Um dos últimos produtos na geladeira foi o inhame. Fomos a uma festinha de São Pedro do pilates, e o delicioso caldo de aipim com carne seca feito pela Cris me fez lembrar do inhame e da calabresa que tinha na geladeira. Cozinhei o inhame descascado no vapor, fritei um pouco a calabresa, acrescentei o inhame amassado e caldo de carne. Ficou bem bom, temperado na medida.
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domingo, 1 de julho de 2018
Caldo de inhame orgânico com calabresa
Um dos últimos produtos na geladeira foi o inhame. Fomos a uma festinha de São Pedro do pilates, e o delicioso caldo de aipim com carne seca feito pela Cris me fez lembrar do inhame e da calabresa que tinha na geladeira. Cozinhei o inhame descascado no vapor, fritei um pouco a calabresa, acrescentei o inhame amassado e caldo de carne. Ficou bem bom, temperado na medida.
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sexta-feira, 22 de junho de 2018
Brasilidades culinárias e orgânicas no dia 5 das férias
Continuo fazendo pratos com os produtos orgânicos da feira da Reforma Agrária. Hoje usei mais do coco ralado fresco, da taioba, da couve e da banana, além de cozinhar também o aipim subsistente. Preparei um frango com pequi e açafrão, farofa de couve e banana, bolinho de arroz e taioba e bolo/pudim/cuscuz de tapioca e coco com calda de caramelo e leite.
O melhor, sem dúvida, foi o bolinho de taioba: no olho, misturei a taioba já aferventada com arroz branco, um ovo, queijo parmesão, pimenta branca, cerca de meia xícara de farinha de trigo e sal. Fritei em óleo bem quente, e o aspecto foi quase o de um tempurá. Ficou uma delícia, bem crocante e bem temperado.
Antes de optar pela calda de caramelo com leite ensinada pela Rita Lobo, queimei o dedo tentando fazer uma calda de caramelo comum, que, claro, ficou dura como pedra. A que leva leite ficou mais harmonizada com o bolo, ainda que tenha talhado um pouco (quando acrescentei a manteiga, acredito). Esse bolo não vai ao forno, e a receita foi tirada do site da Danielle Noce - lá, porém, ela usa uma calda de leite condensado, que achei que pudesse ser enjoativa, por isso minha opção pelo caramelo.
Tem batido um enjoo pelos pratos de sempre, por isso também essas experimentações com produtos menos comuns na geladeira. Se ontem, quando passei o dia de pijama, fiz uma clássica salada de batata, maionese, cenoura, ovo e nozes, hoje fugi de vez dos ingredientes ordinários.
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quarta-feira, 20 de junho de 2018
Sobre cães, sopas e cookies - férias parte 2, dia 3
Hoje fomos comprar material para refazer a cerca que separava nosso terreno do dos meus sogros. A feroz briga de Balu e Kong, há umas três semanas, foi decisiva para querermos separar os cães. Foi horrível de ver, os dois se destruindo na nossa frente e nós com muita, muita dificuldade em separá-los. Então, à iminente castração de Kong somou-se a montagem urgente da cerca, para que não aconteça algo ainda pior.
Bueno, isso foi parte do dia 3 das férias. Em outra parte dele, fiz uma minestrone de forma bem lenta, refogando os legumes primeiro, dos mais duros aos mais macios, antes de acrescentar o caldo e o molho de tomate. Usei, além de cebola, cenoura, abobrinha e batata, aipim e fava comprados na feira orgânica. Deve ter sido a melhor sopa que fiz na vida, é sério.
Como acabei tomando para mim essa missão de cozinhar todo dia algo que contenha pelo menos um produto orgânico, resolvi usar o coco ralado fresco e os nibs de cacau em uma receita de cookie, a do Figos e Funghis (os "cookies infalíveis"), acrescentando ainda um pouco de amêndoas picadas, tudo isso substituindo o chocolate da receita. Apesar do percalço do gás acabando às 21h (e o marido teve de ir buscar outro botijão na casa dos meus sogros, enquanto eu colocava a forma com os cookies de volta à geladeira), o resultado foi bem satisfatório. Os cookies ficaram menos doces do que o normal, mas mantiveram a crocância das amêndoas, são macios por dentro e volta e meia surpreendem com o leve amargor do cacau.
terça-feira, 19 de junho de 2018
Almoço quase orgânico no segundo dia de férias parte 2
A taioba está na moda: caiu nas graças de nutricionistas e chefs. É uma das mais conhecidas PANC, plantas alimentícias não convencionais. Prima da couve (embora com sabor bem mais suave), é rica em diversos nutrientes, como potássio, e uma fonte privilegiada de vitamina A e ferro, sendo indicada, por isso, para o combate aos radicais livres e à anemia. Além de ser linda, é claro, uma espécie de antúrio gigante e lustroso, chiquérrima.
Comprei um maço na feira da Reforma Agrária e logo fui pesquisar o que fazer com ela. Aliás, minha lousa de cardápio se converteu numa lista de ingredientes a usar, quase todos adquiridos na feira. Como também havia quiabo na lista, resolvi fazer frango com quiabo (seguindo uma receita do Troisgros) e uma farofa de taioba com cenoura. Mineirei total.
Duas coisas importantes nos procedimentos do almoço foram aferventar a taioba antes de refogar (dica da produtora que fez a venda, para eliminar a toxicidade da planta) e tostar bem, sem mexer, por cerca de 10 minutos, o quiabo cortado em rodelas (quando se mexe, a baba começa a soltar). Adorei essa manha para o quiabo, porque a baba é a grande responsável por eu não curtir muito os pratos feitos com ele. Desse modo, porém, quase não há baba, e dá para apreciar muito mais o sabor.
Para o caldo de legumes, me lembrei de usar também uma espécie de hortelã grande bem comum por aqui (hortelã-da-bahia ou do norte), e que Guga comprou na feira da Reforma. Achei que podia ser um bom substituto para o salsão que não tinha na geladeira, e parece que funcionou bem, para incrementar o sabor.
A sobremesa também teve produto orgânico, as bananas compradas finalmente a preço de banana - uma penca enorme a 3 reais (o quiabo, então, cerca de meio quilo, custou 1 real, o que o tornou ainda mais atraente). Cortei quatro bananas em rodelas, levei para congelar, e pouco depois de almoçarmos bati as rodelas no liquidificador com morangos congelados (umas duas xícaras) e um tico de açúcar, e pronto, tínhamos um sorvete saudável, sem conservantes e delicioso.
Comprei um maço na feira da Reforma Agrária e logo fui pesquisar o que fazer com ela. Aliás, minha lousa de cardápio se converteu numa lista de ingredientes a usar, quase todos adquiridos na feira. Como também havia quiabo na lista, resolvi fazer frango com quiabo (seguindo uma receita do Troisgros) e uma farofa de taioba com cenoura. Mineirei total.
Duas coisas importantes nos procedimentos do almoço foram aferventar a taioba antes de refogar (dica da produtora que fez a venda, para eliminar a toxicidade da planta) e tostar bem, sem mexer, por cerca de 10 minutos, o quiabo cortado em rodelas (quando se mexe, a baba começa a soltar). Adorei essa manha para o quiabo, porque a baba é a grande responsável por eu não curtir muito os pratos feitos com ele. Desse modo, porém, quase não há baba, e dá para apreciar muito mais o sabor.
Para o caldo de legumes, me lembrei de usar também uma espécie de hortelã grande bem comum por aqui (hortelã-da-bahia ou do norte), e que Guga comprou na feira da Reforma. Achei que podia ser um bom substituto para o salsão que não tinha na geladeira, e parece que funcionou bem, para incrementar o sabor.
A sobremesa também teve produto orgânico, as bananas compradas finalmente a preço de banana - uma penca enorme a 3 reais (o quiabo, então, cerca de meio quilo, custou 1 real, o que o tornou ainda mais atraente). Cortei quatro bananas em rodelas, levei para congelar, e pouco depois de almoçarmos bati as rodelas no liquidificador com morangos congelados (umas duas xícaras) e um tico de açúcar, e pronto, tínhamos um sorvete saudável, sem conservantes e delicioso.
sexta-feira, 15 de junho de 2018
Um passeio pela feira da Reforma Agrária
Amo uma feira, já devo ter dito aqui. Feiras e mercadões, pra ser mais precisa. Quando chego a uma cidade nova, já quero logo conhecer os locais de comércio popular, saber o que a população local consome, o que come, o que compra, o que considera indispensável em sua casa, parte de sua identidade mesmo.
Se a feira ainda for de produtos orgânicos, melhor ainda. Por aqui, ainda não tinha tido notícias de uma, além de nossa feirinha dominical, que é pequena, mas bem boa (com direito a rúcula rascante de tão adstringente).
Entonces, minha amiga Marisa me marcou em uma publicação do MST, de uma feira da Reforma Agrária que aconteceria em Salvador, a versão soteropolitana da tradicional feira do MST do Parque da Água Branca, em São Paulo. Mesmo lá, eu nunca tinha ido a essa feira, que é um verdadeiro evento, mas sempre me interessei ao ver imagens e comentários posteriores. Portanto, saber que a feira aconteceria por estas plagas só podia ser um sinal de que devíamos conhecê-la.
Combinei com o maridón bem antes. Também contatei Liu e Igor, que certamente gostariam de ir (e já tinham se programado para tal). Por sorte, hoje, dia da feira, não choveu, fez um dia lindo. E lá fomos nós, conhecer a produção de todos os cantos da Bahia.
Chegamos com a feira já a todo vapor, gente por toda parte do Largo da Piedade. Tudo meio apertadinho, mas bem organizado em regiões baianas - Norte, Oeste, Baixo Sul, Sul. Em cada banca que passávamos, uma conversa simpática, a postura de orgulho pelo que é feito, a clareza da identidade. E os produtores queriam conversar, estavam sequiosos de dividir seu saber e sua experiência, sem servilismos. Quando houve música militante, todos ali, onde estivessem, cantaram. Emocionante. Descobrimos uma editora que trabalha com temas relevantes para o movimento, Expressão Popular (não por acaso sediada na Rua da Abolição, na Bela Vista, um bairro tipicamente politizado).
E caminhamos no meio de bancas de taioba, cacau, cupuaçu, pimenta de todo tipo, amendoim, milho, mudas de árvores frutíferas, quiabo, mamão, manga, couve, fava, feijão fradinho e de corda, aipim, inhame, nibs e doces à base de cacau, cocada, artefatos de barro e de palha, banana, batata, jaca, xaropes mil, mel, coentro, farinha, azeite de dendê, manteiga de garrafa e tantas coisas que nem registrei. Lindeza reluzente.
No fim, não foi só um passeio pela feira. Foi ver de perto como é possível um projeto de vida solidário e conectado com a natureza, como a união faz mesmo a força na transformação de realidades. Em um cenário tão desolador como o que temos vivido no país - com economia solapada, política entregue aos ratos, saúde e educação em petição de miséria -, é um alento que gente nossa consiga mostrar o resultado de sua esperança, de sua capacidade de continuar acreditando que algo bom pode nascer de nossas mãos. Mas é preciso colocá-las à obra, mergulhá-las na terra, reconectar-se. Nisso reside o milagre.
Se a feira ainda for de produtos orgânicos, melhor ainda. Por aqui, ainda não tinha tido notícias de uma, além de nossa feirinha dominical, que é pequena, mas bem boa (com direito a rúcula rascante de tão adstringente).
Entonces, minha amiga Marisa me marcou em uma publicação do MST, de uma feira da Reforma Agrária que aconteceria em Salvador, a versão soteropolitana da tradicional feira do MST do Parque da Água Branca, em São Paulo. Mesmo lá, eu nunca tinha ido a essa feira, que é um verdadeiro evento, mas sempre me interessei ao ver imagens e comentários posteriores. Portanto, saber que a feira aconteceria por estas plagas só podia ser um sinal de que devíamos conhecê-la.
Combinei com o maridón bem antes. Também contatei Liu e Igor, que certamente gostariam de ir (e já tinham se programado para tal). Por sorte, hoje, dia da feira, não choveu, fez um dia lindo. E lá fomos nós, conhecer a produção de todos os cantos da Bahia.
Chegamos com a feira já a todo vapor, gente por toda parte do Largo da Piedade. Tudo meio apertadinho, mas bem organizado em regiões baianas - Norte, Oeste, Baixo Sul, Sul. Em cada banca que passávamos, uma conversa simpática, a postura de orgulho pelo que é feito, a clareza da identidade. E os produtores queriam conversar, estavam sequiosos de dividir seu saber e sua experiência, sem servilismos. Quando houve música militante, todos ali, onde estivessem, cantaram. Emocionante. Descobrimos uma editora que trabalha com temas relevantes para o movimento, Expressão Popular (não por acaso sediada na Rua da Abolição, na Bela Vista, um bairro tipicamente politizado).
E caminhamos no meio de bancas de taioba, cacau, cupuaçu, pimenta de todo tipo, amendoim, milho, mudas de árvores frutíferas, quiabo, mamão, manga, couve, fava, feijão fradinho e de corda, aipim, inhame, nibs e doces à base de cacau, cocada, artefatos de barro e de palha, banana, batata, jaca, xaropes mil, mel, coentro, farinha, azeite de dendê, manteiga de garrafa e tantas coisas que nem registrei. Lindeza reluzente.
No fim, não foi só um passeio pela feira. Foi ver de perto como é possível um projeto de vida solidário e conectado com a natureza, como a união faz mesmo a força na transformação de realidades. Em um cenário tão desolador como o que temos vivido no país - com economia solapada, política entregue aos ratos, saúde e educação em petição de miséria -, é um alento que gente nossa consiga mostrar o resultado de sua esperança, de sua capacidade de continuar acreditando que algo bom pode nascer de nossas mãos. Mas é preciso colocá-las à obra, mergulhá-las na terra, reconectar-se. Nisso reside o milagre.
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