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domingo, 9 de agosto de 2020

Papardelle de espinafre com ragu "autêntico"

Ontem fiz massa fresca de espinafre com ragu de linguiça. Ficou uma delícia, sem modéstia. O talharim ficou mais pra papardelle, que eu adoro. Usei o varalzinho que comprei há um tempão. 
Outro dia, quando fiz ragu de shitake, um conhecido no Facebook, amigo de uma amiga, disse que aquilo não era ragu, que eu mudasse o nome. Além da ousadia de alguém vir me dizer o que eu devo fazer com a minha comida, fiquei pensando em como as pessoas dão importância a bobagens como o nome consagrado das comidas. Eu mesma já pensei brevemente assim: ah, como uma feijoada sem carnes pode ser chamada de feijoada? Não pode. 
Agora já acho que tudo pode. Aqui em casa cozinho muitas vezes com o que tem na geladeira, muitas vezes faltando algo da receita. Adapto milhares de vezes. Acho que nem poderia ter um restaurante, porque cada vez faço o prato de um jeito, com mais ou menos curry, com páprica, com umas raspas de limão, com mandioquinha ou batata-doce, com ricota no lugar do creme de leite, com agrião ou couve no lugar do manjericão para o pesto. Com os pães sigo um padrão bem mais regular, mas com a comida não, porque tem muita sazonalidade também. E fico toda pimpona quando não desperdiço os ingredientes. 
Aos defensores das tradições estanques, só tenho a lamentar. Aos preciosistas, sugiro que levem em conta, ao nomear pratos, as técnicas de preparo ou ingredientes principais ou origem do nome. Feijoada tem principalmente feijão, ragu vem do francês ragôuter, avivar o gosto, o que pode ser qualquer coisa cozida por muito tempo para extrair sabor. Não vou, claro, chamar de Boeuf Bourguignon ou Filé Wellington um prato sem carne, porque o nome já diz qual o ingrediente principal. Mas de resto acho que a galera devia relaxar, pensar nas questões mais importantes no mundo de hoje e curtir uma comidinha bem-feita e pronto. 

sábado, 25 de abril de 2020

Massa verde com ricota, maçã e nozes

A massa que preparei e congelei outro dia foi nosso jantar hoje. Ficou ótima! Bastaram uns poucos minutos na água quente, com a massa ainda congelada, para termos uma refeição bem gostosa. 

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Congelados, soja, Chauí e a importância do pensar

Acho que até o final da quarentena, sabe Deus quando será, terei me tornado a louca dos congelados.  Ando querendo cozinhar, branquear e congelar tudo o que tem no armário. Quando vi que a ricota ótima que comprei estava prestes a expirar, fiz com ela um recheio para uma massa verde - cozinhei rapidamente, resfriei e congelei. Ia fazer quibe para congelar, então cozinhei toda a quinoa que tinha - mas soube por minha sogra que a proteína de soja é uma roubada; projeto quibe de soja, portanto, abortado. Mas daí tem a lentilha - que junto com a quinoa rende almôndegas, projeto novo da semana. Já estão na fila o feijão fradinho, o arroz branco e o milho para canjica. As bananas que vão amadurecendo rápido também são picadas em rodelas e congeladas. Dá pra congelar até repolho cortadinho, uma beleza. E o pesto, então? Não fico mais sem. 
Até comprei uma bombinha para sugar o ar das embalagens plásticas, mais barata e mais ecológica que aquelas seladoras Polishop e congêneres; deve chegar na semana que vem, entonces o congelamento será pleno.
Além do ótimo curso de congelamento de alimentos do Senac, que me deu todas essas dicas, resolvi fazer, por indicação da minha amiga Simone, um curso sobre pensadoras da Casa do Saber (umas posições em Gêmeos no mapa astral explicam). Simone falou especialmente bem do curso da Marilena Chauí (na foto acima, de Bob Sousa) sobre Gilda de Mello e Souza e Clarice Lispector. 
Nos últimos tempos, só me voltei para as pesquisas em gastronomia e leituras algo repetitivas de trabalho. Pouca literatura, quase nada de textos "de humanas". Putz, foi ver a Chauí no tal curso para eu me lembrar como isso é importante, essencial para mim. Como me emocionava ao ouvir algum professor dividindo seu conhecimento, falando com clareza, a coisa mais linda que há. Como me faz falta ler Clarice e tantas e tantos, ler pensadoras e pensadores tantos e tão competentes.
Temos sido soterrados por tanta tacanhice, ignorância, inverdade, que essa luz do conhecimento em nós acaba se apagando um pouco, por contato. Mas é de novo emocionante vê-la voltar a brilhar diante da palavra bem empregada, do tema fundamental, da importância do pensar para a existência. Voltamos a existir, somente por essa luz.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Massas de final de semana: lasanha de espinafre e babka de avelã e castanha de caju

O final de semana é sempre muito curto para fazer tanta coisa! São arrumações da casa em geral, colocar estudos em ordem, ir a algum evento de amigos ou sair para tomar uma cervejinha e, principalmente, fazer experimentações gastronômicas. Sábado e domingo normalmente são meus dias de fazer testes - até pouco tempo, muitos testes de confeitaria, mas os quilos a mais fizeram que eu mudasse o foco das experimentações. 
No último finde, resolvi usar o espinafre em pó que comprei na Casa de Saron para fazer uma massa verde. Um pacotinho de 200 g rende muito - para 400 g de farinha e 4 ovos, por exemplo, bastam 16 g de espinafre em pó para já garantir aquela cor linda da massa. Fiz as placas de lasanha (doze, no total) bem finas, e minha sogra preparou dois molhos, o bolonhesa e o branco. A massa ficou perfeita. 
A outra experimentação foi uma nova receita de babka de creme de avelã, por conta da Páscoa. Receita do Prato Fundo, totalmente aprovada e já divulgada. 
A alegria de fazer algo que nutre o corpo e a alma de todos não conhece o que se lhe compare. Isso enriquece qualquer fim de semana.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Ravióli de gorgonzola e maçã feito a quatro mãos

Eu e minha sogra arregaçamos as mangas para fazer ravióli fresco no final de semana. Ela preparou a massa, sovamos, passamos no cilindro, recheei com gorgonzola, maçã e um tico de creme de leite (uma receita que ela experimentou num restaurante) e cortei com carretilha. O molho foi de manteiga e sálvia - ia ter amêndoas, mas acabei deixando queimar no forno.
Ficou maravilhoso - acho que o sucesso se deveu à sova mais demorada, mas certamente também ao trabalho a 4 mãos - ela ia girando a manivela enquanto eu colocava e tirava a massa.
Agora estamos com vontade de mais, e a maquininha agradece, para não pegar ferrugem e contribuir para a alegria geral.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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