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sábado, 25 de janeiro de 2025

Cajón

E lá fui eu me arriscar.
Tenho um amor incomensurável pela música, mas nunca estudei nada - teoria musical, instrumentos, canto. Só cantei em coral, e sempre foi algo arrebatador.
Ao lado do amor, o temor de algo verdadeiramente novo. Quando falo em me arriscar em coisas que envolvam habilidades manuais, no fundo há um certo conforto, pelo menos maior do que em coisas que envolvam sons e ritmos. 
O professor, João Paulo, a paciência encarnada. Eu, para variar, a única que não manjava nada de música (todo mundo já tinha feito ou faz aulas de alguma coisa - piano, percussão, bateria, pandeiro). Houve momentos que dei uma "dublada"; em outros, fechei os olhos para ouvir melhor. Às vezes, parecia que meu cérebro ia entrar em curto. 
Pode ser só a idade, mas pode ser também porque pela primeira vez estou fazendo algo que me tira realmente da zona de conforto. E por que saímos da zona de conforto? No meu caso, acho que é porque quero manter meu cérebro ativo, não só com coisas diversas no dia a dia, mas com coisas de fato novas, para as quais ele precisa ampliar as redes neurais.  
O fato é que me sinto caminhando em direção ao desconhecido, como quem se apaixona pela primeira vez. Pode dar ruim, mas pode ser sublime - quem me garante que não?

domingo, 15 de dezembro de 2024

Mulherio de festa e de luta

Quase acabando este 2024 que voou loucamente. Muito disso é culpa da economia da atenção, claro - quanto tempo passamos rolando feed e, quando nos damos conta, o dia acabou?
O contrário de perder tempo é ter tempo de qualidade, presentificar ao máximo, valorizar as relações. Nas últimas semanas, a mulherada deu o tom nas reuniões. Diversão pura com as flamencas queridas, ao som de Magal, Gretchen e Alejandro Sanz, o privilégio de ver e ouvir Rita von Hunty na UFBA falando sobre gênero, comparecer à Concha com amiga para ver os Novos Baianos (embora o som não estivesse bom), ouvir a surpreendente Angela Velloso cantando Gil no Cinesom. Como nos dizeres de alguma camiseta descolada, as mulheres são como águas que aumentam quando se encontram.

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Outubro de trabalho, mas também de dança e comida

Até quando viverei em Salvador? Sabem os orixás! Mas, enquanto vida houver, e esta for em Salvador, sigo palmilhando a terra soteropolitana. 
Neste outubro, de muito trabalho, mesmo temporário, um dia acordei e pensei que queria voltar a fazer flamenco. Busquei no Google, achei um tablao no Rio Vermelho, mandei mensagem, marquei aula experimental. Ya estoy, tentando me lembrar minimamente da coreografia de dez anos atrás. Mas me divertindo mais que antes, com certeza. 
Outro dia, aproveitei que tinha um tempinho antes de encontrar Vivi para almoçar e passei na Ahorita, padaria artesanal no Rio Vermelho, na rua mais tortuosa que já vi. Pedi uma focaccia, não gostei muito; já o pão rústico, ótimo, melhor, talvez, que o da Saletial, com sal e azedinho no ponto. A Saletial, que tem pães lindíssimos, também fica no Rio Vermelho, mas só trabalha com encomenda e entrega. 
De lá rumei pro Buddha Bistrô Asiático, que estava oferecendo almoço e jantar pelo Salvador Restaurant Week. Tudo perfeito! Pedimos e dividimos chikin (coxinha coreana) e bao (pãozinho chinês) de entrada, katsutera (pão de mel japonês, mais para pão de ló, delicadíssimo, com calda de doce de leite e licor de licuri) e kanom thai (crumble de banana com mousse de leite e coco queimado) de sobremesa e cada uma pediu um mee goreng, um yakissoba com camarão e carne suína, delícia. O drinque, sem álcool, era de tangerina e manjericão, maravilhoso. 
Por fim, umas semanas antes rolou cervejinha de aniversário de Vivi, com seus amigos da universidade, no Bagacinho, bar disputado e com ótimos petiscos. E me meti no aniversário de Mona, no querido Piri.
Apesar de toda preocupação, ainda dá pra se divertir nessa vida.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Nas coxias de outra vida

Estava procurando uma foto para o perfil da Unil e encontrei estas, feitas nas coxias do Teatro Folha, onde íamos fazer a apresentação de final de ano do flamenco. Lá estamos, eu, Rita, Poli e Alessandra, ensaiando antes de entrar. Nosso maestro Uli devia estar organizando a entrada.
Dancei flamenco cerca de um ano, não cheguei a ser boa nisso, mas tinha um prazer imenso em estar com outras mulheres, de todas as idades, cores e tamanhos, fazendo algo por puro prazer, cada uma em conexão consigo mas também reunidas umas pelas outras. 

domingo, 25 de novembro de 2018

Paellando

Não me lembro exatamente de quando foi a primeira vez que comi paella na vida. Mas me lembro do coup de foudre que sofri ao assistir a Carmen, de Carlos Saura, em uma sessão de cinema na semana cultural do colégio. Não conhecia Saura, sabia de que tratava a história por ter lido um livro da coleção Vaga-Lume, que mencionava a ópera de Bizet. Daí não só a paixão fugidia dos personagens, mas também tacones, e palmas, e cantes, tudo de forma tão perfeita e concatenada: fiquei imediata e irremediavelmente apaixonada pela cultura flamenca/espanhola. A paella, na verdade, veio na esteira do encanto com a dança, a língua, a literatura. Depois fui descobrindo outros aspectos culturais e gastronômicos que me encantam, mas primeiro, definitivamente, veio o flamenco. 
Até fiz aulas de flamenco, bem mais tarde, cerca de um ano e meio, com direito a apresentação de final de ano. Mas entre a dança e a cozinha, sem dúvida, a segunda é onde me saio melhor - ainda que o caráter democrático do flamenco, que acolhe todos os corpos, e o sentimento de fazer parte do bando sejam gratificantes em si. Mesmo não sendo uma boa bailaora, que felicidade era estar ali com todas e comigo mesma!
Quanto à paella, como já postei aqui, uma vez Claudia e Helio foram prepará-la em minha casa. Ficou bem boa, mas talvez um pouco forte para meu paladar ainda pouco treinado. 
Depois experimentei a do restaurante Paellas Pepe, no Ipiranga, aonde fui uma vez com Adriana e Miriam, que conheci no Atacama, e com minha amiga Luciane. Aliás, o que tínhamos as quatro em comum para escolher esse lugar para o encontro? O flamenco. Além do tablao, o Paellas Pepe oferece o espetáculo da paella sendo preparada ao lado das mesas, numa paellera enorme, que serve a todos os presentes. Foi do site do restaurante que retirei a receita que usamos na casa de Cris. 
No nosso almoço do curry tailandês, Cris propôs que fizéssemos uma paella na sua casa. Ela compraria os ingredientes para eu cozinhar. Avisei logo que só tinha comido paella, nunca preparado. Mesmo assim, ela resolveu arriscar. Enviei a receita do Pepe, e ela foi atrás dos ingredientes e temperos. 
Quando chegamos lá, o mise-en-place mais bonito de todos os tempos me aguardava, distribuídos numa bancada típica de programa culinário de TV. Vesti o avental, dei uma revisada na receita e botei a mão na massa. 
Não é que saiu bem boa? Até prefiro os frutos do mar assim limpinhos do que com casca, mesmo perdendo um pouco em sabor marítimo. Os convidados aprovaram, e eu também. Sorte de principiante? Ya no creo, porque traigo esas paisajes en mi alma. 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Me voy a bailar!

É, definitivamente, o feltro não é o melhor tecido para bordar - mas aí está a bailaora, concentrada atrás do leque, pronta para a dança.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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