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domingo, 20 de julho de 2025

Também gregária

Gosto da minha companhia, graças à deusa. Mas também sou gregária. Se estou em grupo, participo. Claro que os diferentes grupos possibilitam isso ou não. 
Este semestre foi especialmente rico em vivências coletivas. As duas turmas que frequentei como aluna especial foram ótimas, e as aulas de fechamento de ambas seguiram a mesma linha. Senti muito afeto pelas pessoas e pude realmente fazer parte e me sentir ouvida. As imagens dos últimos encontros transbordam afetividade. Num deles, que seria on-line, algumas de nós resolvemos participar de forma híbrida, com café que teve lelê de fubá e acaçá, para fazer companhia às colegas que não puderam voltar para suas cidades - não preciso dizer mais. 
Como julho é meu mês, também me incluí em comemoração de aniversário na casa da ex-sogra, e ainda pedi bolo red velvet, perfeito! Que sorte a minha ter sido atendida! Depois, preparei um brunch em casa com amigos, dessa vez com bolo floresta negra, pães e frios, uma comilança com debates acalorados mas respeitosos. 
Uma fuzarca de vez em quando tem muito valor, ora se tem. Com comidinhas deliciosas, é puro exercício de comensalidade.   


 

sábado, 16 de novembro de 2019

Esperas que valem a pena - boas facas e diploma

O pessoal da secretaria de pós-graduação da PUC-RS já devia estar meio de saco cheio de minhas perguntas sobre a chegada do diploma da pós em Gastronomia e Cozinha Autoral. Eu entreguei meu TCC em abril, e só agora recebi o diploma, todo bonitinho, pelo correio. Mas me deu o maior orgulho tê-lo em mãos - e agora já estou no meio de outra pós!
Também celebrei ontem o fim da espera por uma faca decente de chef - na verdade, um jogo inteiro. Tinha ido comprar uma faca de pão e me espantei com o preço (quase 100 reais, da Tramontina ou da alemã Zwilling). Perguntei ao vendedor quanto custava então uma faca de chef (eu tinha uma noção, porque ela já estava na minha lista de desejos - seria algo a partir de 200 ou 300 reais). Ele então me mostrou um jogo com cepo da BSF (inclusive com a faca de pão), que é da Zwilling, praticamente pelo preço de uma faca de chef. E é sério: nunca cortei algo com tanta facilidade quanto com essa faca. Aproveitei para juntar para doação, em uma caixa, um monte de facas que não uso ou nunca usei. A gaveta também agradece. 

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Cozinha e silêncio

Também na pós, o chef Tsuyoshi Murakami (não, não é parente do escritor) trouxe uma ideia que encontrou eco em meu coração (como o Troisgros com a comida de panela): a necessidade de silêncio na cozinha. 
Pra falar a verdade, minha cozinha sempre foi ruidosa, sempre teve a ver com reencontrar amigos e colocar conversa em dia, em torno de panelas e temperos. Já deixei muita gente passando fome enquanto preparava um prato e parava para participar das conversas.
Depois que casei, porém, e tive de reinventar a rotina culinária - porque agora tínhamos horário para comer, todo dia -, ficar conversando enquanto cozinho ficou menos divertido. Ou melhor, virou algo pouco prático. Cozinhar exige mesmo muita atenção, especialmente quando você cozinha sozinho e prepara muitas coisas ao mesmo tempo. Não à toa, qualquer distração gera pratos queimados, temperos esquecidos etc.
Por outro lado, conversar com os convivas é muito bom. Que ocasião melhor para conversar que em torno de um cafezinho com bolo? Nos casos em que vamos receber muita gente para almoçar ou jantar, agora procuro deixar quase tudo pronto, para poder desfrutar também da companhia dos convidados, embora ainda haja muito entra e sai da cozinha de minha parte.
De todo modo, ainda sonho com o dia em que terei uma cozinha com mais espaço para experimentações e equipamentos adequados, onde eu possa ficar quieta comigo e com meus ingredientes, totalmente presente naquilo que faço. Uma terapia para mim (já que somente no silêncio conseguimos entrar em contato com nossa essência), mas certamente uma garantia de qualidade da comida que irá à mesa. Todo mundo sai ganhando. 

domingo, 28 de outubro de 2018

Comida de panela

No curso da pós, o Claude Troisgros comentou sobre seu último empreendimento, o restaurante Chez Claude, que tem poucas mesas, organizadas em torno do fogão. Segundo ele, a ideia era retomar a proximidade entre quem cozinha e quem come - ali, os fregueses podem ir até a estação de preparo e até participar do processo. Os pratos saem direto do fogão para as mesas. É o que Troisgros chama de comida de panela, essa culinária voltada para muitas pessoas, mais associada com reuniões familiares. É o que Pollan chama, ao se referir aos cozidos, de comida dionisíaca, conquanto caótica, e Lévi-Strauss, de comida feminina, conquanto festiva e gregária.
Eu sempre gostei desse tipo de comida, mas nunca tinha pensado num nome para ela. Gosto da ideia de cozinhar para bastante gente, de cada um poder se servir como quer, em torno da mesa, enquanto todos conversam, falam de assuntos diversos, calam-se para comer e - suprema glória - elogiam a comida. Pois é, pode ser chamada comida de panela, esse utensílio por si agregador, onde cabem tantos temperos, ingredientes e segredos. 

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Açaí guardiã

Nunca me esquecerei da primeira vez que comi açaí. Estava com meu amigo Douglas, companheiro na monitoria da bizarra exposição D. Pedro II na Terra Santa, realizada no Sesc Vila Mariana. Lembro que, após o açaí, provado em um café na esquina da Humberto I com a Pelotas, morremos de rir com os dentes pretos um do outro e fiquei tomada de amores com a mistura bem geladinha de açaí preparado com banana e xarope de guaraná e granola. Apesar da paixão à primeira vista, logo soube que ele tinha milhares de calorias e me contive no consumo desde então.
Outro dia, calhou de eu ver no GNT o Rodrigo Hilbert gravando na Amazônia e preparando pratos à base de açaí, como um pudim de açaí e brigadeiros de açaí enrolados em flocos de tapioca. Quis aproveitar as polpas que tinha na geladeira, mas descobri que já eram o preparado criado pelos cariocas malhadores, e não a fruta natural. Então ontem preparei tal como conheci, como os cariocas inventaram, com banana cortada fininha e granola. Pura energia.
Coincidência ou não, na última semana terminei de assistir às aulas do chef paraense Thiago Castanho na pós. Como não podia deixar de ser, muito tucupi, farinha e açaí nas receitas, além dos peixes diversos, é claro. Quando estive na Amazônia, mais especificamente em Manaus, provei a polpa pura e acompanhada de tapioca flocada, na companhia de outro amigo da mesma exposição bizarra do Sesc, o James. Achei forte, mas bom. Depois, em Belém, conheci a maravilhosa e inigualável sorveteria Cairu, na companhia de minha cunhada. Os sabores mais famosos, claro, eram de tapioca, tapioca + açaí (chamado Mestiço) e castanha-do-pará. Como já disse e não canso de repetir, maravilhosos.
Por fim, o açaí tem até trilha sonora, uma das melhores loucas letras de Djavan. Ao ser perguntado sobre o significado de "açaí, guardiã", o cantor alagoano mais querido de todos deu uma explicação mais louca ainda, a de que a palmeira do açaí dá a vida, dá tudo de si, "por isso é guardiã". Louco, mas bonito, como tanta coisa que o Djavan nos legou. E o açaí, terroso, telúrico, forte, agradece por todas as atenções.

sábado, 23 de junho de 2018

Escrivaninha de férias

Além das aulas do curso EAD, a pilha de livros só cresce.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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