terça-feira, 11 de março de 2025

Pelo amor do livro!

Emprestei um livro e ele voltou desbeiçado, a película da capa descolada e parcialmente arrancada de modo displicente, como eu ainda não tinha visto acontecer entre os meus. Provavelmente vou restaurá-lo. Porém, fiquei espantada com o desamor pelo objeto. Claro que um livro amado nem sempre fica inteiro, às vezes tem marcas da leitura, anotações, até manchas de café e tal, como hematomas, sinais da paixão (talvez abusiva?) que desperta. Acidentes podem acontecer? Com certeza. Mas o mínimo que se espera é um aviso a respeito. Ou não? Só sei que este foi tão somente devolvido, sem grandes comentários acerca do conteúdo, nenhum a respeito do estado atual, objeto puro e simples. Voltou roto sem sequer ter despertado qualquer paixão. Mais parece que foi lido por "estar na moda".
Sei que estou ficando mais chata e menos tolerante com a idade. Não que eu fosse zen, isso nunca fui. É que eu amo livros, tenho respeito por eles, não são um simples objeto para mim. Ainda pretendo ter um novo projeto de leitura - mas, para que mais pessoas possam ler, é preciso cuidar bem dos livros. Circularidade sim, simples descarte não - para tudo na vida.

segunda-feira, 10 de março de 2025

Saldos de Carnaval

Este ano resolvi sair de Salvador durante o Carnaval. Estava um pouco aflita demais, sem energia para curtir a saga dionisíaca. Fui para meu antigo mato, não sem antes curtir o ensaio do Cortejo Afro com Cris, mesmo com uma súbita, porém nunca inexplicável, lombalgia. 
Não escapei do barulho, porque houve duas madrugadas de pancadão, impossível dormir. Mesmo estragada, trabalhei em uns jobzinhos que pintaram, porque ficar parada, nunca. Deu para pegar um solzinho, tocar um cajonzito, levar cachorro sofrido para tosar, dar banho em outra, ter meu chinelo destruído por uma terceira, admirar o bichano totalmente relaxado entre os irmãos cachorros, ouvir o ex reclamando das tarefas domésticas agora feitas por ele...
Na volta, encontrei bilhetinho amoroso e casa cheirosa depois da saída dos hóspedes queridos Júlio e Cris. Não parei de trabalhar, já em casa, mas consegui fazer, de última hora e online, ainda no rescaldo carnavalesco, uma oficina de escrita pela Caixa Cultural de e com mulheres no 8 de março, guiada por Marília Lebrandi, que vale outra postagem. 
Sem glitter, sem suor, sem multidão. Ao fim e ao cabo, foi bom também, foi o que eu podia e queria.    

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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