terça-feira, 29 de agosto de 2017

A diferença que a boa qualidade faz

Ultimamente, quando compro utensílios, ou são de cozinha, ou são de ciclismo. Me divido entre uma compra de grade de pães e cookies e um frequencímetro no Mercadolivre, por exemplo. E atesto que faz uma diferença enorme que ambos sejam de boa qualidade. Guga diz que de vez em quando precisa apelar para a "Solange" que existe dentro dele para comprar algo mais caro, e eu logo argumento que isso é normalmente um investimento de médio e longo prazo.
Eu tinha quase tudo de boa qualidade associado à bike, mas ainda não tinha uma bike nova. Não que LaBelle não seja ótima, mas ela não ajuda muito em treinos mais longos - depois de 40 minutos, já sinto dor no trapézio. Bem ou mal, embora seja uma bike feminina, ela é grande para mim.
Quando Guga foi comprar Pérola, eu já tinha visto uma Cannondale Foray na loja de Ramiro. Foi experimentá-la e ter a sensação de vestir a armadura do Homem de Ferro, ajuste perfeito. Quadro para mulheres pequenas, mais estável que a GT, aro 27,5, pneus de kevlar. Fiquei de estudar o assunto e voltar depois.
Mais de quatro meses depois, voltei. Ainda experimentei uma GT e uma Caloi só pra ter certeza, mas o quadro das duas ainda era grande. Lá estava a Foray. Comentei com o vendedor que minha única questão eram os componentes da bike, não tão bons quanto os da Caloi, por exemplo. Ele propôs, e depois foi chancelado por Ramiro, trocarmos os componentes e acertar a diferença. Fariam a troca das peças sem cobrar nada. Ainda por cima, a bike estava com um desconto de uns 15%. Claro que ela custou metade de uma bicicleta de trilha para competição, mas vai super dar conta do recado com o que espero dela.
Hoje, fiz a estreia. E deslizei. A sensação de ter feito metade do esforço habitual pedalando mais longe. Até a megaladeira de casa eu subi até o fim.
Agora, LaBelle será a bike dos pequenos deslocamentos cotidianos. A recém-chegada é, desde já, a nova abridora de caminhos.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Peixe no papillote com legumes e salada

Sem segredo: caminha de legumes (previamente cozidos al dente), filés de tilápia, sal, limão, azeite, pimenta-do-reino e ervas frescas. Tudo envolvido pelo papel alumínio e levado ao forno por 15-20 minutos.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Como é bom arrumar gavetas!

É muito difícil não procrastinar tarefas chatas - isso é normal, humano. Eu é que vinha procrastinando muita coisa, do tipo atualizar o sistema do computador, separar roupas para doação... A atualização do Mac veio à força, porque já não estava conseguindo utilizar vários programas. Com as outras coisas a enfrentar, estou tendo de reprogramar a mente mesmo. Aquela história de contar só até 2 para começar a fazer algo.
Passei o final de semana arrumando coisinhas diversas - um gancho necessário aqui, etiquetar cabos ali, aproveitando para limpar a sapateira onde ficam guardados. Isso me fez lembrar do gaveteiro do banheiro, agora limpo e reorganizado - e assim vão para o lixo produtos vencidos e objetos quebrados. Diante da re-reclamação do marido da sua falta de espaço no cabide de roupas, arrumo outro lugar para as bolsas (e não ouço um piu a respeito). Por fim, separo mais roupas para doação, inclusive algumas que, por alguma razão obscura, acreditava que ainda usaria.
Arrumo mais gavetas, caixas, colares (que voltei a usar). Entre uma coisa e outra, coloco roupa e louça pra lavar, replanto as mudas de nim que ganhamos (e que agora já não sei se é uma boa ter, por talvez ameaçarem as árvores frutíferas vizinhas), e ainda faço dois pães rústicos diferentes.
O bom disso tudo é que, ao final, pensamos: por que demorei tanto a fazer isso? Afora a questão do bem-estar inegável após uma boa arrumação/reorganização, a pergunta irradia para todas as outras coisas procrastinadas. Hoje, por exemplo, a preguiça de editar o material de um autor difícil. Cerquei o texto, compartilhei os poréns com o chefe e mandei bala. Com certeza, encorajada pelas gavetas arrumadas no final de semana.
Como a lista de a-fazeres não tem fim, o melhor é adotar uma ação orgânica, fluida, constante. Assim evita-se a sensação de soterramento e de não saber por onde começar.

Bike bloc de jawbreaker

Comprei óculos decentíssimos para pedalar - o JawBreaker da Oakley numa superpromoção de outlet, menos da metade do preço. 
Além de lentes perfeitas, que filtram a claridade e evidenciam cores fundamentais na estrada (branco, amarelo, vermelho), ainda me deixam com esse ar de ciclista de speed, rá!

domingo, 20 de agosto de 2017

Pães rústicos: de trigo sarraceno e de amêndoas e tâmaras

Outro dia, um dos colegas do curso de pães comentou que tinha feito um pão com levain e trigo sarraceno. Lembrei do trigo sarraceno que trouxe de SP e resolvi fazer, sabendo apenas que a receita do colega tinha 40% de trigo sarraceno em relação à farinha de trigo. Acabei utilizando 300 g de farinha branca, 120 g de trigo sarraceno, 150 mL de água, 100 g de levain e 5 g de sal - talvez pudesse ter utilizado mais água, para a massa ficar mais elástica e leve. Mas o cheiro de caramelo e o sabor já compensaram a experiência.
Também fiz um pão com levain, amêndoas e tâmaras (as superdoces trazidas por Nana), mas desta vez utilizando também 5 g de fermento biológico seco, para ajudar no crescimento - vê-se a diferença das duas massas na primeira foto. A receita ficou assim: 310 g de farinha branca, 90 g de farinha integral, 30 g de amêndoas picadas e 40 g de tâmaras picadas sem caroço, além de 6 g de sal e 200 mL de água. Depois descobri que errei a proporção - deveria ter usado 210 de farinha branca, por isso o pão ficou mais seco, pouco alveolado, embora gostoso.
Aliás, este é um retropasso importante: estudar as proporções dos ingredientes, o processo de autólise e as diferenças entre os tipos de fermentação. Lição de casa.

sábado, 12 de agosto de 2017

Quase uma encomenda

Hoje foi dia de padaria aqui em casa - amanhã também será um pouco. Já estava me organizando pra fazer pão de aveia para nós e também medialunas para levar às colegas do pilates quando me apareceu um pedido-quase-encomenda ontem, da mãe de um amigo que fomos visitar. 
Ela ficou sabendo que eu estava fazendo pães e queria encomendar alguns; eu expliquei que ainda não havia nada estruturado, mas disse que faria um pão para ela, que assim poderia me dar sua opinião sobre o "produto". 
Escolhi fazer um de multicereais, receita do Shimura. Bati bastante tempo até chegar ao ponto de véu - espero que tenha ficado bom. Aliás, essa assimilação recente da ideia de ponto de véu já tem feito diferença nas fornadas. Hoje também apliquei algumas técnicas do curso de pães, inclusive para abrir o emplastro de margarina das medialunas
O pão de aveia seguiu a receita da apostila do curso na Levain: eu perdi a parte prática porque estava resolvendo questões bancárias e só hoje pude comprovar como fica leve e gostoso. Da próxima vez, vou cobrir com aveia também. 
Em tempo: as medialunas ficaram incríveis, mais folheadas e crocantes, uma perdição!

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Coração de pai

Nós, mulheres, andamos mais exigentes. Ou melhor, naturalmente exigentes - exigimos o que nos é de direito, sobretudo mais justiça na óbvia diferença entre gêneros. Parece que acordamos de um longo sono, e a maioria de nós já não aceita abusos vindos de todo lado, de chefes, companheiros, familiares, desconhecidos. Claro que isso se reflete também num dos papéis sociais mais tradicionais e santificados/sacrificados, o de mãe, e em sua versão soft, o de pai.
Na minha singela opinião, ser pai deveria ser o correspondente masculino a ser mãe, com todas as responsabilidades que o "cargo" traz. A mãe já sai com bonus track de ter carregado o rebento por nove meses, vai amamentar, ficar exausta, entonces o pai deveria se esforçar por equivaler. Mas nossa sociedade machista já considera que ele equivale, mesmo que pouco faça, que nada faça, ou que faça mal. O pai, muitas e muitas vezes, quando muito, se contenta em fazer um tímido backing vocal.
Por isso admiro os homens que saem da zona de conforto, que abandonam a ideia de que "ajudam em casa", que assumem que são companheiros de fato, pro que der e vier. Já é alguma coisa que se preocupem, mas que se ocupem, ah, isso é realmente revolucionário.
Quando penso em pai, penso, como já disse aqui, em meu avô Antonio, meu avôhai. Como já disse, não precisou ser perfeito para ser pai, só precisou ser, assumir, sentir-se.
Quando vejo a relação de meu marido com seu filho, e como ele cuida dos filhotes da casa (ainda que ser pai e mãe de pet seja infinitamente mais fácil), creio que ele esteja no caminho certo da revolução. Pode ser que caia aqui e ali, coberto pelo bombardeio de contradições do mundo machista em que foi criado, mas ele prossegue.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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