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sábado, 13 de junho de 2020

Mil etapas de um jantar

Datas comemorativas são desculpas para eu fazer coisas diferentes. Digo isso porque aqui em casa o marido passa ao largo das efemérides e só se lembra do aniversário do meu enteado querido. Isso quer dizer que se eu não fizesse nada no dia dos namorados tanto faria? Mais ou menos - porque, quando ele visse as chamadas na TV, ia estranhar a ausência de comemoração e de um jantar especial (já que este ano não rolou presente, pois não sabemos o que será do futuro, lindo trocadilho).
Comecei a fazer o jantar na antevéspera, preparando biscoitos savoiard e o mascarpone caseiro com creme de leite e limão. Um dia antes, fiz um pão de ló pequeno, por via das dúvidas, um confit de tomate cereja e, de quebra, doce de leite para experimentar com o pão de ló (essência do bem-casado). No dia, depois de praticar tai-chi, limpar banheiro e pintar as unhas, fiz baguetes, o almoço, preparei o creme do tiramisù, montei o tiramisù com biscoitos e com pão de ló, e perto do horário do jantar, de banho tomado e vestido novo que o marido não comentou, além de finalizar as baguetes, lavei a salada, fatiei as batatas, temperei com azeite, sal, pimenta e tomilho seco, temperei um pouco de ricota quando descobri que o brie que compramos estava estragado, coloquei as baguetes de volta no forno porque o marido achou-as pouco crocantes, sequei a salada, montei o mil-folhas de batata em forma de rosa (talvez a coisa mais bonita que fiz nos últimos tempos), esperei para colocar no forno depois de tirar as baguetes, que comemos com manteiga e o confit, temperei os bifes de entrecôte que o marido cortou e coloquei na grelha quando as batatas ficaram prontas (ainda deixei no grill para dourar as pontinhas). O mil-folhas ficou divino, o confit de tomate idem, a carne poderia ter ficado menos tempo na grelha e ser mais alta, o tiramisù, finalizado na hora de comer com cacau polvilhado, ficou perfeito. O marido aprovou o jantar, mas quem mais gostou do resultado fui eu - a única coisa ruim foi a pilha de louça para lavar. 

domingo, 17 de setembro de 2017

Comemorando com etruscos e ingleses

Comentei aqui outro dia que estava querendo fazer um prato "etrusco" e uma banoffee pie. Calhou que eu e o marido tínhamos o aniversário de namoro a festejar - eu já não comemorava mais em setembro, porque há o dia dos namorados e também porque resolvemos morar juntos em outra data, além de as comemorações anteriores terem sido meio zicadas. Mas, como foi ele quem se lembrou da data, achei digno retomar a data setembrina. E assim entraram em cena o maiale al latte etrusco/romano e a banoffee pie inglesa.
Os preparativos começaram na véspera, porque quis marinar a carne de porco (usei filé mignon suíno em vez de lombo), embora a Samin Nosrat, professora de culinária do Michael Pollan, não indique isso, mas apenas temperar com sal e pimenta um pouco antes. Eu vi umas dicas num outro site de alguém que já fez o prato e resolvi juntar as duas receitas. Então marinei com vinagre de vinho (porque não tinha vinho), sálvia, alecrim, alho, sal, pimenta-do-reino e limão, para no outro dia selar a carne em azeite bem quente e então adicionar mais alho, sálvia fresca, sal, raspas de casca de limão e 1 litro de leite, incorporado aos poucos, ao longo de quase 3 horas de cozimento. 
Quanto à torta, segui a receita da Dani Noce. O creme de confeiteiro de doce de leite não ficou tão firme, embora gostoso. A dica do creme de leite em lata sem soro e bem gelado para fazer chantilly não funcionou; também não consegui usar meu sifão. Lá fui eu em busca de um preparado para chantilly, da Fleischmann mesmo. Ainda assim, ficou bem gostoso e bonitão. 
O maiale al latte fica com um aspecto talhado, uma espécie de vômito de bebê como bem descreve o Pollan. Mas é uma delícia, ainda mais acompanhado de legumes ao forno.
Foi um jantar preparado lentamente, com paciência, respeito e total atenção, ingredientes também para um relacionamento de longa data como o nosso.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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