Mostrando postagens com marcador vida saudável. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador vida saudável. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 26 de maio de 2020

Tai chi na rede e o verde ao redor

Como disse, minha antiga professora de tai chi chuan está oferecendo aulas por videoconferência. Já vi que vou precisar treinar outros dias para recuperar a coordenação motora, até porque só agora a dor no piriforme/ciático está indo embora, após 23 dias, e dor é um troço que desconcentra, descentra, desfoca, desanima, desumaniza. 
E apesar dessa dor que parecia não ter fim, quando vejo essas janelinhas no monitor, com a galera aparentemente praticando em espaços fechados, apartamentos talvez, percebo a sorte que temos de viver em um espaço aberto, com verde ao redor. Nem consigo imaginar como seria estarmos na décima semana de quarentena em um apê, mesmo podendo fazer tai chi, afe.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Bora correr!

Como já comentei alguma vez por aqui, nunca fui de corrida. Sofria horrores quando precisava correr no colégio; sem saber respirar direito, terminava sempre com "dor de facão", como se diz na Bahia. Há uns anos, ainda em São Paulo, porém, ensaiei correr um pouquinho no meio das caminhadas pelo centro. Tinha comprado um bom tênis Adidas para corredores iniciantes, e isso me animou. No entanto, quando me mudei do centro para outro bairro, voltei a apenas caminhar. 
Já aqui, adotei a bike como exercício, juntamente com pilates e, cada vez mais, musculação. Como parece que isso não foi suficiente para reduzir o peso, resolvi intensificar a caminhada com um pouco de corrida, estimulada pelo marido, que pretende começar a correr em breve. Ele queria comprar tênis apropriados, resolvi dar a ele de presente de aniversário e comprar um par para mim também. De novo um Adidas - mesmo mais baratinho, muito confortável. 
Na esteira da academia comecei já meus primeiros minutinhos de corrida. Me parece que estou melhor do que quando corria no Minhocão, com mais controle da respiração e das passadas. 
Será que vou surpreender a mim mesma?

domingo, 7 de julho de 2019

Experimentando kombucha, acreditando na fermentação

Ando ruim do estômago ou adjacências. Qualquer coisa mais gordurosa (pode ser fígado) ou ácida, vem logo aquela queimação, tosse à noite, um desconforto geral. Talvez síndrome do cólon ou do intestino irritável, a investigar.
De todo modo, sempre tem a ver com emocional, isso já sabemos, mas também com alimentação. Por isso até troquei o vale-presente que o marido me deu por um livro ligado ao assunto, Digestão, de Dale Pinnock (editora Senac), com receitas visando à melhora da saúde do aparelho digestório.
No último rolezinho paulistano, também nessa toada de buscar maior bem-estar, aproveitei para provar o onipresente kombucha. Fui numa escala do melhor (Ewé) ao pior (Campo Largo), em termos de sabor. Mas parece que, no geral, todos trouxeram um certo alívio ao desconforto digestivo. Não precisei recorrer tanto à simeticona, e se aventava tomar omeprazol, logo descartei a ideia.
A história do kombucha já anda me rondando há algum tempo, desde seguidores no Instagram até a compra do livro sobre fermentação do Sandor Katz. Soube de um curso de produção de kombucha que haverá por estas bandas, mas o horário para mim é ruim, então devo buscar a versão on-line do Com Ciência, do Lucas Montanari.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Processando alimentos: chocolate enquanto pão e polpa de acerola

Faz tempo que não compramos ovos de chocolate para a Páscoa. Acabamos sendo demovidos pelo preço discrepante cobrado por duas finas cascas de chocolate com alguns bombons dentro - melhor é comprar os chocolates e preparar algo gostoso para a ocasião. Nas últimas edições pascais, já fiz bolo de chocolate com ganache, pain au chocolat, roscas de frutas e chocolate, tarteletes de chocolate e avelã com morangos, torta de maracujá e chocolate e, este ano, babka de creme de avelãs com chocolate. Inspirada pelo chocolate, até pão australiano, na versão de forma e brioche, rolou. Garanto que tudo valeu muito a pena. 
Também por esses dias as aceroleiras deram fruta como nunca. O risco era deixar de colher e a chuva derrubar tudo, como aconteceu na safra passada. O marido colheu várias bacias de acerola, e eu me concentrei em processar o máximo que pude. Dá um trabalhão: tirar a sujeira mais grossa (galhos, insetos, cabos), escolher as melhores, lavar em água corrente, deixar de molho em água com solução desinfectante, enxaguar, liquefazer, coar e embalar. Mas, mesmo não dando conta de tudo o que foi colhido, ainda tivemos muitos saquinhos de polpa para ocupar o freezer. E um suco absurdamente bom e fresco. 

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Marmitando em casa

Como já comentei em outro post, cozinho diariamente desde que resolvemos vir para a Bahia. Comida fresca, mais saudável e variada, mas também pelo menos duas horas gastas com as preparações. Imagine então se eu não tivesse comprado uma lava-louças - seriam ainda mais horas gastas com o trabalho doméstico e não remunerado. 
Bom, de qualquer modo, foi só recentemente que me caiu a ficha de que poderia fazer marmitas para nós. Cozinhar grande quantidade de arroz, feijão, grão-de-bico, lentilha, alguns pratos prontos, como quibe, carne de panela, escondidinho, porcionar e congelar ajudam imensamente quem almoça e trabalha em casa. Como logo receberemos visita, marmitar é ainda mais importante, já que a rotina da casa muda naturalmente e não dá para perder muito tempo na cozinha. 
Agora, além de gostar do objeto marmita (com certeza, por influência nipônica da obentô), me rendi a fazer a marmita nossa de cada dia no final de semana. Ao final, prefiro ter potes (que vão para a lava-louças) a panelas para lavar. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Geleia de morango e pasta de avelã caseiras: saudáveis e mnemônicas

Do livro de Raiza Costa, uma pasta de avelãs com mais avelã que chocolate (e sem óleo de palma/dendê) e uma geleia de morango básica e deliciosa.
A verdadeira prova de qualidade veio no comentário do marido sobre a geleia, que o fez sentir de novo um sabor da infância. Que elogio maior pode haver?

domingo, 29 de julho de 2018

Novos sabores: pão de cranberries e pão integral de banana, cacau e avelãs

Tinha acabado de assistir às aulas de culinária saudável na pós quando me ocorreu fazer um pão que levasse purê de fruta no lugar do açúcar. Se pudesse juntar cacau, imaginei, ficaria ótimo. E com um punhado de nozes para perfumar e nutrir, melhor ainda. 
Achei algumas receitas de pão de banana, uma com banana e cacau e mais uma porção de adições (sementes, linhaça, aveia, mel), e resolvi criar a minha, levando em conta as proporções das já experimentadas por mim e por outros. 
Também fiz um pão integral com cranberries, uma pequena adaptação do pão integral que costumo fazer. As cranberries deram um toque especial, com seu gosto doce e só um pouquinho azedo. 
As duas experiências deram muito, muito certo. Os dois pães ficaram muito saborosos e macios. O pão com banana, além de não ter açúcar adicionado, também não tem lactose. 
Fiquei especialmente feliz porque já estava um pouco enjoada dos pães que tenho feito (e olha que a lista é grande), aliás, como acontece com a cozinha de modo geral - prefiro a variação, a descoberta, a pesquisa. Quando a pesquisa leva a um resultado ótimo, então, só quero mesmo ir além. 

terça-feira, 24 de julho de 2018

Retomando a horta

Já falei algumas vezes da dificuldade em termos uma horta. Naturalmente dá muito trabalho, fica cansativo para uma pessoa só cuidar de tudo e ainda há todas as ações/eventos externos: sapos, sol, calor, cachorros e gatos, viagem. Daí que a horta foi ficando de lado, apesar do nosso desejo de termos coisas frescas e orgânicas à mão. Que bom seria se fosse fácil!
Até mesmo as mudas de temperos foram sendo abandonadas. Fui desanimando às primeiras murchadas, deixando-as minguarem de vez. Cuidar de seres vegetais acabou entrando na mesma categoria de disposição de ir à academia, aquela coisa necessária, mas via de regra escamoteada. Do mesmo modo que ir à academia, só uma resolução enérgica, para além de mim, poderia trazer a prática horticultora de volta ao cotidiano. Não adiantava só anotar na agenda a palavra "horta", era preciso contar até 1 e sair a campo.
Foi o que fizemos no final de semana. Propus ao marido, que de novo falava da vontade de ter algumas espécies frutíferas, irmos ao horto aqui perto para buscar uma muda de jabuticaba e talvez uma amoreira. Lá fomos nós, cheios de vontade, e voltamos com jabuticabeira, amoreira, laranjeira, um pé de limão-siciliano, sementes de coentro e mudas de alecrim, manjericão, hortelã-graúda, salsinha, cebolinha, rúcula e couve. 
Ontem, passei parte da manhã replantando os temperos e hortaliças, enquanto o marido buscava os melhores lugares para as árvores. Aproveitei para preparar mudas de sálvia, tomilho e agrião - a ver se dão as caras desta vez. Fiquei com dor na mão direita de preparar a terra, imagine só. Limpei, arei, distribuí composto. Coloquei palha de coqueiro sobre as hortaliças para protegê-las do sol forte. Parece que as replantadas gostaram do lugar, observemos. 
Como sinal de bom augúrio, ganhamos uma fruta-pão, algo que eu nunca tinha visto, só lido em A ilha perdida, livro da série Vaga-Lume escrito por Maria José Dupré. Ou seja, os vizinhos continuam nos mostrando que é possível consumir o que se produz, só é preciso perseverar, entender que o tempo da natureza não é o do consumo, do pegue-pague. 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Comida de verdade e comida fit

Sempre que dá, troco ingredientes nas receitas para que elas fiquem mais saudáveis. Caso da páprica misturada ao leite de coco no lugar do dendê quando faço moqueca (o dendê é ótimo, mas pesa em um almoço no meio da semana), ou do leite de coco no lugar do creme de leite para o creme de milho. Às vezes, diluo um pouco o leite de coco, para reduzir as calorias. 
Já tentei fazer algumas receitas fit, e até comprei um livrinho da Lucília Diniz que é vendido em bancas de jornal. Não é algo que costuma me animar muito, mas mesmo assim comprei xylitol para experimentar em algumas receitas - aqui em casa, não funcionou tão bem, porque ele pode dar um pouco de dor de barriga; então, uso nos pães para quem quer restringir o açúcar. 
De todo jeito, tenho um pé atrás com a total descaracterização da comida, ou, pior, com a moda de se tirar absolutamente tudo que supostamente dá alergia: lactose, glúten, açúcar. Claro que se associam a essas substâncias os processos inflamatórios que podem adoecer uma pessoa, mas é preciso pensar um pouco além: muito mais do que comemos pode nos fazer mal porque ingerimos quantidades absurdas de agrotóxicos e outras substâncias químicas bizarras, presentes nos conservantes, espessantes e adoçantes dos alimentos processados. Não é só o açúcar refinado usado no bolo que fará mal; pode ser também o ovo cheio de hormônios, a farinha sem nutrientes, a margarina repleta de gordura não saudável. 
Hoje, no Brasil e no mundo, comemos mal, mas a solução mais imediata não está em seguir a moda fit, e sim em melhorar a qualidade do que colocamos no prato. Sempre que possível (e isso dá mais trabalho que comprar docinhos feitos sem açúcar, sem farinha e sem leite), comprar do pequeno produtor, evitar os ultraprocessados, como aconselha o Guia Alimentar da População Brasileira. É difícil pensar em gastar um pouco mais com alimentação em um país em crise, mas certamente vamos economizar com nossa saúde, não tendo de buscar médicos, remédios e tratamentos caros. 
Por isso, sou totalmente a favor da comida de verdade no lugar da comida simplesmente fit. Comida com sabor, menos produtos químicos, que dê alegria de fato, e não apenas "ausência de culpa", a quem prove. Às vezes, é melhor um pouco de manteiga de verdade para fazer um cheesecake do que simplesmente esmigalhar o biscoito no fundo da taça - como fiz no final de semana, seguindo uma "dica fit" de sobremesa. A frustração do sabor só traz mais vontade de comer um docinho, que me perdoem os fitólatras de plantão.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Mousse de chocolate com abacate e cacau e outras descobertas interessantes

O abacate está com tudo e não está prosa, que o diga Kong, que tem ampliado sua coleção de acumulador canino por esses dias. Temos, tamanha a quantidade, conseguido pegar os abacates que os cães não tomam para si, e é um melhor que o outro, verdadeiras manteigas, cheios de sabor.
Para além da vitamina batida e do uso em salada e guacamole, já experimentei aqui o carbonara de abacate, delicioso. E aí vem aquele clique de como a gordura do abacate substitui bem e de forma saudável a do creme de leite, por exemplo. Essas trocas, aliás, me encantam: o leite de coco natural que vira chantili, a banana que serve como espessante para os sorvetes... E tudo tem a ver com a sazonalidade das frutas aqui em casa - vou atrás de receitas para dar conta da quantidade de bananas, acerolas, abacates, mangas que aparecem e que até pouco tempo acabávamos desperdiçando.
Voltando ao abacate, pesquisei na rede e logo achei um site com 63 receitas à base de abacate, ótimo. Na fila já está a palta, um creme chileno de abacate, que vai bem com vários sanduíches. Para hoje, porém, escolhi fazer a mousse de chocolate com abacate, cacau, aceto balsâmico (que esqueci de colocar), baunilha (que não esqueço nunca) e mel. Ficou ótima! Só acrescentaria, em uma próxima vez, uma clara de ovo para dar mais firmeza e aquela textura aerada própria da mousse. Todos os ingredientes usados foram de ótima qualidade: mel orgânico do Capão, extrato de baunilha importado, um tiquinho de leite sem lactose, cacau 100% e, claro, abacate do quintal, gordura super do bem. Doce delicioso e saudável, o que pode ser melhor?

domingo, 25 de março de 2018

Melaleuca, mon amour

A melaleuca está na moda. Originária da Austrália, a Melaleuca alternifolia pode ser encontrada em shampoos, desodorantes, loções, medicamentos. Ao lado da lavanda, segundo os manuais de aromaterapia, é um dos dois mais importantes óleos essenciais de que se faz uso. Tem propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes, antifúngicas. Trata lesões de pele como espinhas e verrugas.
A primeira vez em que me dei conta da sua existência de fato foi ao procurar uma solução para a foliculite que se agrava ao pedalar. Existe até creme específico para usar no corpo e no forro da roupa de ciclismo, mas há quem indique a melaleuca para as inflamações, especialmente as provocadas pela depilação.
Como já precisava comprar lavanda, fui atrás da melaleuca também. Comecei a passar um algodão embebido no óleo diretamente nas inflamações, e me parece que se atenuaram. Nas axilas, a solução arde um pouco, provavelmente porque a melaleuca está matando, espero, todas as bactérias que encontra.
Sem nem perceber, na última estada em SP, comprei shampoo e condicionador que também levavam melaleuca na fórmula, indicada como tea tree, seu outro nome famoso.
Ontem, fiz um desodorante natural utilizando melaleuca e leite de magnésia. Mais líquido do que costumamos ver nos industrializados, mas me pareceu eficiente. Reaproveitei uma embalagem roll-on que tinha.
Agora a melaleuca faz parte do grupo de substâncias favoritas pau-pra-toda-obra daqui de casa, junto com a lavanda, o bicarbonato de sódio e o vinagre.

Crédito: Foto tirada da Wikipédia.

Sabão para roupas e desodorante feitos em casa

Depois que voltei a fazer meus exames médicos, fiquei encafifada com as substâncias que têm fama de provocar câncer, como cloridrato de alumínio e talco. Ora, quase todos os desodorantes têm em sua fórmula cloridrato de alumínio, parabenos e triclosan (que é um composto que impede a transpiração, mas escurece as axilas). Há pouco teve início um movimento na indústria farmacêutica de se tirar um ou outro componente da fórmula de desodorantes, mas sempre sobra algum deles.
Então, fortuitamente, outro dia apareceu na minha timeline uma chamada do movimento Cosmetologia do Bem, que divulga fórmulas naturais de cosméticos que podem ser feitos em casa. O desodorante, claro, feito com melaleuca. O outro ingrediente era leite de magnésia. E só. Ou seja, não impede de transpirar (o que é bom, porque assim colocamos pra fora as toxinas todas), trata a pele e combate as bactérias que provocam o mau-cheiro. Já fiz, e ainda aproveitei uma embalagem roll-on que tinha aqui. Fica um pouco mais líquido (até adicionei um pouco de amido, por conta própria), mas parece eficaz.
Talvez por ter feito essa pesquisa sobre produtos naturais, apareceu também na minha timeline um site que ensina a fazer coisas diversas para que deixemos de produzir lixo, cujo nome é justamente Um Ano sem Lixo. Logo me chamou a atenção a receita de um sabão líquido para roupas - água, sabão de coco em barra, álcool e bicarbonato de sódio (sempre ele!). Umas gotas de óleo essencial, se quiser dar um cheirinho. Fiz também, mas ainda não testei. De todo jeito, já fiquei toda satisfeita de estar fazendo algo para não degradar ainda mais a natureza, para produzir menos lixo, para gastar menos com produtos de limpeza (sobretudo porque aqui lavamos muito mais roupas).
Seguimos voltando ao simples, ao natural para viver melhor conosco e com os outros, o que inclui a Natureza, de onde viemos, sempre é preciso lembrar.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Tempo de plantar





Já falei aqui que herdei do meu avô um gosto por ervas/plantas, mas pode ser apenas algo inerente à humanidade: voltar à natureza deve estar em nosso DNA animal. Quando não mantemos nenhum contato com ela, acredito que nosso corpo e nosso espírito se ressintam de alguma forma. Não que todo mundo precise largar tudo e se mudar para o campo, como eu, mas talvez seja bom promover de algum modo essa reinteração: ter uma alimentação mais saudável, ficar ao ar livre, andar descalço na grama, na terra ou na areia, ter um bicho de estimação, admirar o nascer ou o pôr do sol, sentir o cheiro de mar...
Particularmente, tenho dedicado algumas horas da semana a fazer as mudas de ervas. Eu, bicho de cidade, ainda fico na maior expectativa de ver brotar as folhinhas dentro das caixas de ovos que fazem as vezes de sementeiras.
A maioria nem deu as caras, mas o manjericão, a couve e, especialmente, a rúcula e a abobrinha vieram para a luz. O tomate começa a lançar timidamente suas espículas. Não vejo a hora de a sálvia também mostrar a que veio.
Agora, porém, vem uma etapa delicada, que é a de transplantar as recém-nascidas para um recipiente mais alto, já que a sementeira-caixa de ovo é muito rasa e as plantinhas não terão espaço para estender suas raízes e assim se fortalecer.
No fundo, no fundo, tudo tão tênue. Sigamos plantando a espera, esperando o desabrochar. Tudo colhendo desse tempo precioso e resvalante.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Novos percursos, novos recursos

Creio que meu trauma com corridas veio do colégio, quando tínhamos que fazer um percurso na pista de ciclismo à guisa de avaliação bimestral. Talvez antes ainda, da época do ginásio. Sempre corri mal, porque respirava mal, pela boca, e quase morria do coração no final da "prova".
Em tempos bem recentes, me peguei correndo, e curtindo correr. Comecei devagarinho. Percebi que os tênis machucavam o calcanhar. Comprei um par próprio para corredores iniciantes. Agora parece que estou flutuando. E volto cheia de serotonina, dopamina, endorfina. Mais feliz e mais bonita, além de mais saudável, é claro.
O mais legal é que essa mudança de "gosto" parece ilustrar uma mudança de paradigma - de alguns, pelo menos - que tenho experimentado. E isso porque não faço a linha "não conheço, portanto não gosto". Acho que tem mais a ver com me descobrir capaz de fazer determinadas coisas, embora, claro, ninguém seja obrigado a ser capaz de tudo, peloamor. Correr é o ápice do saber respirar pra mim - e conseguir fazê-lo é um grande trunfo. Significa que estou sabendo respirar=sabendo pensar=sabendo sentir=sabendo escolher.
Essa apropriação de capacidades e de escolhas e de fazer o que sempre quis vale também para as atividades criativas, para os projetos de vida todos. Descobri coisas novas que faço bem porque faço com amor (bordar, pintar, dançar, cozinhar) e redescobri coisas que sempre foram importantes, mas tinham ficado de lado (viajar, escrever, me relacionar). E assim eu até me emociono ao olhar para meus tênis novos, como se eles fossem uma espécie de laurel por tantas transformações.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

Arquivo do blog