quarta-feira, 29 de julho de 2015

Brabeza

Será que já postei esta imagem aqui? Não sei, não encontrei.
Mas eu adoro esta foto. Sinto uma ternura imensa pela menininha que não queria tirar retrato e, contrariada, armou um bico e pôs a mãozinha na cintura.
Outro dia pensei em como essa menininha me chama à razão (ou ao coração?) muitas vezes, me dizendo para não engolir sapos, para não me calar diante da injustiça, para não baixar tão simplesmente a cabeça àquilo com que não concordo.
Talvez por isso tenha gostado tanto da foto dos óculos - porque, embora haja um certo ar de riso brabo, de desafio ao espectador, vi no meu olhar essa menina, o que prova que em essência eu não me perdi.

Um sopro de sabor - suflê de queijo Gouda

Eu tenho acompanhado o Masterchef Brasil. E quase sempre tenho vontade de fazer as receitas que eles preparam no programa. Ontem foi a vez do suflê - o da maioria dos participantes murchou.
Eu, por minha vez, fiz suflê só uma vez, há um bom tempo. Nem eu nem Guga ficamos muito animados - o suflê ficou com gosto de ovo (nem lembro onde encontrei a receita malfadada). Foi assim que conheci, aliás, o blog da Adriana Haddad, Ovos Quebrados - porque estava procurando uma dica de como evitar o gosto de ovo no suflê e em outros pratos.
Mas hoje sou uma mulher muito mais equipada. Consultei o Ovos, do Michel Roux (indicação, por sinal, da Dri Haddad), e também o Panelinha - vi que o preparo é exatamente o mesmo. Então lá fui, com a maior paciência, preparar creme bechamel, ralar queijo, bater claras em neve, misturar muito, muito, muito delicadamente (como quando faço mousse) para então colocar em banho-maria no forno pré-aquecido a 220 graus por 20 minutos.
E voilà, logo tinha três ramequins com suflê dourado e delicioso à disposição.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Eu uso óculos!

Quando comecei a usar óculos, há muito, muito tempo, as armações eram horríveis. Eu até procurei uma igual à do Herbert Vianna (que provavelmente não combinaria comigo, mas era vermelhinha), porém não encontrei. Tive que me conformar com umas pesadonas, sem graça. Resultado: não usava nunca os tão necessários dois olhos extras.
Hoje, há armações pra todos os gostos, uma maravilha. Dá pra ser míope com estilo. E até o Robertão fez um tributo às mulheres que usam óculos (bem duvidoso, mas OK, ele se lembrou delas, de nós), mais otimista, de qualquer modo, do que a música do míope desajeitado, sucesso dos Paralamas nos anos 80.
E pensei em um dos motivos para eu gostar do Elton John, o cara dos milhares de óculos: saber usá-los com estilo, também como acessório, não só porque é preciso.


Estampas irmãs

Já falei que amo um paninho, né? E texturas, e cores etc. etc.
Hoje fui pegar uma paximina para o friozinho que se anunciava no escritório e percebi que a estampa era irmãzinha do meu vestido.
Coincidência? Nenhuma. No fundo, estilo e ética têm suas coisas em comum: 1. Ou você tem, ou não; 2. Se tiver, não fazer uso é um pecado.

Tudo às claras

A preguiça é inimiga da perfeição, mas nem sempre do aprendizado. Quis aproveitar uma clara que sobrou, depois que fiz uma maionese de tabasco, e não sei por que fiquei com a informação de que tinha que batê-la em velocidade alta para fazer suspiros. 
Se tivesse ido consultar meus livros, veria que era justamente o contrário: tinha que bater lentamente para só depois aumentar a velocidade. 
Bom, o resultado foi que cheguei só a um marshmallow e resolvi mesmo assim assar a mistura. Não é que deu uns merengues bonitos e saborosos? Ainda por cima, esqueci-os no forno por umas 3 horas. Quando me lembrei deles estavam sequinhos. Hoje, porém, já estavam com aquela textura meio puxa-puxa de que eu gosto. 

segunda-feira, 27 de julho de 2015

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Moi et les chapeaux

Eu costumo prestar atenção ao que digo e escrevo, mas nem sempre sei o efeito que as palavras (sempre elas!) têm para quem ouve.
Uma vez, minha querida Simone Adami admirou-se ao me ver usando chapéu e vestido, a caminho de uma reunião. Eu disse algo do tipo: "a gente precisa se bancar". Não disse por dizer, nem para produzir efeito - naquele momento, acreditava mesmo nisso.
Aos poucos, porém, por um período descolorido da vida, acabei abandonando meus chapéus. Não estava me bancando. E para usar chapéu é preciso se bancar e assim ignorar toda forma de provincianismo.
Então um dia voltei a ver as cores da minha vida e acabei me lembrando de como sempre banquei minhas escolhas, meu modo de estar no mundo e de pensar. Como Simone nunca se esqueceu do que eu disse, ela também me ajudou a lembrar.
E, de novo aos poucos, fui reconstruindo quem sou: além do mais, uma mulher que não tem medo de usar chapéus.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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