Não, não são sintoma de icterícia, hepatite ou do hábito de fumar. São simplesmente unhas cobertas de verniz amarelo; mais especificamente, do esmalte Amarelo Real, da Risqué.
As moças que quiserem experimentar vão conseguir um efeito de choque. Nas breves 24 horas em que minhas unhas ficaram pintadas com essa cor, ouvi comentários de todo tipo, inclusive os elencados acima. O que mais me chamou a atenção, porém, foi o fato de virem quase todos da ala masculina. Conservadorismo? Ou será que os moços estão mais atentos ao que acontece ao redor? Hummmm, algo para se pensar!
Não é que queira defender o amarelo como cor da moda - achei até que ficava eu mesma muito amarela com aquelas unhas. Mas vi acontecer algo parecido quando usei galochas decoradas pela primeira vez, há dois anos. Olhares indisfarçados, masculinos e femininos, por onde passava - fenômeno sociológico interessante, em especial num lugar onde galochas, decoradas ou não, são praticamente um produto de primeira necessidade.
Forçando um pouco o gancho (com base, contudo, em eventos correlatos), é bem curioso que numa cidade tão grande, uma megalópole, tantas coisas miúdas ainda provoquem espanto e coisas de espantar assomem normais. Até parece que aquela Pauliceia cantada por Mario de Andrade só fez crescer, mas em nada mudou seu espírito controverso, gigante e provinciano...
domingo, 7 de março de 2010
domingo, 28 de fevereiro de 2010
A quantas anda a relação com a língua-mãe?
Quer testar seus conhecimentos acerca do Novo Acordo Ortográfico?
Descubra seu grau de intimidade com a língua-mãe visitando o blog da doce Dulce Seabra:
http://dububbles.blogspot.com/2010/02/com-hifen-ou-sem-hifen.html
Descubra seu grau de intimidade com a língua-mãe visitando o blog da doce Dulce Seabra:
http://dububbles.blogspot.com/2010/02/com-hifen-ou-sem-hifen.html
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Que canela você chutaria?
Postagem extra com enquete: se você pudesse escolher uma canela pra chutar, qual seria? Sou antiviolência, mas não posso negar esse desejo fisiológico quando em vez.
Eu chutaria a canela de quem precisa dar carteirada para aparecer ou para sobreviver sem a competência necessária. De quem brada, sem nenhuma vergonha: "Vou falar com fulano, que conheço desde tantos anos de idade! Meu padrinho de casamento! Pai do meu namorado! Irmão do meu sogro! Vizinho da minha tia!"
Claro que há um montão delas (de outros impostores e pessoas covardes em geral). Mas esta seria uma canela merecidamente chutada!
E você? Que canela escolheria?
Eu chutaria a canela de quem precisa dar carteirada para aparecer ou para sobreviver sem a competência necessária. De quem brada, sem nenhuma vergonha: "Vou falar com fulano, que conheço desde tantos anos de idade! Meu padrinho de casamento! Pai do meu namorado! Irmão do meu sogro! Vizinho da minha tia!"
Claro que há um montão delas (de outros impostores e pessoas covardes em geral). Mas esta seria uma canela merecidamente chutada!
E você? Que canela escolheria?
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Encontro da Velha Guarda no Ugues
Ontem encontrei três bons e velhos amigos em um lugar há muito conhecido, o boteco Ugues (esquina da Marquês de Itu com a Martim Francisco).
Quando acontecem esses encontros, mesmo que tenhamos mudado muito, tenho sempre a sensação de que o tempo não passou, que a conversa com os amigos é retomada do ponto em que parou no dia anterior. Mas fazia uns três anos que não via o Botelho, uns três que não topava com Camargo na rua e pelo menos dois que não encontrava Marise. O papo, sempre bom; o tempo, pouco para tanto assunto.
As novidades da vez ficaram por conta da linda Tarsila, filhota do Bot que eu ainda não conhecia, e do livro publicado pelo mesmo mancebo, via editora Annablume, O urbano em fragmentos: a produção do espaço e da moradia pelas práticas do setor imobiliário. Já comecei a leitura e logo vou postar um comentário no http://seroquesoa.blogspot.com/
Em um encontro com queridos e tantas notícias boas, até é possível esquecer o grasnado de algumas moçoilas agitadas em uma mesa logo atrás da nossa. E também perdoa-se o bolinho de bacalhau não ser propriamente de bacalhau - é, o Ugues também não é mais o mesmo...
Quando acontecem esses encontros, mesmo que tenhamos mudado muito, tenho sempre a sensação de que o tempo não passou, que a conversa com os amigos é retomada do ponto em que parou no dia anterior. Mas fazia uns três anos que não via o Botelho, uns três que não topava com Camargo na rua e pelo menos dois que não encontrava Marise. O papo, sempre bom; o tempo, pouco para tanto assunto.
As novidades da vez ficaram por conta da linda Tarsila, filhota do Bot que eu ainda não conhecia, e do livro publicado pelo mesmo mancebo, via editora Annablume, O urbano em fragmentos: a produção do espaço e da moradia pelas práticas do setor imobiliário. Já comecei a leitura e logo vou postar um comentário no http://seroquesoa.blogspot.com/
Em um encontro com queridos e tantas notícias boas, até é possível esquecer o grasnado de algumas moçoilas agitadas em uma mesa logo atrás da nossa. E também perdoa-se o bolinho de bacalhau não ser propriamente de bacalhau - é, o Ugues também não é mais o mesmo...
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Gourmandise II - Pastelaria Rainha Brasileira
O nome é ótimo, e gerou vários trocadilhos ao longo da última sexta-feira.
Nesse dia, fui com amigos à tal pastelaria (que não é a Pastelaria Brasileira, perto dali), na rua Monteiro de Melo, Lapa.
Mesas lotadas, com gente entrando e saindo, e um mundo de pastéis e esfihas pra encher nossos olhos gulosos. Experimentei o "especial" de camarão e palmito, um escândalo! Valia por três pastéis e, mesmo assim, no entusiasmo do momento, ainda tracei um "simplesinho", de queijo, que poderia ser comparado em tamanho a um pequeno travesseiro.
Claro que não comi mais nada no decorrer do dia. Não porque o pastel não fosse bom ou ficasse "conversando" no estômago, como os lanches do McDonald's, mas porque realmente o espaço tinha acabado. Só o bom e velho chá verde pra fazer tudo voltar à normalidade.
Mas fica a dica: o lugar é uma pastelaria tradicional, limpinha e disputada, com variedade grande de pastéis, salgados e também doces (que nem aguentamos olhar, no final, tão empazinados estávamos). Tem garapa da boa. E o melhor é o preço, bem acessível.
Nesse dia, fui com amigos à tal pastelaria (que não é a Pastelaria Brasileira, perto dali), na rua Monteiro de Melo, Lapa.
Mesas lotadas, com gente entrando e saindo, e um mundo de pastéis e esfihas pra encher nossos olhos gulosos. Experimentei o "especial" de camarão e palmito, um escândalo! Valia por três pastéis e, mesmo assim, no entusiasmo do momento, ainda tracei um "simplesinho", de queijo, que poderia ser comparado em tamanho a um pequeno travesseiro.
Claro que não comi mais nada no decorrer do dia. Não porque o pastel não fosse bom ou ficasse "conversando" no estômago, como os lanches do McDonald's, mas porque realmente o espaço tinha acabado. Só o bom e velho chá verde pra fazer tudo voltar à normalidade.
Mas fica a dica: o lugar é uma pastelaria tradicional, limpinha e disputada, com variedade grande de pastéis, salgados e também doces (que nem aguentamos olhar, no final, tão empazinados estávamos). Tem garapa da boa. E o melhor é o preço, bem acessível.
Muito a propósito
Na última quinta, em meio às tentativas muvucadas (e frustradas) de fechar um material, ganhei um presente.
Meu amigo Marcelo me deu, assim sem mais (o que caracteriza os melhores regalos, como as alpargatas belíssimas que recebi de minha amiga Lu na outra semana), um livro sobre a artista plástica chinesa Pan Yuliang, A artista de Xangai (Editora Record).
A história, romanceada pela norte-americana Jennifer Cody Epstein, trata da trajetória de uma mulher chinesa, desde o momento em que é vendida pelo tio para um bordel até sua ascensão e libertação como artista plástica pós-impressionista.
Não fosse ainda por cima um enredo bem tramado, a história já teria vindo muito a propósito, em um momento em que ainda ouço alguns homens querendo justificar seu comportamento pelas teorias do século XIX. De que são como são porque "a natureza os fez assim"; eles "caçam" enquanto nós, mulheres pré-históricas, "cuidamos da casa e das crias".
Não parece estranho, se resolvermos entrar, mesmo que por um momento, nesse barco furado teórico, que somente as mulheres tenham buscado a tal evolução? Afinal, um dia elas se tocaram de que não queriam só cuidar da casa e das crias. E a partir daí muitas têm mudado seu destino.
Para ser completamente justa, é claro que os homens (e as mulheres também, por que não?) de fato evoluídos não precisam dessa justificativa fisiológica. Isso é coisa de quem não banca suas escolhas e morre de medo de ficar sozinho consigo mesmo. Certamente, um cara assim não teria me dado um livro como esse...
Meu amigo Marcelo me deu, assim sem mais (o que caracteriza os melhores regalos, como as alpargatas belíssimas que recebi de minha amiga Lu na outra semana), um livro sobre a artista plástica chinesa Pan Yuliang, A artista de Xangai (Editora Record).
A história, romanceada pela norte-americana Jennifer Cody Epstein, trata da trajetória de uma mulher chinesa, desde o momento em que é vendida pelo tio para um bordel até sua ascensão e libertação como artista plástica pós-impressionista.
Não fosse ainda por cima um enredo bem tramado, a história já teria vindo muito a propósito, em um momento em que ainda ouço alguns homens querendo justificar seu comportamento pelas teorias do século XIX. De que são como são porque "a natureza os fez assim"; eles "caçam" enquanto nós, mulheres pré-históricas, "cuidamos da casa e das crias".
Não parece estranho, se resolvermos entrar, mesmo que por um momento, nesse barco furado teórico, que somente as mulheres tenham buscado a tal evolução? Afinal, um dia elas se tocaram de que não queriam só cuidar da casa e das crias. E a partir daí muitas têm mudado seu destino.
Para ser completamente justa, é claro que os homens (e as mulheres também, por que não?) de fato evoluídos não precisam dessa justificativa fisiológica. Isso é coisa de quem não banca suas escolhas e morre de medo de ficar sozinho consigo mesmo. Certamente, um cara assim não teria me dado um livro como esse...
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla