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domingo, 9 de agosto de 2020

A vida que segue brotando

Já tinha dado por moribunda a árvore da felicidade que ganhei de minha sogra. Na verdade, continuam caindo galhos - ainda não sei cuidar direito. Mas daí Guga me chamou a atenção outro dia para o brotinho renitente que apareceu. 
Achei tão simbólico do período que atravessamos, de tanta morte pelo caminho, mas com uma vida que teima em continuar a brotar, quase indiferente à nossa desesperança. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Um sabor de vidro e corte

Faz umas três semanas que fiquei sabendo da morte de uma amiga das antigas, da época de Bienal, Mostra, Itaú, ou seja, da época em que eu estava mais ligada à arte-educação, um tempo bastante feliz e desafiador.
Monika Jun Homma esteve comigo nas diferentes instituições por onde passei. Formada em Artes Plásticas, sempre atuou na área de forma comprometida, questionadora, mas também acolhedora e carinhosa com todos. Nas redes sociais, seguíamos uma à outra e compartilhávamos olhares sobre ser oriental, sobre culinária, cultura, arte, educação e política. Nos últimos tempos, estava animadíssima com começar um curso técnico em cozinha. De repente, a notícia, vinda por outra amiga das antigas, pelas mesmas redes sociais. Monika sucumbiu a uma gripe, que em poucos dias virou broncopneumonia e levou-a a ter uma parada cardiorrespiratória fatal. Uma coisa tão banal, uma gripe, e ela se foi.
Ficamos, todos os que a conheceram, pasmos e tristes. A notícia correu pelo Facebook, dezenas ou centenas de relatos de quem a conheceu só confirmaram o que digo aqui: perdemos uma pessoa que sabia ouvir, que recebia o outro com delicadeza, que se interessava por tudo e todos. Também fica a sensação amarga na boca de que uma parte de um passado feliz se desprendeu e foi embora. Um tempo perdido.
Nestes dias sombrios, escuros como o céu de florestas mortas sobre São Paulo da outra semana, pessoas como Monika farão falta. Já fazem.

domingo, 11 de agosto de 2019

A lição de vida dos microrganismos

Faz tempo que não faço pães au levain, não só porque dá trabalho manter o fermento anos a fio, mas também por uma preferência local por pães mais macios, mesmo integrais. Assim, acabei perdendo a mão. 
Mas, como sempre gostei dos pães mais casca dura, pretendo retomá-los, inclusive por sua maior saudabilidade (aprendi esse termo na pós da PUC!). Então toca a começar o levain do zero, voltar a sovar com a mão (na ProLine a massa fica muito líquida), ter paciência com as várias horas de fermentação. Já me programo para fazer um curso de fermentação natural em breve, e enquanto isso vou praticando. 
Também resolvi fazer kombucha. O Lucas do Com Ciência Saúde me mandou o scoby e o starter; demorei um pouco a começar, mas na última semana segui o passo a passo para produzir o chá inicial. A ver. 
Nestes tempos de trevas e morte de todo tipo, restam-nos os microrganismos para mostrar que a vida pode brotar de onde não vemos, como quem diz: viva! resista! renasça!

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Os sabores da vida


O gosto da vida muda o tempo todo. Tem dias que ela é mais ácida, mais azeda, mais amarga, às vezes tudo num mesmo dia. Outro dia, é doce como mel. Terrosa, exótica, adstringente. Salgada. Quase como o tempo em São Paulo.
Como aprecio os sabores em geral, embora tenha lá meus favoritos, gosto do gosto cambiante da vida. Como o que se apresentou no casamento de Karen e Julio, em que eu e Guga fomos padrinhos - doce é não só testemunhar, mas compartilhar da alegria de pessoas queridas. Doçura também no livro que Guga me deu a caminho de São Paulo, em homenagem aos meus gatinhos: Gatos, de Patricia Highsmith, autora de O talentoso Ripley - já me interessei pelo modo de escrever dessa mulher que entende tão bem os felinos e a crueza humana.
No bate-volta por conta do casório, as risadas com os amigos reencontrados - serão elas agridoces? Não tenho certeza, mas sei que são deliciosas, tão repletas que são de lembranças, afetos e futuros.
Já no final da nossa curta viagem, o melhor exemplo da diversidade e complexidade de sabores da vida: uma visita à zona cerealista, com seus cheiros, sabores, cores, falares múltiplos. Em casa, organizar os temperos e nomeá-los foi uma tarefa poética - assim pude olhar para cada um, pensar em para que serve, afirmar a necessária diversidade que compõe a existência.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Ilustração de uma ideia

Esses desenhos que já postei no Facebook servem de ilustração para meu último post no Ser o que soa, sobre ser dono ou autor da própria vida (desenhar saída onde não há e ter a faca, a tesoura e o queijo na mão).

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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