Mostrando postagens com marcador adoção. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador adoção. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 5 de março de 2019

Novas do Carnaval: sorvete de caramelo e flocos de chocolate e Chica

Bueno, cá estávamos em nosso Carnaval recolhido, assistindo série, trabalhando, estudando, revisando TCC, comendo porcariazinhas, e de repente uma latição muito próxima, com direito a ganidos de cachorro pequeno levando uma surra. Marido no banho, fui correndo olhar. Kong vociferava do lado de cá da grade, Balu e Bela andavam pra lá e pra cá do outro lado. Ouvi uns latidinhos por ali, vindos do meio de uma moita. Kong se esgoelando, fui chegando perto e, de repente, sai da moita uma cachorrinha magrela. E lá foi ela me pedir ajuda ao mesmo tempo que enfrentava Kong, que, por sua vez, conclamava o restante da ex-matilha a encurralar a bichinha. Balu e Bela fizeram aquela cara de "seriously?", mas ficaram cada um de um lado, meio que sem querer obedecer o encrenqueiro. 
Guga conseguiu tirar Kong da cerca com a guia, e eu saí para afastar os outros dois cães, enquanto minha sogra chegava com outra guia. A cachorrinha logo veio lamber minha mão e a de minha sogra, toda cheia de confiança. Quando, porém, colocamos a guia nela para levá-la ao portão de saída, ela travou as quatro patas, quase se enforcando. Fui carregando-a até a frente da casa de minha sogra, e quando coloquei-a no chão ela ficou na mesma posição, meio catatônica, com o rabo no meio das pernas. Apavorada em ser expulsa de novo. Guga ficou de coração partido, e não quis deixá-la na rua. 
Liguei para a veterinária de Kong, que prometeu falar com uma cuidadora. Hoje ela disse o que eu já esperava: não havia vaga para a cachorrinha. Tentei outros contatos, e nada. A essas alturas, o marido queria ficar com ela, que já tinha alguns nomes: Gremlin (por conta dos dentões), Costelinha (por causa dos ossos à mostra), Chica (porque ela faz uns ruídos que lembram o dengo sonorizado de Chico César). 
Ponderei/estou ponderando muito, porque isso significa dobrar os gastos com veterinário, remédio e tudo mais. Inclusive, teremos que castrá-la, o que significa pelo menos 700 reais na versão mais econômica. Eu gostaria de ter um ano financeiramente mais tranquilo que o ano passado, ainda mais pensando em investir mais na minha formação e com tantas coisas a melhorar em casa. Então decidi que vou fazer o básico pela cachorrinha, mas ela não vai tomar a frente das prioridades já estabelecidas. Quer dizer, na prática, que vamos continuar apertados mais um ano, mas enfim.
Além dessa surpresa, o Carnaval rendeu uma delícia de sorvete de caramelo e flocos de chocolate, receita publicada no Technicolor Kitchen, que tem também a do sorvete que até então eu considerava o maioral, de crème brûlée. Este é tão... carameludo, que fica difícil não considerá-lo ainda melhor que o outro. Quer dizer, não sei, ainda não cheguei a uma conclusão - só sei que fiquei orgulhosíssima do resultado!

domingo, 4 de maio de 2014

Amores que se escolhem

O que leva uma pessoa que tem rinite alérgica a adotar não um, mas DOIS gatos? E ainda mais num momento de contenção de despesas e necessidade de reflexão - será uma autossabotagem? Ou será uma forma inconsciente de cura - da alergia, mas também da necessidade de ter controle? Também acho que é uma forma de dar afeto a quem precisa (e o aceita de bom grado).
O fato é que eu queria um gatinho só, mas a cuidadora, Carol, não queria separar os dois irmãos grudados, que ela chamava de Tico e Teco. Combinamos fazer um test-drive pra ver se eu me adaptava - não só porque nunca tive gato, mas porque desconfio fortemente que sou alérgica à saliva dos bichanos.
Para incrementar o quadro, eles chegaram numa época de estiagem, fatal para os alérgicos como eu. À minha crise de rinite seguida de sinusite emendou-se uma gripe. E por isso tudo a casinha deles fica na varanda. Acesso negado, claro, ao meu quarto (até porque, embora respeite quem faça isso, acho que cada um no seu quadrado é ótimo, bichos de um lado, humanos de outro).
A adaptabilidade deles me encanta e ensina: também não faço a linha "sou escrava do meu bicho" (pelo menos por enquanto!), então estabeleço muitos limites. Claro que eles são naturalmente teimosos - tentam burlar a vigilância duas, três, quatro vezes -, mas também são inteligentes, e acredito que entendem as regras da boa convivência. Mesmo levando umas broncas, são carinhosos (especialmente o Chico, maior que o irmão Zen, um pouco mais arisco).
E assim é: devemos ficar juntos, a menos que a vida nos separe, por uns bons 15 anos. Imagino uma vida mais livre para eles também daqui a pouco, quando eu tiver um cantinho mais com minha cara, uma vida mais a ver comigo. Pretendo continuar viajando, mas agora somos três. Nada disso me assusta, porém. Resolvi enfrentar a alergia por eles, mas principalmente por mim, que quero poder respirar com toda força dos meus pulmões.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

Arquivo do blog