Eu acho peixe a carne mais delicada de todas. Tenho o maior receio de deixar muito tempo na geladeira, o que não acontece com o frango, sei lá por quê. E por isso, como congelei parte do peixe comprado na última semana, resolvi fazê-lo logo.
Pensei de pronto em um peixe com leite de coco, que, na prática, se aproxima da moqueca. Enquanto pesquisava o que fazer, descobri que o saint peter é uma espécie de tilápia. Vi várias receitas na internet e cheguei a essa, para duas pessoas (sem direito a repetir):
Ingredientes:
- 2 filés de saint peter (ou tilápia)
- 1/2 limão (usei siciliano)
- 2 dentes de alho moídos
- 2 tomates cortados em rodelas
- 1 cebola roxa grande cortada em rodelas
- 1/2 pimentão amarelo cortado em rodelas
- 1/2 xícara (chá) de salsinha (somente folhas)
- 1/3 xícara (chá) de azeite de oliva
- 1 garrafa de 200 ml de leite de coco (eu usei o light, com menos gordura)
- 1 colher (chá) de páprica (eu usei páprica defumada)
- sal a gosto
Preparo:
Passe o limão nos dois lados de cada filé e coloque rapidamente sobre água corrente. Tempere os filés com sal e alho; reserve por cerca de 10 minutos. Pincele uma panela de fundo largo com azeite, faça uma cama com metade do tomate e da cebola e sobre ela coloque os filés de peixe. Cubra com o restante do tomate e da cebola e acrescente o pimentão e metade da salsinha. Tampe a panela e deixe cozinhar por 15-20 minutos. Enquanto isso, misture em uma tigela o leite de coco e a páprica. Despeje o leite de coco aromatizado sobre o peixe, misture tudo, tomando cuidado para não quebrar os filés e deixe cozinhar por mais 5 minutos. Acrescente o restante da salsinha e sirva com arroz branco. (Se quiser, uma pimentinha vai bem.)
domingo, 8 de fevereiro de 2015
Coragens juvenis
Foi em uma escola pública, na quarta série, que conheci minha amiga Tomie, que faz parte da minha vida de uma forma ou de outra desde então, mesmo com separações esporádicas.




Hoje minha amiga velha de guerra me enviou as fotos escaneadas. Eu e minhas expressões exageradas de sempre (hoje gosto muito delas), as amigas caprichando nos modelitos, os rapazes, tão jovens. No nosso semblante, a alegria da vitória, tão óbvia para nossos jovens corações. Tudo parecia tão simples, em nenhum momento pensamos em não realizar nossa festa. Carregamos conosco até quem não conseguiu colaborar financeiramente durante o ano.
Talvez não pareça grande coisa, um bando de adolescentes da periferia de uma grande cidade se organizar para fazer uma festa em um clube simples da região central. Mas toda vez que quero me lembrar como é ter confiança em si e em quem está ao seu lado me lembro desse episódio. Houve outros momentos assim na minha vida, mas esse foi o primeiro deles, e pleno de uma coragem juvenil ainda não conspurcada por quedas e decepções. Tínhamos essa inocência de quem ainda não foi "escaldado" e que tinha simplesmente o mundo inteiro à sua frente. Tínhamos apenas 13, 14 anos.
Olhando para esse passado alegre, vejo como ele pavimentou o caminho de coragem, que às vezes vacila, mas está sempre lá. E quase acredito que Milton compôs isso para nós:
"Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade
Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração
Juventude e fé"
Tomie, obrigada por me fazer lembrar.
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Bolo zebrado de cenoura e chocolate
Ficou muito gostoso - queria variar a clássica receita de bolo de cenoura com aquela cobertura indecente de chocolate.
Ah, não tinha óleo em casa, então usei azeite de oliva extra-virgem. Ficou ótimo!
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Reencontros
Amei essa foto tirada no lançamento da coletânea de peças do meu querido amigo Flavio Goldman. Gostei porque ela reflete minha alegria em reencontrá-lo (fazia 4 anos que não o via!). Alegria e orgulho pelo seu trabalho, devidamente divulgado no Espaço Parlapatões.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Cozinha transformadora - minhas baguetes e Michael Pollan
Devo estar ficando mais chata com essa história de fazer minha própria comida. Mas, como isso não me trouxe nenhum prejuízo social, não ligo nem um pouco.
Hoje, por exemplo. Agora à noite, depois de encaminhar várias coisas referentes a trabalho. Me deu ganas de comer baguete fresca, quentinha, com manteiga. Fazia uma semana que eu não fazia pão, por falta de tempo. E não tenho tido nenhuma disposição de comprar pão industrializado (é a essa minha chatice específica que me referi no início). Então, como poderia aplacar minha vontade tórrida? Só mesmo colocando a mão na massa.
Fui fazer baguete, talvez pela décima vez. Mas, a cada vez, reparo em alguma coisa. Desta vez, li no livro do Luiz Américo algo sobre colocar o pano sobre a massa modelada e apertar, para manter a forma da baguete. Percebi que nunca fazia assim; primeiro apertava a massa nas laterais para então cobri-la com o pano. E vi que os resultados de uma e outra ação são completamente diferentes!
As baguetes de hoje ficaram mais uniformes, com mais cara de padaria profissional, ainda que artesanal. Hoje também respeitei bem o tempo do forno, sem querer que elas ficassem douradas demais. E foi realmente um deleite comer uma baguete crocante, embora macia (comi uma inteira) com manteiga.
Bom, na esteira desse meu modo "do myself", me encantei, enquanto fazia uma compra na Amazon, com o título desse livro (na foto ao lado) do jornalista norte-ameriano Michael Pollan. Nem sabia que ele era um queridinho da atualidade (ele esteve até na FLIP!), um guru da Slow Food e do resgate do ato de cozinhar como uma forma de viver mais saudavelmente e em contato com a natureza e com os outros.
O fato é que o livro é uma delícia. Bem escrito, leve e bem alicerçado numa pesquisa culinária que passa pela história, sociologia, filosofia e, claro, gastronomia. Com pegada científica e linguagem prosaica, Pollan falou direto ao meu coraçãozinho ansioso pelo simples do viver, que tem no alimento uma das suas mais belas imagens.
Hoje, por exemplo. Agora à noite, depois de encaminhar várias coisas referentes a trabalho. Me deu ganas de comer baguete fresca, quentinha, com manteiga. Fazia uma semana que eu não fazia pão, por falta de tempo. E não tenho tido nenhuma disposição de comprar pão industrializado (é a essa minha chatice específica que me referi no início). Então, como poderia aplacar minha vontade tórrida? Só mesmo colocando a mão na massa.

As baguetes de hoje ficaram mais uniformes, com mais cara de padaria profissional, ainda que artesanal. Hoje também respeitei bem o tempo do forno, sem querer que elas ficassem douradas demais. E foi realmente um deleite comer uma baguete crocante, embora macia (comi uma inteira) com manteiga.
Bom, na esteira desse meu modo "do myself", me encantei, enquanto fazia uma compra na Amazon, com o título desse livro (na foto ao lado) do jornalista norte-ameriano Michael Pollan. Nem sabia que ele era um queridinho da atualidade (ele esteve até na FLIP!), um guru da Slow Food e do resgate do ato de cozinhar como uma forma de viver mais saudavelmente e em contato com a natureza e com os outros.
O fato é que o livro é uma delícia. Bem escrito, leve e bem alicerçado numa pesquisa culinária que passa pela história, sociologia, filosofia e, claro, gastronomia. Com pegada científica e linguagem prosaica, Pollan falou direto ao meu coraçãozinho ansioso pelo simples do viver, que tem no alimento uma das suas mais belas imagens.
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Massa e salada

Hoje resolvi fazer um nhoque de batata-doce. Também queria usar pistache de alguma forma. Mas pensei: e o verde, onde entra? Lembrei da couve-manteiga que comprei na feira, e resolvi fazer uma salada. Não sou boa em saladas, sou pouco criativa com os ingredientes, acabo fazendo sempre mais do mesmo - claro que tem a ver com o (não) hábito. Acho, porém, que, reduzindo o consumo de carne, vou me voltar naturalmente para verduras e legumes.
Bom, no final, acabei colocando o pistache em forma de farofa sobre a salada de couve temperada com sal, limão, pimenta-do-reino e azeite. Ficou muito bom, e combinou perfeitamente com o nhoque.
Ingredientes do nhoque (rende 1 prato bem servido de nhoque para uma pessoa):
- 300g de batata-doce descascada e cortada em rodelas
- 3 colheres (sopa) de farinha de trigo
- 1 colher de manteiga sem sal
- 1 ovo
- 1 colher (sopa) de queijo parmesão ralado
- sal a gosto
Preparo:
Cozinhe a batata-doce em água até que seja fácil furá-la com um garfo; simultaneamente, aqueça água com sal para o cozimento do nhoque. Escorra e esprema a batata até que fique macia e homogênea. Adicione a farinha, o ovo, a manteiga e o queijo e misture com as mãos; adicione o sal se achar necessário. Quando conseguir uma massa lisa, faça bolinhas ou enrole-a para conseguir uma tira de mais ou menos 2 cm de diâmetro, que deve ser cortada em pedaços iguais. Cozinhe o nhoque até que suba à superfície. Retire com a escumadeira e reserve.
Se quiser usar a manteiga para cobri-lo, derreta duas colheres de manteiga em uma frigideira e acrescente a sálvia. Derrame a mistura sobre o nhoque e sirva imediatamente.
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