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terça-feira, 7 de março de 2023

O maravilhamento do aprendizado

Aproveito essa imagem da marca Aragäna, que conheci outro dia, para falar do meu maravilhamento com o fato de poder andar de bicicleta. Eu nem me lembro como aprendi, mas certamente foi junto com meus irmãos, revezando o uso das duas bikes, observando como eles faziam, provavelmente sendo ajudada por eles na primeira pedalada. Quando hoje pedalo, volta e meia sou tomada pela epifania do movimento milagroso que é ficar sobre as duas rodas, deslizando, o vento no rosto, uma liberdade imensa de ir aonde quiser. 
Mesma coisa sinto quando penso na magia que é saber ler, saber escrever. Quando aprendi? Não me lembro. Mas que coisa maravilhosa é poder juntar letras e palavras e assim formar imagens, conseguir se expressar, poder defender suas ideias! Uma das coisas mais tristes que existem, na minha opinião, é alguém ter suas possibilidades de mundo roubadas por não ter direito à alfabetização. Por isso, choro sempre diante de Fabiano, de Vidas secas, em seu embate com o Soldado Amarelo, com o patrão que lhe rouba o salário. Por isso, me importa tanto que todos tenham acesso à educação de qualidade, para que possam acessar a mágica do conhecimento, do mundo e de si. 

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Em busca da transparência

Nem eu aguento mais dizer como é difícil pintar aquarelas. Como tenho vários amigos artistas, quando vejo o resultado do trabalho deles, essa dificuldade fica cada vez mais evidente. 
Não que eu tenha a pretensão de atingir um nível tão alto (afinal, eles, além de muito talentosos, estudaram anos, produzem bastante e muitos têm inclusive doutorado e pós-doc), ainda mais apenas fazendo alguns cursos pela internet. Mas é inegável que chegar às transparências bem dosadas não é mesmo para principiantes. (Aliás, que árduo é chegar à transparência de todo tipo.)
Eu, pessoalmente, ainda fico muito presa à pintura mais pigmentada, mais próxima do guache, principalmente quando rola alguma cagada ao pintar - manchas enormes, sobretudo. Daí acabo tentando cobrir - até pontilhismo e tratteggio usei hoje! - para minimizar a feiura. Nem sempre funciona, mas não custa tentar. 
Aliás, tudo é tentativa quando a gente resolve aprender algo novo. Ainda mais, no meu caso, algo relacionado à pintura, que nunca estudei. 
De todo modo, o desenho me ajuda a querer continuar aprendendo a pintar, já que agora me vem à cabeça usar o entorno como modelo para as aquarelas, começando pelas folhas da jaqueira. A natureza, sempre parte da aprendizagem. 

domingo, 2 de agosto de 2020

Azulando

Se me perguntarem qual minha cor favorita, sempre ficarei entre o azul e o vermelho. O vermelho, porque combina mais comigo, com meu tom de pele (aliás, sobre isso, mais descobertas, como da linha de batons e esmaltes nude da nacional Dailus). O azul, porque é lindo, especialmente nos tons puxados para o violeta, como o maravilhoso Blue Bright Violet da caixa de lápis da Berol, inesquecível. Cheguei a pintar um nichozinho no antigo apartamento em SP, só para ficar contemplando a cor.   
Entre uma coisa e outra, no final de semana, tento praticar um pouco de aquarela. Hoje foi em azul. Orquídea, bambu, crisântemo. Aos poucos, sinto mais segurança no gesto, repetindo-o ad infinitum. Como só o azul pode almejar. 
Descobri há pouco que posso usar o verso do papel de aquarela. Menos rugoso, mais gentil. Além da economia que isso gera, que ando bem pão-dura. 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Arte contra depressão

Nunca estudei nenhum tipo de arte formalmente. Nem informalmente, pra dizer a verdade. Sempre que encasquetei com algo do tipo, tentei meter as caras pra fazer, nem sempre com sucesso. Porém, como minhas expectativas normalmente eram baixas, me satisfazia com o resultado na maior parte das vezes. Assim é que dei aula de xilogravura para alunos da periferia para que eles compusessem seus cordéis (o texto sim, pude ensinar de fato a criar), ilustrei um livro que escrevi para os sobrinhos, criei com colagens ilustrações para uma música de Chico Buarque sob orientação de Odilon Moraes e Fernando Vilela, bordei uma mandala iniciada numa oficina de Sávia Dumont. Dessas tentativas todas, o bordado talvez tenha sido um pouco mais constante, mas ainda está bem longe da perfeição. 
Daí veio a quarentena. Naquele início meio atordoante, achei que tinha que fazer mil coisas diferentes, até para afastar o pensamento das incertezas, mas logo lembrei que não estava de férias. Ainda assim, fiz os tais cursos do Senac de alimentos, o da Faber-Castell para iniciantes em aquarela. E me inscrevi, como comentei por aqui, em um de aquarela em estilo japonês da plataforma Domestika (que eu achava que era argentina, mas tem sede na Califórnia) e recentemente em um de ilustração com bordado, também da Domestika. 
Somente hoje comecei a fazer os exercícios propostos. Não que eu achasse que seria fácil, mas foi bem mais difícil que eu pensava, a começar pela adequação ao tipo de aquarela que tenho, em bisnaga, diferente da utilizada pela professora, em pastilha. Descobri, inclusive, que as marcas que ela utiliza são muito mais caras do que eu imaginava - eu, que tenho uma caixa de 24 cores da japonesa Pentel, pela qual paguei tão baratinho, nunca sonhei em dar 200, 300 reais por uma caixa de 12 cores da Winsor & Newton. Difícil também acertar a quantidade de tinta no pincel, o movimento da pincelada. A parte mais fácil foi desenhar algumas personagens - fiz as mesmas que ela e acrescentei uma minha, Francisco, da minha obra inacabada sobre o rio. Sou boa em copiar traços, pelo menos.
Ao fim, fotografei as imagens, mas não ficou bom. Escaneei, o scanner alterou as cores. Fotografei com a Nikon, aí ficou mais próximo da realidade, clareei um pouco no Lightroom. Ainda preciso adequar a iluminação no escritório. Enfim, toda essa movimentação foi essencial para me afastar um pouco mais de um possível estado depressivo. Depois de dormir muito, não trabalhar, não me exercitar, ficar infeliz com ter que cozinhar três vezes, a arte, minha pequena arte, foi minha salvação. 

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Projetos do hoje e após

Como será o amanhã, responda quem puder, já cantava Simone nos anos 1980. Não temos a menor ideia, e por ora nem os cientistas podem responder. Essa quarentena pode durar meses, e temos mesmo que recriar a rotina para sobreviver.
Pessoalmente, demorei para começar a criar um outro cotidiano. Estava fazendo bastante atividade física, e de repente passei a fazer 25% do que fazia. O trabalho, por sua vez, não teve tanta mudança (embora tenha rolado uma tensão inicial quanto ao futuro). A rotina de casa, sim - muita louça, cozinhar várias vezes, fazer faxina, além de incorporar os novos hábitos de desinfecção a cada saída/volta.
Logo que começou a quarentena, a galera passou a divulgar no Facebook mil links de livros, cursos e visitas virtuais a museus. No início, dá aquela vontade de fazer várias coisas, até a gente se lembrar de que realmente "quarentena não é férias", como nos lembra o alto-falante do mototáxi contratado pela prefeitura. Vem a procrastinação diante do trabalho e da atividade física, agora feita em casa, pois é uma dificuldade buscar novas formas de viver e encampá-las de fato. 
Bueno, mas acabou que tenho feito alguns cursos, além da pós em história da alimentação. Fiz um da Faber-Castell de aquarela, básico, mas ótimo para alguém como eu, que não manja de aquarela e só se mete a. Estou fazendo um do Senac (que está oferecendo vários cursos gratuitos durante a quarentena) de congelamento de alimentos, com outro engatilhado de aproveitamento total de alimentos. E me inscrevi ontem em um da Embrapa, de hortas em pequenos espaços. Tudo isso porque acho que pode rolar uma escassez de alimentos e este é o momento perfeito para termos uma atitude ecológica diante da vida, sair do mero discurso e ir para a ação mesmo. Também me inscrevi em um canal de yoga e hoje comecei um treino do Darebee, site de treinos já usado por Guga - porque não vou esperar chegar o fim da quarentena enquanto reencontro os quilos eliminados, né? Mas demorei para introjetar a ideia, pois faz mais de um mês que resolvemos nos entocar. Assisti também a alguns tutoriais para fazer nossas máscaras de TNT e tecido. 
O resultado dessas escolhas no presente contexto é que, embora não saiba até onde isso vai e se vamos sobreviver, me imagino virando uma especialista em alimentos fermentados, congelados, costuras talvez. Já sonho com comprar uma máquina de costura (que fez uma falta enorme na hora de produzir as máscaras!) num contexto pós-apocalíptico, o que parece algo non sense. Talvez morar em outro país, porque aqui ainda não nos recuperamos do choque da eleição de uma figura tão malévola (perdão à Malévola disneyana). Enfim, ter uma horta, fazer pão. Talvez nada tão diferente do que temos hoje, mas com muito mais gana e sabor e verdade. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Evoluir é legal

De levains e levezas

É muito fácil esquecer quem somos na labuta diária, nos mil afazeres, na torrente de pensamentos, engolidos pelo entorno opressor. 
Só na quietude ou na conversa com amigos acabamos nos lembrando. Outro dia, me lembrei de como crio minhas oportunidades sempre que posso - foi a voz interior falando/alertando. Queria fazer um curso avançado de fermentação natural, e vi que só rolaria se apostasse as fichas todas nele, sem esperar que a oportunidade "surgisse" como anexo de um outro compromisso de trabalho. Era preciso foco, dedicação, amor mesmo.
E foi tudo tão perfeito! Curso ótimo, pães maravilhosos - a ciabatta quase tão perfeita quanto a dos franceses, os pães au levain com alvéolos lindos, macios, com casquinha crocante. Cinco dias de muito aprendizado, e também com direito a encontrar e conversar com amigas queridas (que me ajudaram a relembrar quem sou); a pequenos contatos gentis pelas ruas (como a moça que se ofereceu para me levar à rua onde eu precisava ir e onde ela, por coincidência, morava); a palmilhar o antigo bairro e poder contar com seus serviços e profissionais competentes e afáveis; a uma hospedagem perfeita com amiga que enche a geladeira de iogurtes, e queijinhos, e frutas para mim sendo que ela não consome leite e ainda me presenteia com um travesseiro de alfazema; a descobrir na rua de trás o final de duas linhas de ônibus para lugares centrais da cidade; a atendimento ótimo no Poupatempo na hora de resolver chaturas; a achar chocolates maravilhosos e a agenda ideal em lojas na Liberdade a preço módico; a almoçar em uma unidade do SESC, que tanta falta faz; a compartilhar, aos risos, as mazelas da idade também com meu hair stylist de mais de 20 anos, que ainda por cima deu aquele upgrade nas madeixas; a me sentir ecológica e vitoriosa de carregar e recarregar a mesma garrafinha de água todos os dias; a encontrar peças que vestem bem e já indicam o "retorno a si"; a ser alvo do rapapé dos recepcionistas do Maksoud quando eu só fui até lá para tomar o ônibus para o aeroporto; a ter ali mesmo no Maksoud uma proposta de táxi baratinho para o aeroporto; a ver todo o tempo os ipês floridos que só se veem em Sampa.  
Com exceção do atraso no voo de volta, quanta leveza no cotidiano! Mesmo com o contexto nefasto em que temos vivido, é possível resistir na gentileza, em pequenos gestos amorosos. Não nos esqueçamos nunca disso.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Cookie de frigideira com gotas de caramelo e sorvete de baunilha talhado que lembra Galak

No último final de semana, fiz uma experiência com cookie: testei a receita da Raiza Costa feita na frigideira. Usei as gotas de chocolate gold que tinha. Também fiz um sorvete de baunilha com creme de leite recém-talhado (a caixinha de Bate Chantily da Piracanjuba estava vencida) - acabou ficando com gosto de chocolate Galak,  vejam só, apesar de a textura incomodar um pouco, pegando na língua ao final.
Hoje o teste de cookies foi com a receita do chef confeiteiro Lucas Corazza, do curso dado por ele na Eduk, de cookies, cheesecakes e brownies. Os cookies ficaram deliciosos, embora tenham se espalhado mais do que deviam na assadeira (vou testar preparar um salame da massa e congelá-lo antes de assar). 
Aliás, que aula boa a do Lucas, muito bem explicada, dinâmica e útil! A oferta de aulas da Eduk também é ótima, só é preciso mesmo se organizar para aproveitar os cursos, cujos destaques são a gastronomia, a fotografia e o artesanato. 
Todos esses testes de cookies se devem à minha percepção de que, apesar da minha campanha pelos pães saudáveis, as pessoas gostam de um docinho, uma guloseima de vez em quando - caso das broas, sucesso de público, mais até do que os bolos. 

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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