com certeza honestos) e a correta distribuição de "sabores", diretamente ligada à intuição e ao paladar do chef. Seguindo essa receita, podem acreditar, qualquer prato é possível e digno de elogios, com ou sem enfeites, para sorte dos convivas. E do chef.
Uma combinação bombástica é a pasta com shitake. Fiz penne ao molho de shitake com vinho branco e creme de leite. Aliás, não é preciso muito: refogar cebola e alho na manteiga e então colocar o shitake cortado em tiras, com um pouquinho de salsinha, e misturar à pasta pronta já garante um jantar gostoso e fácil de fazer. Omelete com queijo, um pouco de tomate e shitake fica igualmente bom, para um almoço rápido, saudável e mais sofisticado, acompanhado de salada verde. O cogumelo na manteiga também pode cobrir um bom corte de carne preparado na chapa e fazer dupla com arroz selvagem e amêndoas. Tudo de bom.
No final de semana, fiz um risoto com shitake e shimeji, que ficou ótimo (já pensei em algumas variações para logo). Ainda mais gostoso acompanhado por um vinho Chardonnay/Pinot Blanc/Pinot Grigio e seguido pelo brownie delicioso feito por Guga.
Eu, que faço experimentações sazonais, tenho confirmado que para ter um prato gostoso e apresentável não é preciso uma porção de ingredientes exóticos ou caros reunidos. Sabem aquela história de que uma roupa de bom corte com o acessório certo garante o sucesso de quem a usa, mais que se fantasiar de árvore de Natal? Less is more também na cozinha: contam a qualidade dos produtos (não necessariamente caríssimos, mas com certeza honestos) e a correta distribuição de "sabores", diretamente ligada à intuição e ao paladar do chef. Seguindo essa receita, podem acreditar, qualquer prato é possível e digno de elogios, com ou sem enfeites, para sorte dos convivas. E do chef.
domingo, 11 de setembro de 2011
Gourmandise VIII - viva a berinjela!
Em menos de quinze dias, testei e aprovei duas receitas à base de berinjela - lasanha e moussaka (a tradicional receita grega, com montagem igual à da lasanha). Em comum, as duas receitas têm também o preparo especial das fatias de berinjela cortadas no comprimento: no caso da lasanha, cozidas rapidamente no molho de tomate; no da moussaka, fritas em azeite.
Na lasanha, troquei o presunto pelo peito de peru, e o queijo ralado para gratinar por requeijão misturado ao molho de tomate da finalização. Na moussaka, recheada com carne moída ao molho de tomate e vinho, a finalização fica por conta do bechamel, com farinha, leite, manteiga, ovos e queijo ralado - só fiz adaptações da receita do site Tudo Gostoso na quantidade dos ingredientes.
A montagem das duas, como disse, foi muito parecida: uma camada de cada grupo de ingredientes: berinjela (ao molho ou frita), frios ou carne moída, queijo ou batata chips, molho vermelho ou bechamel. Irmãzinhas mesmo.
E quem ficou feliz com isso tudo foi o namorido, grande apreciador da Solanum melongena. Ainda mais com os pratos sendo acompanhados por um bom vinho e, no caso da moussaka, por um delicioso flan de dulce de leche (com recargo, ou seja, uma dose extra de doce de leite), cuja receita irretocável achei no blog de Marcel e Nina, Gourmandise, xará desta seção.
Pena (?) que não sobrou nada para fotografar...
Na lasanha, troquei o presunto pelo peito de peru, e o queijo ralado para gratinar por requeijão misturado ao molho de tomate da finalização. Na moussaka, recheada com carne moída ao molho de tomate e vinho, a finalização fica por conta do bechamel, com farinha, leite, manteiga, ovos e queijo ralado - só fiz adaptações da receita do site Tudo Gostoso na quantidade dos ingredientes.
A montagem das duas, como disse, foi muito parecida: uma camada de cada grupo de ingredientes: berinjela (ao molho ou frita), frios ou carne moída, queijo ou batata chips, molho vermelho ou bechamel. Irmãzinhas mesmo.
E quem ficou feliz com isso tudo foi o namorido, grande apreciador da Solanum melongena. Ainda mais com os pratos sendo acompanhados por um bom vinho e, no caso da moussaka, por um delicioso flan de dulce de leche (com recargo, ou seja, uma dose extra de doce de leite), cuja receita irretocável achei no blog de Marcel e Nina, Gourmandise, xará desta seção.
Pena (?) que não sobrou nada para fotografar...
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
De passagem
Wagner Priante inaugurou no dia 5 sua Eu ofereço. A exposição ficará na Passagem Literária da Consolação até final de setembro.
Muito a propósito, as belas peças de cerâmica evocam diferentes momentos de um rito de passagem, saudam a natureza, o ancestralismo tão esquecido em nós, em nossa correria cotidiana. E nos convidam à quietude.
O espaço escolhido, aliás, é percorrido pelos paulistanos que querem se ofertar um caminhar mais vagaroso, sem a ameaça das buzinas lá de cima - minutos a mais numa curta passagem subterrânea: uma diferença enorme no mundo do tempo escasso da superfície. E não é ilusão a música clássica no meio de livros e obras de arte.
Wagner me contou que, enquanto montava a exposição, um garotinho, que provavelmente passa por ali todos os dias, a caminho da escola, disse para a mãe que "daquelas ele gostava". Que melhor crítico, de olhos treinados mas desprovidos de vícios, poderia haver?
Muito a propósito, as belas peças de cerâmica evocam diferentes momentos de um rito de passagem, saudam a natureza, o ancestralismo tão esquecido em nós, em nossa correria cotidiana. E nos convidam à quietude.
O espaço escolhido, aliás, é percorrido pelos paulistanos que querem se ofertar um caminhar mais vagaroso, sem a ameaça das buzinas lá de cima - minutos a mais numa curta passagem subterrânea: uma diferença enorme no mundo do tempo escasso da superfície. E não é ilusão a música clássica no meio de livros e obras de arte.
Wagner me contou que, enquanto montava a exposição, um garotinho, que provavelmente passa por ali todos os dias, a caminho da escola, disse para a mãe que "daquelas ele gostava". Que melhor crítico, de olhos treinados mas desprovidos de vícios, poderia haver?
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Gourmandise VII - guerra de hambúrgueres
Acabo de voltar de um encontro com amigos queridos que fiz na Moderna. Fomos bater papo no Fifties, lanchonete que se alcunha especialista em burgers.
Entre uma história e outra, fizemos nossos pedidos. Eu resolvi apostar no tal Dream, anunciado como o hambúrguer mais gostoso que eu comeria na minha vida. A foto era promissora (o poder da imagem!), e resolvi esperá-lo com uma porção de fritas.
O que tenho a dizer é que as fritas e o tal hambúrguer-mais-gostoso-da-minha-vida (como o "melhor bolo de chocolate do mundo", uma enganação) perdem de longe para os congêneres da hamburgueria do Sujinho, que, não à toa, vive lotada. A mistura de maionese especial (por que toda maionese verde é chamada especial?) com o queijo catupiry tem um resultado over (o queijo poderia ser uma simples fatia de mussarela, muito mais apropriada).
A melhor coisa que provei ali foi o doce de maçã com sorvete - um crepe com maçãs cozidas em calda e polvilhadas com canela, acompanhado de uma bola de sorvete de creme. No fundo, nada muito complexo.
E a menos que seja convidada de novo para encontrar amigos, provavelmente não voltarei para experimentar outro burger...
Entre uma história e outra, fizemos nossos pedidos. Eu resolvi apostar no tal Dream, anunciado como o hambúrguer mais gostoso que eu comeria na minha vida. A foto era promissora (o poder da imagem!), e resolvi esperá-lo com uma porção de fritas.
O que tenho a dizer é que as fritas e o tal hambúrguer-mais-gostoso-da-minha-vida (como o "melhor bolo de chocolate do mundo", uma enganação) perdem de longe para os congêneres da hamburgueria do Sujinho, que, não à toa, vive lotada. A mistura de maionese especial (por que toda maionese verde é chamada especial?) com o queijo catupiry tem um resultado over (o queijo poderia ser uma simples fatia de mussarela, muito mais apropriada).
A melhor coisa que provei ali foi o doce de maçã com sorvete - um crepe com maçãs cozidas em calda e polvilhadas com canela, acompanhado de uma bola de sorvete de creme. No fundo, nada muito complexo.
E a menos que seja convidada de novo para encontrar amigos, provavelmente não voltarei para experimentar outro burger...
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Me gusta Buenos Aires
Avenidas amplas e arborizadas, prédios oitocentistas bem conservados, gradis art-nouveau, cafés e livrarias impressionantes em toda parte, muitos brasileiros aqui e ali. Estávamos em Paris?
Depois do primeiro café (que não é lá grande coisa) com medialunas (que são ótimas) fomos ao Teatro Colón, onde já nos integramos à visita guiada pelo portentoso prédio do século XIX, que pode abrigar até 3.000 pessoas em um único espetáculo. Outra coisa impressionante é como os guias locais são bem preparados - não só conhecem a história da cidade como ainda são politicamente articulados. Aliás, os portenhos se mostram muito politizados o tempo todo, e até as eventuais pichações nos muros da cidade têm conteúdos políticos (nada de "Sicraninho Z/S" ou "Fulaninho esteve aqui").
Claro que a maioria dos turistas que vimos estava comprando a valer, invadindo lojas, formando fila para conhecer o Café Tortoni (que é lindo, mas perde feio para a Confeitaria Colombo, no Rio), enlouquecendo nas fábricas de couros de Boedo (um Brás local mais arrumadinho) e até em alguns outlets micados em San Telmo.
Desde o alto: interior da Libreria d'Ávila; flan con dulce de leche, nova paixão; interior do Teatro Colón; Puerto Madero; Café Tortoni; hace frío en San Telmo; cena familiar no Malba; placas de aluga-se no alto dos prédios da Calle Córdoba.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Meninos, eu vi - Banda Black Rio
Um pouco de proselitismo para começar: o tempo passa, e continuo fã do Sesc, pela sua organização e pela qualidade da programação oferecida, a preços acessíveis.
Nossa última incursão foi ao Sesc Pompeia (o meu favorito), para ver a lendária Banda Black Rio, com nova formação e desfilando por estilos musicais diversos. Mas a verdade é que a qualidade é a mesma e a Black Rio continua colocando todo mundo para dançar. Foi uma delícia ver toda aquela multidão, inclusive membros da Velha Guarda soul, rememorando passos de funk (por favor, nada a ver com o de cachorras, popozudas ou o quê) e de samba rock, embalada pelo vocal elástico e afinadíssimo de Jadiel Oliveira, dividido quando em vez com o tecladista William Magalhães. Bateria enérgica e criativa; contrabaixo para lá de competente. O trio de metais, perfeito!
Não havia como corpo e alma não saírem mais leves dali, depois de terem testemunhado a passagem da alegria e se esbaldado de dançar.

A Black Rio voltou à cena musical com William Magalhães, filho de Oberdan Magalhães, criador da banda na década de 70.
Nossa última incursão foi ao Sesc Pompeia (o meu favorito), para ver a lendária Banda Black Rio, com nova formação e desfilando por estilos musicais diversos. Mas a verdade é que a qualidade é a mesma e a Black Rio continua colocando todo mundo para dançar. Foi uma delícia ver toda aquela multidão, inclusive membros da Velha Guarda soul, rememorando passos de funk (por favor, nada a ver com o de cachorras, popozudas ou o quê) e de samba rock, embalada pelo vocal elástico e afinadíssimo de Jadiel Oliveira, dividido quando em vez com o tecladista William Magalhães. Bateria enérgica e criativa; contrabaixo para lá de competente. O trio de metais, perfeito!
Não havia como corpo e alma não saírem mais leves dali, depois de terem testemunhado a passagem da alegria e se esbaldado de dançar.

A Black Rio voltou à cena musical com William Magalhães, filho de Oberdan Magalhães, criador da banda na década de 70.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
E por falar em exposição...
...finalmente, consegui entrar no CCBB para ver Escher. Tentei antes duas vezes; na segunda, a fila saía da rua da Quitanda, pela 15 de novembro, em direção à praça da Sé!
Bom, ainda bem que não peguei fila. Gosto muito de Escher, das suas armadilhas visuais, da sua técnica de gravura apurada (mais fácil de perceber nos trabalhos anteriores à fase mais famosa, a de pós-30), do seu jogo de espelhos (eu também uma fã dos maneiristas de todas as épocas, nas artes visuais e literárias)... Mas a exposição me cheirou a Masp em má fase, com alguns poucos trabalhos (felizmente os menos conhecidos) e mais plotters e outros artifícios do que se poderia desejar.
Ok, o espaço expositivo do CCBB não é lá muito grande, mas depois que vi as ótimas "Gráfica russa" e "Andy Warhol", "O mundo mágico de Escher" pareceu, injustamente, um mundo pequenininho assim.
Bom, ainda bem que não peguei fila. Gosto muito de Escher, das suas armadilhas visuais, da sua técnica de gravura apurada (mais fácil de perceber nos trabalhos anteriores à fase mais famosa, a de pós-30), do seu jogo de espelhos (eu também uma fã dos maneiristas de todas as épocas, nas artes visuais e literárias)... Mas a exposição me cheirou a Masp em má fase, com alguns poucos trabalhos (felizmente os menos conhecidos) e mais plotters e outros artifícios do que se poderia desejar.
Ok, o espaço expositivo do CCBB não é lá muito grande, mas depois que vi as ótimas "Gráfica russa" e "Andy Warhol", "O mundo mágico de Escher" pareceu, injustamente, um mundo pequenininho assim.
sábado, 2 de julho de 2011
Exposição de fotografia no Maria Antonia - curso de Bete Savioli
Ontem aconteceu o vernissage dos alunos de Bete Savioli, no Centro Universitário Maria Antonia. Foi muito bacana, tanto pelo clima familiar do evento quanto pela ótima qualidade dos trabalhos.
A exposição fica no 3o andar do Ceuma, até final de julho. Aqui o convite feito por uma das alunas.
Três das minhas fotos postadas no blog do curso, da série arteriescultura, estão lá.
A exposição fica no 3o andar do Ceuma, até final de julho. Aqui o convite feito por uma das alunas.
Três das minhas fotos postadas no blog do curso, da série arteriescultura, estão lá.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Redescobrindo Woody Allen
Há épocas em que parece não haver nada de interessante no cinema; há outras, felizmente, que nem sabemos a qual filme assistir, tantas são as opções!
É o que tem acontecido nos últimos dias. Entre quatro filmes igualmente atraentes, acabamos escolhendo o último de Woody Allen a estrear por aqui, Meia-noite em Paris.
Não bastasse a delícia de passear pela noite de Paris com o protagonista (Owen Wilson, em ótima interpretação), nos deixamos levar pela aparente leveza da trama, que tem muitos momentos divertidos e até abusa de alguns estereótipos "turísticos" (aquilo que todo mundo TEM que conhecer ou espera encontrar em Paris). Se Woody Allen parece querer satisfazer o público dando pistas óbvias das personagens (por exemplo, uma das músicas mais conhecidas de Cole Porter tocando em um bar dos anos 20 anuncia nosso encontro com o próprio compositor), também se diverte com as informações básicas que qualquer um que se pretenda sofisticado TEM que ter. Nada disso impede, claro, que nos divirtamos com a breve e ótima performance de Adrien Brody como Salvador Dalí.
Olhando mais fundo, enxergamos uma camada de crítica ao tempo que se vive e também à idealização de outras épocas, outros lugares, outras vidas, a essa saudade do não vivido. E talvez tenha sido justamente esse recorte de sentimentos comuns, pincelados com humor e esperança - com sutilezas, mas sem excesso de ironias e dobras psicológicas -, que fez tão agradável minha redescoberta de Woody Allen.
É o que tem acontecido nos últimos dias. Entre quatro filmes igualmente atraentes, acabamos escolhendo o último de Woody Allen a estrear por aqui, Meia-noite em Paris.
Não bastasse a delícia de passear pela noite de Paris com o protagonista (Owen Wilson, em ótima interpretação), nos deixamos levar pela aparente leveza da trama, que tem muitos momentos divertidos e até abusa de alguns estereótipos "turísticos" (aquilo que todo mundo TEM que conhecer ou espera encontrar em Paris). Se Woody Allen parece querer satisfazer o público dando pistas óbvias das personagens (por exemplo, uma das músicas mais conhecidas de Cole Porter tocando em um bar dos anos 20 anuncia nosso encontro com o próprio compositor), também se diverte com as informações básicas que qualquer um que se pretenda sofisticado TEM que ter. Nada disso impede, claro, que nos divirtamos com a breve e ótima performance de Adrien Brody como Salvador Dalí.
Olhando mais fundo, enxergamos uma camada de crítica ao tempo que se vive e também à idealização de outras épocas, outros lugares, outras vidas, a essa saudade do não vivido. E talvez tenha sido justamente esse recorte de sentimentos comuns, pincelados com humor e esperança - com sutilezas, mas sem excesso de ironias e dobras psicológicas -, que fez tão agradável minha redescoberta de Woody Allen.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Meninos, eu vi - Ney Matogrosso e Banda Isca de Polícia
Vi, ouvi e amei, mais uma vez, Ney Matogrosso.
Desta vez, com o auxílio luxuoso e poderoso da Banda Isca de Polícia, que eu conhecia de discos - era simplesmente a banda que acompanhava Itamar Assunção.
Ao vivo, tinha ouvido apenas alguns de seus componentes em carreira solo, como Suzana Salles e Vange Milliet. Mas é impressionante a mágica que se instaura quando eles se reúnem, como as duas vocalistas parecem uma só voz em diferentes alturas. E o que dizer das guitarras blackispowerful de Jean Trad e Luiz Chagas? A bateria de Marco da Costa e o baixo do também arranjador Paulo Lepetit inundam o espaço como uma deliciosa cobertura sobre uma sobremesa à base de morangos. Para incrementar mais ainda o banquete, a participação de Bocatto.
Desta vez, com o auxílio luxuoso e poderoso da Banda Isca de Polícia, que eu conhecia de discos - era simplesmente a banda que acompanhava Itamar Assunção.
E lá de um cantinho veio ele. Ney. Discretíssimo, em princípio, vestindo preto. Mas logo tomando o palco todo com "a sua presença", derrubando as cercas com seu vocal quase inumano de tão perfeito - mas não celestial, como o de Milton Nascimento; talvez até luciferino. Reinventando a si mesmo a cada música do repertório de Itamar.
Com a plateia do Sesc Vila Mariana em êxtase, ele terminou de arrebatá-la derramando, e não mais cantando, "Sangue latino", seguido por Suzana e Vange.
O show acabou, e a voz de Ney e a música da Isca continuaram vibrando dentro de nós. Pura mágica.
Juro que nas fotos acima vemos Ney Matogrosso e a Banda Isca de Polícia!
sábado, 18 de junho de 2011
Boas razões para termos saúde
1. A gente se sente muito bem, que óbvio!
2. A vida se torna atraentemente desafiadora.
3. Nos sentimos mais aptos para os desafios!
4. Nos sentimos mais queridos pelas outras pessoas (porque, convenhamos, são poucos os bons samaritanos que têm paciência com os adoentados).
5. A mente, um tantinho egoísta, pode se concentrar em desenvolver boas ideias, pois não está ocupada com o sofrimento do corpo (do qual ela normalmente só se lembra quando falta a saúde).
6. Não sofrer com filas em hospitais, consultórios, nem com médicos mercenários, não vocacionados etc.
Etc.
E só vejo um aspecto positivo de perdermos (momentaneamente, s'il vous plaît!) a saúde: percebermos nossa fragilidade e o quanto precisamos (não "dependemos") uns dos outros.
2. A vida se torna atraentemente desafiadora.
3. Nos sentimos mais aptos para os desafios!
4. Nos sentimos mais queridos pelas outras pessoas (porque, convenhamos, são poucos os bons samaritanos que têm paciência com os adoentados).
5. A mente, um tantinho egoísta, pode se concentrar em desenvolver boas ideias, pois não está ocupada com o sofrimento do corpo (do qual ela normalmente só se lembra quando falta a saúde).
6. Não sofrer com filas em hospitais, consultórios, nem com médicos mercenários, não vocacionados etc.
Etc.
E só vejo um aspecto positivo de perdermos (momentaneamente, s'il vous plaît!) a saúde: percebermos nossa fragilidade e o quanto precisamos (não "dependemos") uns dos outros.
domingo, 5 de junho de 2011
Mais cinema argentino - "O homem ao lado"
Quem não viu, por favor, vá ver. O homem ao lado, de Mariano Cohn e Gastón Duprat, é uma excelente película argentina. Já disse aqui que gosto de cinema argentino? Pois então, este filme de 2009 é um daqueles felizes casos de obras que nos fazem pensar em outras, não no sentido da imitação ou simples releitura, mas no caminho do diálogo enriquecedor.
Não foi por acaso que Daniel Araóz como vizinho intrometido me fez pensar por um momento em Paulo Miklos-titã-invasor (no filme de Beto Brant), ainda que o primeiro assome mais humano e bonachão. Também pensei, desde a resenha de duas linhas, que nos esperava uma espécie de pesadelo kafkiano - um dia, um vizinho resolve construir uma janela que dá para dentro da casa do outro etc. etc.
Mas, por mais absurda que pareça a situação apresentada, a coisa é mais real do que se poderia crer à primeira vista. Mesquinhez, intolerância, idiossincrasias são desnudadas por uma câmera que valoriza um zoom narrativo e tomadas plásticas, sendo a janela apenas uma metáfora daquilo que somos convidados/obrigados a ver - a ferida aberta de uma sociedade frívola e desigual. Que já estava lá, o tempo todo, às claras, na casa de vidro modernista, para quem quisesse (eu disse "quisesse") ver. Mas foi preciso o incômodo, o estranho, o estorvo para que houvesse a revelação. A crise.
Como bônus, o silêncio completo da plateia consternada, ao final do filme. Teremos todos visto a mesma coisa?
Não foi por acaso que Daniel Araóz como vizinho intrometido me fez pensar por um momento em Paulo Miklos-titã-invasor (no filme de Beto Brant), ainda que o primeiro assome mais humano e bonachão. Também pensei, desde a resenha de duas linhas, que nos esperava uma espécie de pesadelo kafkiano - um dia, um vizinho resolve construir uma janela que dá para dentro da casa do outro etc. etc.
Mas, por mais absurda que pareça a situação apresentada, a coisa é mais real do que se poderia crer à primeira vista. Mesquinhez, intolerância, idiossincrasias são desnudadas por uma câmera que valoriza um zoom narrativo e tomadas plásticas, sendo a janela apenas uma metáfora daquilo que somos convidados/obrigados a ver - a ferida aberta de uma sociedade frívola e desigual. Que já estava lá, o tempo todo, às claras, na casa de vidro modernista, para quem quisesse (eu disse "quisesse") ver. Mas foi preciso o incômodo, o estranho, o estorvo para que houvesse a revelação. A crise.
Como bônus, o silêncio completo da plateia consternada, ao final do filme. Teremos todos visto a mesma coisa?
terça-feira, 24 de maio de 2011
arteriescultura
Estou toda prosa com a publicação das minhas fotos no blog do curso de fotografia de Bete Savioli. Para dar um gostinho da minha incursão minhocônica, aqui vai uma das imagens apocalípticas, que não entrou no blog do curso.
E para ver as outras, é só clicar:
http://oficinadefotografia2011.wordpress.com/
terça-feira, 19 de abril de 2011
quarta-feira, 9 de março de 2011
Um homem estranho
Ele sempre entrou na minha vida e saiu dela com estrépito. Derrubando coisas, partindo cristais. A sutileza e a cordialidade que eu amo, ele nunca as teve. Parcimonioso em demonstrações de afeto, peremptório em seus juízos, não tinha amigos, somente concorrentes.
Mas, por mais que visse ameaças em seus próprios filhos, era o pai que eu tinha. Por mais que vivesse longe de nós, cada um se lhe assemelha de algum modo. Essa herança (que há algum tempo aprendi a ver como bênção, já que cada um faz da sua vida o que escolhe fazer) livra-o, afinal, mesmo com sua presença intermitente, de ser um desconhecido. Não o livra, no entanto, de ser estranho. Contraditório e inteligente, carismático e apático, envolvido em lutas sociais e imerso em seu próprio mundo.
Agora esse homem estranho sai de novo da minha vida. Desta vez, porém, estranhamente sem ruído, e para não mais voltar.
Mas, por mais que visse ameaças em seus próprios filhos, era o pai que eu tinha. Por mais que vivesse longe de nós, cada um se lhe assemelha de algum modo. Essa herança (que há algum tempo aprendi a ver como bênção, já que cada um faz da sua vida o que escolhe fazer) livra-o, afinal, mesmo com sua presença intermitente, de ser um desconhecido. Não o livra, no entanto, de ser estranho. Contraditório e inteligente, carismático e apático, envolvido em lutas sociais e imerso em seu próprio mundo.
Agora esse homem estranho sai de novo da minha vida. Desta vez, porém, estranhamente sem ruído, e para não mais voltar.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Lugar onde não cabe tristeza
É possível ser triste diante de uma paisagem assim?
Há quem tente com fervor. Veja mais em http://seroquesoa.blogspot.com/2011/01/tristeza-tem-fim-sim.html
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Qual é sua praia?
Já repararam como a praia é um espaço verdadeiramente democrático? Nela vemos de tudo: gente se divertindo, se exibindo, vendendo guloseimas e cangas...
E agora até gente checando emails, não em um celular, mas em dois!!! Sinal dos tempos em que a tecnologia não só promove mas até substitui o prazer (vejam como a companheira do mancebo vai saindo de mansinho, em busca de um marzão azul, enquanto ele confere dados).
E agora até gente checando emails, não em um celular, mas em dois!!! Sinal dos tempos em que a tecnologia não só promove mas até substitui o prazer (vejam como a companheira do mancebo vai saindo de mansinho, em busca de um marzão azul, enquanto ele confere dados).
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla