Já falei de tecidos aqui, que gosto muito e tal. Comprei há algum tempo umas amostras da Oficina Finisterre Urupês, que dá cursos de encadernação.
Na oficina de bordado na Flor de Pano, mais tecidos tentadores, mais voltados para o patchwork. Trouxe umas estampas lindas, sem saber o que faria com elas, e logo lhes achei serventia: uma agenda personalizada, cujo miolo comprei de novo na Oficina FU e cuja inspiração veio de um curso anunciado na Flor de Pano sobre bullet journal. Enfim, vou criar minha própria agenda do jeito que sempre quis.
A dúvida é quanto a qual estampa escolher. O que sei é que todas falam sobre mim, todas se harmonizam, mostrando como há alguns padrões do bem em nossa vida, aqueles que expressam nossas verdades internas. De olhar para essas estampas, tenho achado minha verdade interna bem bonita.
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
Gostos que nos definem
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quarta-feira, 8 de novembro de 2017
Com cafezim, é bão demais: broa caxambu
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Das vantagens da vida no campo ou como "todo cambia"
Sim, os insumos são caros por aqui. É difícil ter coisas essenciais à mão, ou porque estamos longe, ou porque não há mesmo.
Mas a disposição de algumas pessoas compensa tudo isso. De uma colega de pilates, ganhei um pacotão desses tomates-cereja lindos (além de coentro, hortelã e pimentão); de nosso vizinho da frente (já fornecedor dos ovos caipiras) veio a abóbora. Outra colega se dispôs a encontrar tomilho para mim.
É preciso não esquecer disso quando me irrito com o que falta. É preciso lembrar o próprio movimento da vida, cambiante, todo o tempo.
Mas a disposição de algumas pessoas compensa tudo isso. De uma colega de pilates, ganhei um pacotão desses tomates-cereja lindos (além de coentro, hortelã e pimentão); de nosso vizinho da frente (já fornecedor dos ovos caipiras) veio a abóbora. Outra colega se dispôs a encontrar tomilho para mim.
É preciso não esquecer disso quando me irrito com o que falta. É preciso lembrar o próprio movimento da vida, cambiante, todo o tempo.
Pão rústico de aipim, mandioca ou macaxeira
Este blog agora quase só fala de pão, madre mia!
Vi que nunca postei sobre o pão de mandioca, aipim ou macaxeira, que às vezes faço com batata-doce e fica incrível. Também já misturei aipim e batata-doce, muito boa mistura.
Esta receita é de uma família do Paraná. É rápida e eficiente. Faço sempre, especialmente quando sobra uma mandioquinha cozida. Pura energia que ajuda a plantar os pés no chão.

Esta receita é de uma família do Paraná. É rápida e eficiente. Faço sempre, especialmente quando sobra uma mandioquinha cozida. Pura energia que ajuda a plantar os pés no chão.
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domingo, 5 de novembro de 2017
Panetone, o retorno
Faz tempo que experimentei as receitas de panetone, mas até que não tive tanto trabalho em revivê-las. O meu maior problema tem sido a compra de insumos - quando encontro, é tudo muito, muito caro. Não há condição nenhuma de fazer as compras aqui, só mesmo em caso de emergência.
Desta vez, o chocolate que tinha era o da Garoto, em barra - a quantidade foi insuficiente para os dois panetones de 750 g e os seis pequenos de cerca de 110 g. Mas a consistência é bem boa, talvez melhor que da vez que usei gotas de Callebaut.
Como as formas maiores que tinha eram de 1 kg, ficou uma sobra de papel nos panetones maiores. Os pequenos ficaram mimosinhos.
Ainda no quesito insumo, faltou adicionar mais baunilha, e também umas raspas de laranja. Aí ficarão perfeitos, já que a massa, com um pouquinho de levain, é como acho que deve ser.
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Crescendo como fermento
Hoje é feriado, e, em vez de descansar/estar na praia, estou assando pães (mas ainda pretendo sair pra pedalar um pouco, antes da terceira fornada). Muitos pães australianos - em poucos dias, fiz cinco vezes (só hoje, duas fornadas deles, totalizando cinco pães). Numa das vezes, errei a quantidade de açúcar e de cacau, e o pão saiu "fortificado", quase um bolo de chocolate (lindo, fermentado no banneton)! Bom, sempre, mesmo no erro.
O feedback tem sido bom, e é assim que procuro melhorar cada vez mais, cada vez mais concentrada no que faço.
O feedback tem sido bom, e é assim que procuro melhorar cada vez mais, cada vez mais concentrada no que faço.
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terça-feira, 31 de outubro de 2017
Para que serve a arte?
A arte no Brasil tem sido bombardeada pela ala mais conservadora e assustadoramente crescente da sociedade. Claramente, tem servido de boi de piranha para a política, mesmo sendo ela tão naturalmente "política" - assim, na atualidade nacional, falar dos riscos de pedofilia oferecidos por um artista performático nu e por uma exposição queer, ou atacar uma das sumidades dos debates transgênero no mundo, afasta as atenções do que é realmente urgente discutir: a sambada na nossa cara pelos corruptos, uma prática cada vez mais escancarada enquanto um bando de embasbacados corre na outra direção gritando palavras de ordem e moralidade/moralismo.
Isso tudo deve fazer pensar: afinal, para que serve a arte? De novo, penso nessa "serventia" em oposição ao pensamento utilitarista que tudo toma. As respostas têm sido as mais estapafúrdias possível, passando longe do conceito da arte como provocação ao pensamento, à emoção, ao debate inteligente. À simples expressão artística, do modo de ver o mundo de alguém diferente de nós.
Gente que nunca foi a um museu tem se arrogado o papel de juiz dos valores artísticos. Em São Paulo, a página do Sesc Pompeia, um oásis na Pauliceia doriavada, tem sido atacada pelos extremistas de direita, que veem na palestra de Judith Butler uma "ameaça às crianças". Oi? Cedendo a pressões desses extremistas, o Masp decidiu proibir para menores de 18 anos uma exposição que trata de sexualidade. Ou seja, a liberdade, que deveria ser uma premissa de qualquer forma de arte, vai sendo escamoteada pelo progresso da ignorância. A democracia está sendo soterrada, e não deve causar estranheza que os ataques que provocam sua derrocada sejam justamente contra o conhecimento, na forma da arte, da ciência (que perde cada vez mais incentivos no país), da educação e da cultura. Não é a primeira vez na história (vide o conceito nazista de Arte Degenerada), infelizmente não será a última.
A arte é um grito, um rasgo, uma pedrada numa janela para deixar entrar luz numa sala escura. A arte nos permite respirar, pensar, concordar, discordar, nos desperta. Ela é a forma mais refinada de distinção dos outros animais a que podemos almejar. Deixar que se cale a arte é abrir mão de nossa humanidade, é nos conformarmos com o adestramento coletivo puro e simples.
Isso tudo deve fazer pensar: afinal, para que serve a arte? De novo, penso nessa "serventia" em oposição ao pensamento utilitarista que tudo toma. As respostas têm sido as mais estapafúrdias possível, passando longe do conceito da arte como provocação ao pensamento, à emoção, ao debate inteligente. À simples expressão artística, do modo de ver o mundo de alguém diferente de nós.
Gente que nunca foi a um museu tem se arrogado o papel de juiz dos valores artísticos. Em São Paulo, a página do Sesc Pompeia, um oásis na Pauliceia doriavada, tem sido atacada pelos extremistas de direita, que veem na palestra de Judith Butler uma "ameaça às crianças". Oi? Cedendo a pressões desses extremistas, o Masp decidiu proibir para menores de 18 anos uma exposição que trata de sexualidade. Ou seja, a liberdade, que deveria ser uma premissa de qualquer forma de arte, vai sendo escamoteada pelo progresso da ignorância. A democracia está sendo soterrada, e não deve causar estranheza que os ataques que provocam sua derrocada sejam justamente contra o conhecimento, na forma da arte, da ciência (que perde cada vez mais incentivos no país), da educação e da cultura. Não é a primeira vez na história (vide o conceito nazista de Arte Degenerada), infelizmente não será a última.
A arte é um grito, um rasgo, uma pedrada numa janela para deixar entrar luz numa sala escura. A arte nos permite respirar, pensar, concordar, discordar, nos desperta. Ela é a forma mais refinada de distinção dos outros animais a que podemos almejar. Deixar que se cale a arte é abrir mão de nossa humanidade, é nos conformarmos com o adestramento coletivo puro e simples.
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla