Mostrando postagens com marcador horta. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador horta. Mostrar todas as postagens

sábado, 15 de abril de 2023

Memória afetiva de rabanete e picles

Quando eu estava no pré-escolar, o prezinho (aquele mesmo localizado em uma praça onde eu me sentava com minha avó para comer meu lanche), fizemos uma hortinha sob o comando de tia Lídia. Simples, mas me deixou uma das lembranças mais doces da infância quando, um dia, fomos colher os rabanetes que tínhamos plantado (não me lembro de outras hortaliças). Deve haver uma foto, mas tenho que pedir a minha mãe. 
Há pouco tempo foi que me lembrei dos rabanetes, e percebi que quase não os consumia, mesmo tendo uma pegada oriental. Comecei a comprar de vez em quando, mas introduzido cru na salada não faz muito sucesso aqui em casa; tentei assado, mas tampouco agradou. No entando, outro dia, de posse de uma bandejinha, busquei na internet receitas com rabanete e topei com os picles de rabanete e cebola roxa do Panelinha da santa Rita Lobo (aliás, percebi que quando o Panelinha publica no Instagram qualquer rol temático de receitas eu já fiz pelo menos uma delas, ou seja, Rita Lobo é minha Dona Benta virtual).  
Então fiz o tal picles. Além de lindo, ele fica uma delícia com sanduíches e incrementando a salada. O gosto adstringente e adocicado me agrada muito, além da crocância - que são bem característicos de muitos alimentos fermentados, tão amigos do nosso sistema digestório. 

domingo, 2 de agosto de 2020

Flor de pimenta

Nunca tinha visto flor de pimenta. Apareceu num dos vasos que estou cultivando, uma delicadeza!
Sigo com poucos vasos para cuidar e já preciso mudar as plantas para vasos maiores. O próximo passo, a calcular com calma, será comprar uma nova muda de manjericão. Com calma, para não desandar o andor. 

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Plantas, pincéis e paciência

Afinal a empresa onde trabalhamos entrou no programa de ajuda do governo federal, que promete arcar com 70% do gasto com folha de pagamento durante três meses. Ora, em se tratando do governo do Bozo, nunca se sabe. Esperamos que dê tudo certo, mas resolvemos apertar um pouco mais os cintos por enquanto. Era isso, ou ficar sem nada - e mesmo com essa mudança não sabemos muito mais do futuro que os próximos três meses, ainda assim com esse aspecto de incerteza próprio do bolsonarismo vigente. Então só nos resta ter paciência.
Aliás, paciência tem sido a qualidade/virtude mais requisitada nestes tempos de pandemia e quarentena. Tudo o que fazemos é esperar. E esperar não é fácil, exige um certo treino, um certo estado mental que nem sempre temos à mão, por assim dizer. Sobretudo quando não sabemos o que esperar, caso do período que vivemos. O futuro nos foi roubado, não sabemos por quanto tempo. As possibilidades nos foram roubadas, não sabemos por quanto tempo. Fica difícil fazer planos, sonhar. Para sobreviver, para resistir ao vento sem quebrar, acaba sendo necessário ser mais nietzschiano ou mais zen. Com tanta tragédia no mundo, prefiro tentar ser zen.
Acredito que algumas práticas ajudam a traçar um caminho mais zen quando você não necessariamente é um estudioso do caminho. No dia a dia, o contato com a terra e as práticas manuais e artísticas me parecem boas opções para se chegar a esse estado de maior aceitação do que não pode ser mudado sem necessariamente ficar passivo diante do que não deve ser aceito. 
Já vinha ensaiando uma das minhas inúmeras voltas à hortinha - Guga ri cada vez que digo que vou retomar os cuidados com as plantas, acha que não levo nenhum jeito. Mas minha sogra acredita no que digo, além de compreender que faço muita coisa, e sempre me oferece mudinhas de plantas bonitas que ela tem e que tem aproveitado para colocar em ordem, neste período de quarentena. Dela foi que ganhei a muda de árvore da felicidade e as filhotas de babosa, que já acomodei em vasos. Aproveitei para limpar o espaço das mudas de temperos, e espero pelo menos ter manjericão fresco - vi que o alecrim, mesmo ressecado, continuou se expandindo no vaso, algo incrível, e que a alfazema, mesmo seca, ainda exalava perfume. 
Resolvi dar de presente ao marido um curso on-line de desenho, depois de ter visto seu interesse por uma propaganda no FB, e acabei me inscrevendo também em um de sumiê para ilustração, da mesma plataforma argentina, Domestika. Parece bom, e me fez lembrar das aulas com Susan Hirata, há 7 anos. Até tentei retomar a prática há algum tempo, mas não consegui relembrar os gestos e pinceladas de modo satisfatório. Mas só organizar o material já nos faz entrar em modo zen. 
Acaba de me ocorrer que o modo zen é mesmo o modo do fazer. Logo que começou a quarentena, totalmente desconcentrada para ler ou trabalhar, fui buscar coisas práticas, que me faziam imediatamente entrar na meditação, no deixar os pensamentos passarem, sem me prender a eles, porque estava cozinhando, ou bordando, ou pintando, ou organizando coisas. O caminho se faz ao andar, o zen se faz ao fazer. 

terça-feira, 24 de julho de 2018

Retomando a horta

Já falei algumas vezes da dificuldade em termos uma horta. Naturalmente dá muito trabalho, fica cansativo para uma pessoa só cuidar de tudo e ainda há todas as ações/eventos externos: sapos, sol, calor, cachorros e gatos, viagem. Daí que a horta foi ficando de lado, apesar do nosso desejo de termos coisas frescas e orgânicas à mão. Que bom seria se fosse fácil!
Até mesmo as mudas de temperos foram sendo abandonadas. Fui desanimando às primeiras murchadas, deixando-as minguarem de vez. Cuidar de seres vegetais acabou entrando na mesma categoria de disposição de ir à academia, aquela coisa necessária, mas via de regra escamoteada. Do mesmo modo que ir à academia, só uma resolução enérgica, para além de mim, poderia trazer a prática horticultora de volta ao cotidiano. Não adiantava só anotar na agenda a palavra "horta", era preciso contar até 1 e sair a campo.
Foi o que fizemos no final de semana. Propus ao marido, que de novo falava da vontade de ter algumas espécies frutíferas, irmos ao horto aqui perto para buscar uma muda de jabuticaba e talvez uma amoreira. Lá fomos nós, cheios de vontade, e voltamos com jabuticabeira, amoreira, laranjeira, um pé de limão-siciliano, sementes de coentro e mudas de alecrim, manjericão, hortelã-graúda, salsinha, cebolinha, rúcula e couve. 
Ontem, passei parte da manhã replantando os temperos e hortaliças, enquanto o marido buscava os melhores lugares para as árvores. Aproveitei para preparar mudas de sálvia, tomilho e agrião - a ver se dão as caras desta vez. Fiquei com dor na mão direita de preparar a terra, imagine só. Limpei, arei, distribuí composto. Coloquei palha de coqueiro sobre as hortaliças para protegê-las do sol forte. Parece que as replantadas gostaram do lugar, observemos. 
Como sinal de bom augúrio, ganhamos uma fruta-pão, algo que eu nunca tinha visto, só lido em A ilha perdida, livro da série Vaga-Lume escrito por Maria José Dupré. Ou seja, os vizinhos continuam nos mostrando que é possível consumir o que se produz, só é preciso perseverar, entender que o tempo da natureza não é o do consumo, do pegue-pague. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O retorno das mudinhas

Eu tinha dado um tempo da hortinha. O ataque do sapo e o sumiço de Chico, além do cansaço e da chuva que me desanimavam a sair para cuidar das plantas, me afastaram dessa prática que tinha começado tão prazerosa.
Percebi que preferia ter os vasinhos mais perto, ao alcance da vista e das mãos. Comentei com o marido que seria bom ter uma estantezinha para os vasos na varanda. Outro dia, procurei na internet uma para comprar. Os prazos de entrega eram bizarros. Então, o marido se dispôs a fazer uma para mim. Ebaaaaa!
Como Guga leva muito jeito com a marcenaria, o móvel ficou lindo. Mais lindo ainda com os primeiros vasos, em alturas à prova de sapos. Também quero mudinhas de flores antimosquitos. Vai ficar uma lindeza.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Desistir para recomeçar

Por ora, desisti da horta, ali onde fizemos o cercadinho. Quando voltamos de SP, as plantas tinham sucumbido ao calor e à falta de água. Broxada II (a I aconteceu com a visita do sapo às mudas).
No final, o lugar da horta não é completamente adequado. Vamos ter que pensar em um sistema de irrigação caseiro, especialmente para quando estivermos ausentes.
Também pesou o fato de eu não ter tido tempo de cuidar da horta sozinha, com toda a correria de fechamento de material. Porque não é só regar: tem que limpar e aplicar insumos, observar o crescimento etc.
Talvez não tenha sido boa ideia plantar as sementes direto no solo. As mudas pareciam ir bem nos vasos, mas o sapo assassino me fez buscar a outra opção, que também não deu certo.
Vou voltar aos vasos, me dedicar às ervas, até plantar uma ou outra leguminosa em vaso. Deixarei o projeto maior para quando houver estrutura adequada (bacarrão, terreno apropriado etc.).
Essa é uma daquelas situações típicas de ter de dar um passo atrás para tomar impulso para ir mais longe - é o que espero que aconteça.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Uma horta que nasce e gente que aprende



Eu estava toda feliz acompanhando o despertar das mudinhas de ervas quando um dia deparei com um sapão dentro de um dos vasos - e pior, ele já havia passado pelos outros, esmagando todas as recém-nascidas.
O primeiro sentimento, claro, foi de cansaço-frustração. Em seguida, a resolução de começar tudo de novo, agora plantando diretamente no chão, no espaço que reservamos para a horta menor. Mas então percebi que os cachorros e os gatos, que gostam de correr por aquele espaço, também podiam esmagar as plantas. Pedi ao marido para cercar a horta para somente então semear de novo.
Agora falta apenas finalizar a porta, mas lá fui eu semear rúcula, couve, tomate, agrião, com ajuda de Guga. Ainda no esquema tentativa e erro (e acerto) para aprender a cultivar, vamos descobrindo também soluções para o dia a dia, como remédios sem veneno para evitar fungos e formigas (leite fresco, o santo bicarbonato - usado também para branquear roupas -, borra de café), de que maneira cercar a horta e até mesmo como proteger nossas botas de trabalho das aranhas e outros bichos (a touca descartável tem, afinal, uma utilidade utilíssima).

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Tempo de plantar





Já falei aqui que herdei do meu avô um gosto por ervas/plantas, mas pode ser apenas algo inerente à humanidade: voltar à natureza deve estar em nosso DNA animal. Quando não mantemos nenhum contato com ela, acredito que nosso corpo e nosso espírito se ressintam de alguma forma. Não que todo mundo precise largar tudo e se mudar para o campo, como eu, mas talvez seja bom promover de algum modo essa reinteração: ter uma alimentação mais saudável, ficar ao ar livre, andar descalço na grama, na terra ou na areia, ter um bicho de estimação, admirar o nascer ou o pôr do sol, sentir o cheiro de mar...
Particularmente, tenho dedicado algumas horas da semana a fazer as mudas de ervas. Eu, bicho de cidade, ainda fico na maior expectativa de ver brotar as folhinhas dentro das caixas de ovos que fazem as vezes de sementeiras.
A maioria nem deu as caras, mas o manjericão, a couve e, especialmente, a rúcula e a abobrinha vieram para a luz. O tomate começa a lançar timidamente suas espículas. Não vejo a hora de a sálvia também mostrar a que veio.
Agora, porém, vem uma etapa delicada, que é a de transplantar as recém-nascidas para um recipiente mais alto, já que a sementeira-caixa de ovo é muito rasa e as plantinhas não terão espaço para estender suas raízes e assim se fortalecer.
No fundo, no fundo, tudo tão tênue. Sigamos plantando a espera, esperando o desabrochar. Tudo colhendo desse tempo precioso e resvalante.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

No quintal



Chove atipicamente aqui. A praia fica para segundo plano, mas as plantas agradecem aos céus pela água extra. E, de repente, numa voltinha pelo entorno, magicamente, de um dia para outro, topamos com o pé de acerola carregado de frutinhas lindas e lustrosas e com as flores delicadas da pitangueira se revelando ao lado de uma ou outra pitanga. E a horta por fim iniciada sugere o que deve rolar na petite/rustique cuisine. 

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

Arquivo do blog